Esboço de Pregação Expositiva em Mateus 13:24 – Propôs-lhes outra parábola, dizendo: O Reino dos céus é semelhante ao homem que semeia boa semente no seu campo;
Texto Principal: Mateus 13:24-30 e a explicação em Mateus 13:36-43.
Jesus era um mestre em contar histórias. Ele usava situações do dia a dia — como plantar, pescar ou cozinhar — para explicar as verdades mais profundas sobre Deus. Essas histórias são as parábolas. No capítulo 13 de Mateus, Jesus está à beira do Mar da Galileia, ensinando uma multidão sobre como funciona o “Reino dos Céus”.
Ele acabara de contar a Parábola do Semeador, que fala sobre como a Palavra de Deus é recebida em diferentes tipos de coração. Agora, ele conta outra história, a do Trigo e do Joio. Se a primeira parábola responde “como as pessoas entram no Reino?”, esta segunda responde a uma pergunta que todos nós já fizemos: “Se Deus é bom e plantou algo bom, por que existe tanto mal no mundo, inclusive dentro da própria igreja?”. A resposta de Jesus é surpreendente e cheia de sabedoria para as nossas vidas hoje.
Jesus não apenas conta a história, mas depois, a sós com seus discípulos, Ele a explica ponto por ponto. Vamos usar a explicação do próprio Mestre para entender esta parábola.
A parábola começa com uma ação positiva e intencional.
O Semeador é Jesus: Jesus se identifica como “o Filho do Homem”, aquele que veio iniciar a boa obra de Deus no mundo.
A Boa Semente são os Filhos do Reino: A “boa semente” não é apenas a Palavra, mas são as pessoas transformadas por ela. Somos nós, a igreja, plantados por Deus no mundo para dar fruto e refletir o Seu caráter.
O Campo é o Mundo: Deus não nos plantou num ambiente isolado e protegido, mas no mundo, para sermos sal e luz.
“Vós sois a luz do mundo. Não se pode esconder uma cidade edificada sobre um monte.” (Mateus 5:14).
O plano original de Deus é encher o mundo com pessoas que vivem segundo a Sua vontade, que são o “trigo” no campo. Sua vida, como cristão, é parte desse grande projeto divino.
A história toma um rumo sombrio. A presença do mal não é um acidente, mas um ato deliberado.
O Inimigo é o Diabo: Jesus é claro: o mal tem uma origem. O Diabo age para corromper, imitar e destruir a boa obra de Deus.
O Joio são os Filhos do Maligno: O joio era uma erva daninha que, no início, era quase idêntica ao trigo. Da mesma forma, o inimigo planta pessoas no mundo que parecem boas, podem até usar uma linguagem religiosa, mas seus corações e frutos pertencem ao maligno.
A Ação Ocorre “Enquanto os Homens Dormiam”: Isso aponta para a falta de vigilância. Quando a igreja se torna espiritualmente sonolenta, descuidada e indiferente, ela abre brechas para que o inimigo semeie o engano e a maldade.
“Sede sóbrios e vigilantes. O diabo, vosso adversário, anda em derredor, como leão que ruge, procurando alguém para devorar.” (1 Pedro 5:8).
A presença do mal e da falsidade no mundo não deve nos surpreender, nem nos fazer duvidar de Deus. É a prova de que estamos numa batalha espiritual e precisamos permanecer vigilantes.
Quando o problema se torna visível, a reação imediata dos servos é resolver a situação com as próprias mãos.
A Pergunta dos Servos: “Queres que vamos arrancá-lo?” Esta é a nossa reação humana. Queremos justiça imediata, queremos purificar o campo e separar o certo do errado agora.
A Resposta Sábia do Dono: “Não; para que, ao colher o joio, não arranqueis também o trigo com ele. Deixai-os crescer juntos até à colheita.”
O Risco do Juízo Humano: Deus sabe que nós, com nossa visão limitada, podemos errar. Em nosso zelo para arrancar o “joio”, poderíamos ferir ou arrancar o “trigo” — crentes imaturos, pessoas que ainda vão se converter ou até mesmo julgar mal as intenções de alguém.
O Propósito da Paciência de Deus: A paciência de Deus tem um propósito redentor. Ele dá tempo para que o trigo amadureça e para que, talvez, alguns que vivem como joio se arrependam.
Versículo de Referência: “O Senhor não retarda a sua promessa, ainda que alguns a têm por tardia; mas é longânimo para convosco, não querendo que alguns se percam, senão que todos venham a arrepender-se.” (2 Pedro 3:9).
Nosso papel não é ser juízes do campo. Não nos cabe “arrancar” pessoas da igreja ou do mundo. Nosso papel é crescer e dar fruto como trigo, confiando que o Dono do campo sabe exatamente o que está fazendo. A justiça pertence a Ele.
A parábola termina com a certeza de que a situação atual não é permanente. Haverá um dia de separação.
“E ele enviará os seus anjos com rijo clamor de trombeta, os quais ajuntarão os seus escolhidos desde os quatro ventos, de uma à outra extremidade dos céus.” (Mateus 24:31).
Podemos viver com esperança e segurança. A justiça virá. Nossa perseverança como “trigo” não é em vão. Um destino glorioso nos aguarda no celeiro do Pai.
Então, o que aprendemos com a Parábola do Trigo e do Joio?
Que possamos viver como o trigo fiel. O trigo, quando maduro, curva-se sob o peso do fruto, numa atitude de humildade. O joio, por sua vez, é inútil e permanece de pé, altivo e orgulhoso. Que nossa vida seja marcada pela humildade e pelos frutos do Espírito, enquanto aguardamos com esperança o dia da grande colheita.
Como Jesus concluiu: “Quem tem ouvidos para ouvir, ouça.”