Estudo bíblico em SALMO 23:1 – O Senhor é o meu pastor; nada me faltará.
O objetivo deste estudo é demonstrar que o socorro que se pratica na Igreja tem a sua base, o seu fundamento na Bíblia. Não se trata de filantropia, mas é algo que vem da eternidade porque é bíblico.
Desde as primeiras conversões já podemos ver a prática do socorro dentro da Igreja. (At. 2:44 a 46 / 4:32 a 35 )
O socorro nasce com a Igreja primitiva dando continuidade àquilo que Jesus fez durante todo o seu ministério. O Senhor Jesus não deixou de socorrer a ninguém, todos os que o procuravam recebiam a benção.
A finalidade.
O socorro surge na Igreja como uma necessidade de fortalecimento, e porque não dizer, de sobrevivência da própria Igreja, porque ela iria passar por grandes dificuldades em meio a um mundo totalmente hostil a ela.
As características.
O socorro imprimiu características muito fortes na Igreja primitiva, características que a diferenciavam de tudo aquilo que a rodeava, ela era como um lírio branco dentro de um charco.
O socorro fortaleceu a fé dos fiéis em Cristo Jesus, fortaleceu o amor fraternal, fortaleceu o desprendimento pelas coisas materiais, fortaleceu o entendimento de corpo, fortaleceu a obediência ao ministério, fortaleceu a obra do Senhor, fortaleceu o testemunho, fortaleceu o evangelho.
A Igreja primitiva era constituída, na sua maioria, de pessoas pobres, alguns escravos, pouquíssimos de classes mais elevadas, mas todos se tratavam como irmãos e agiam como tal e isso era motivo de espanto para o mundo.
A amplitude do socorro na Igreja primitiva.
As ondas de perseguições do Império Romano sobre a Igreja deixaram um número ainda maior de viúvas, de órfãos, de enfermos, de desamparados e de pobres porque muitos bens e propriedades dos cristãos foram confiscados por aquele Império, mas isso veio fortalecer ainda mais a Igreja também no aspecto do socorro.
O socorro era praticado dentro de cada congregação e de igreja para igreja, de maneira que ninguém do corpo ficava desassistido.
Cada igreja cuidava da sua congregação, dando a devida assistência às viúvas, aos órfãos, aos enfermos, aos pobres que congregavam ali.
Entre as igrejas.
O apóstolo Paulo sempre se referia à atitude dos cristãos em ajudarem-se uns aos outros com alegria e glorificando ao Senhor.
Na sua segunda carta aos coríntios, Paulo fala sobre a ajuda das igrejas da Macedônia aos cristãos da Judéia. Ele fala que aqueles irmãos deram mais do que podiam e deram voluntariamente. ( II Co. 8:1 a 3 )
Isso é uma prova que a graça de Deus estava sobre aquelas igrejas.
Paulo também fala dos irmãos da Acaia que se preocuparam, até com bastante antecedência, em contribuir com a sua ajuda. ( II Co. 9:2 )
Paulo também escreve aos romanos falando dessa coleta feita pelos macedônios e pelos de Acaia para ajudarem os irmãos de Jerusalém e isso servia de testemunho e incentivo às igrejas e fortalecia a união entre elas, cada vez mais elas formavam um corpo só. ( Rm. 15:26 )
Os tessalonicenses, os da Antioquia, os da Galácia, os filipenses, todos participaram dessa prova de amor.
Em sua carta aos filipenses, Paulo, pelo Espírito Santo, define essa ajuda como uma oferta de cheiro de suavidade e sacrifício agradável e aprazível a Deus. ( Fp. 4:15 )
Em Hebreus 13:16 vemos a mesma definição para essa ajuda como sendo sacrifício a Deus.
Então nós vemos que o importante não era o dinheiro, não era o material, mas era a iniciativa, era o propósito sincero de socorrer o seu irmão em Cristo Jesus.
Quando Tiago fala da fé sem obras, ele coloca o seguinte exemplo: Se o irmão ou a irmã estiverem nus e tiverem falta de mantimento diário, e se nós apenas dissermos a eles para irem em paz, aquecerem-se e comerem à vontade, mas não lhes dermos o agasalho e a comida, de que adiantaria? ( Tg. 2:14 a 16 )
Como desenvolver a sensibilidade para com as necessidades dos irmãos?
1- Observar ao seu redor aqueles que passam por algum tipo de necessidade.
2- Querer ajudar para que aquela situação mude para melhor.
3- Inteirar-se da real situação usando de sabedoria e prudência.
4- Pedir que o Espírito Santo cuide de todos os detalhes.
5- Orar ao Senhor para que Ele mostre o que você deve fazer.
6- Comunicar o fato à irmã responsável pelo socorro ou ao ministério.
1- Financeiramente. ( Rm. 15:25, 26 ) e ( I Co. 16:1 )
A responsável pelo socorro poderá solicitar às irmãs uma ajuda em espécie (dinheiro), ou em mantimentos, ou em roupas, conforme a necessidade do momento.
Isso será feito com toda a discrição e conforme a disponibilidade de cada uma.
2- Espiritualmente. ( At. 12:5 )
Independentemente das demais formas de auxílio, as irmãs poderão e deverão interceder por aquela situação, interceder pela vitória.
3- Fisicamente. ( At. 9:39 )
Algumas pessoas necessitam apenas que você lhes faça um pequeno serviço, porque, certamente, elas estarão impossibilitadas naquele momento. A irmã pode estar doente e não pode cuidar da sua roupa, da sua casa, levar as crianças na escola, ir ao banco, coisas desse tipo. Você pode ajudar nisso também e será de grande valia para aquela irmã. Você pode telefonar, mostrar para aquela pessoa que ela é importante para você, você pode convidá-la a passar uns momentos com você, você pode dedicar um tempo para uma conversa, há muitas maneiras de você participar.
Podemos considerar o atendimento ao visitante, o culto profético, como uma forma de socorro?
Sim, sob um certo aspecto, o atendimento ao visitante é uma forma de prestar socorro porque todos chegam como necessitados, todos estão carecendo do Senhor, todos vêm em busca de algum tipo de ajuda e o Senhor, através do seu corpo, da sua Igreja, não deixará que voltem vazios.
Nós devemos socorrer:
1- Com alegria.
Em At. 20:35, nós vemos a importância do socorro. Ali está escrito uma frase que Jesus disse: Mais bem-aventurada coisa é dar do que receber.
Ninguém é tão pobre que não possa dar e nem tão rico que não possa receber.
2- Voluntariamente e com fé.
Em II Co. 8:2, 3 e 5, nós vemos isso. Aqueles irmãos não foram obrigados a nada e mesmo assim deram mais do que podiam porque eles sabiam que não iriam passar por nenhuma dificuldade.
3- Sem segundas intenções.
Em II Co. 9:7 nós vemos que ninguém ajudava por necessidade, não era uma troca, não era para receber algo em troca, não era o que se vê no chamado evangelho da prosperidade, onde o objetivo maior é sanar a sua própria necessidade e não a do outro irmão.
É ajudar sem esperar nada em troca porque o preço já foi pago lá na cruz por Jesus, seremos sempre seus devedores.
4- Com definição.
Jesus mostra a definição de uma pobre viúva que colocou na arca do tesouro tudo o que tinha para o seu sustento. Ela não hesitou, nem ponderou, nem teve receio algum em fazer aquilo. ( Mc. 12:41 a 44 )
5- Como imitadores de Cristo.
João diz que devemos dar a vida pelos nossos irmãos porque Jesus deu a sua vida por nós. ( I Jo. 3:16 a 18 )
Israel tinha o socorro como uma ordenança da lei. ( Dt. 15:10 e 11 )
Em sua carta aos Gálatas, Paulo diz que devemos fazer o bem a todos, mas, principalmente, aos domésticos da fé. ( Gl. 6:10 )
Israel não tinha noção de corpo, por isso foi necessário que o socorro fosse imposto, mas nós temos o entendimento do que é corpo e, por isso, nós obedecemos a uma lei, que é a lei de Cristo. ( Gl. 6:2 )
Como socorrer?
Sem ostentação, sem alarde. Tem que haver a maior discrição possível para não cairmos naquele péssimo exemplo mencionado em Mt. 6:1 a 4.
Socorrer por revelação e com o conhecimento prévio do ministério.
At. 11:28, 29 – Houve uma revelação de que haveria uma grande fome e os discípulos mandaram socorro para os irmãos que estavam na Judéia.
I Co. 16:1 – Paulo, pelo Espírito Santo, orientou à igreja de Corinto que fizesse uma coleta para os santos de Jerusalém, assim como deu a mesma orientação aos da Galácia.
Deve ser com o conhecimento do ministério porque ele detém todos os sinais vindos do corpo, ele tem o governo.
É necessário que seja por revelação, tem que haver a consulta ao Senhor porque pode acontecer que a irmã esteja passando por uma prova dada pelo Senhor, às vezes porque está sem fé, às vezes porque não está orando ao Senhor, às vezes para que possa praticar a paciência e aí você vai ( ainda que cheia de boa vontade ) e se interpõe na prova que o Senhor está dando à irmã, e assim você impede que ela tenha uma experiência com o Senhor e cresça e não é isso que o Senhor quer.
Por isso é que é importante que seja levado ao conhecimento da irmã responsável e do ministério, para que o socorro não sofra uma descaracterização e não venha prejudicar o crescimento da Igreja.
Para a honra e a glória de Deus dada pelo seu povo e para o crescimento do amor no meio da Igreja. ( II Co. 9:12 a 14 )
Como deve ser o nosso pedido a Deus?
É o que está escrito em Pv. 30:7 a 9.
O Senhor tem-nos dado o necessário para vivermos. Temos muito mais a agradecer do que a pedir.
Ler juntas o cântico de vitória: Deus é por nós.
Rm. 8:32 a 39.