Desfrutando da Provisão de Deus
Esboço de Pregação Expositiva em Deuteronômio 23:24 – “Quando entrares na vinha do teu próximo, comerás uvas segundo o teu desejo, até te fartares; porém não as porás no teu cesto.”
Introdução de Deuteronômio 23:24
No livro de Deuteronômio, Deus está preparando o povo de Israel para entrar na Terra Prometida. Ele estabelece leis e princípios não apenas para a adoração, mas para a vida cotidiana. E no meio dessas leis, encontramos essa pérola no versículo 24.
À primeira vista, parece uma simples regra de boa convivência. Era uma lei de generosidade. Se um viajante ou um pobre estivesse passando por uma vinha, ele tinha a permissão de Deus para entrar, colher algumas uvas e comer ali mesmo, até saciar sua fome. Era a provisão de Deus para as necessidades imediatas do seu povo. Contudo, essa pessoa não podia encher um cesto e levar as uvas para vender ou estocar. A bênção era para ser desfrutada no local, não para ser comercializada.
Assim como Deus estabeleceu um princípio para a necessidade física do seu povo, esta lei nos ensina hoje sobre a provisão espiritual que Ele tem para nós. Nós, como parte do povo de Deus, fomos convidados a entrar em uma vinha espiritual, uma vinha que não nos pertence, mas na qual podemos encontrar tudo o que nossa alma precisa.
Desenvolvimento
Vamos explorar esta vinha em três partes: O privilégio de entrar, a provisão abundante que encontramos lá dentro, e o princípio de humildade que devemos ter.
1. O Privilégio de entrar na Vinha do Próximo
“Quando entrares na vinha do teu próximo…”
A primeira verdade é que a vinha não é nossa. Nós somos convidados a entrar em um lugar que pertence a outro. E quem é o “próximo” dono desta vinha espiritual? É o próprio Senhor Jesus. A Bíblia é clara ao dizer que a Obra, a Igreja, o Reino, pertencem a Ele.
A Vinha é a Obra de Deus: É o lugar da presença do Espírito Santo, onde encontramos comunhão, propósito e vida. Entrar na vinha significa aceitar o convite de salvação, deixar o mundo para trás e passar a fazer parte do corpo de Cristo.
Não somos os donos: Somos trabalhadores, servos, filhos, mas nunca os proprietários. Isso nos livra do peso do orgulho e da autossuficiência. Estamos na Obra d’Ele, para a glória d’Ele.
Estar “dentro da vinha” é viver em comunhão com Cristo e com Sua igreja. É participar dos cultos, das orações, do serviço. Não somos espectadores, mas participantes convidados para a obra mais importante que existe.
“Eu sou a videira verdadeira, e meu Pai é o agricultor.” (João 15:1). E também: “…porque de Deus somos cooperadores; lavoura de Deus, edifício de Deus sois vós.” (1 Coríntios 3:9)
2. A Provisão Abundante dentro da Vinha
“…comerás uvas segundo o teu desejo, até te fartares…”
Uma vez dentro da vinha, o dono nos dá uma permissão extraordinária. Ele não diz “coma uma ou duas uvas”. Ele diz “coma o quanto desejar, até ficar farto, satisfeito!”. Isso fala da abundância da graça de Deus.
As Uvas são as Bênçãos Espirituais: Das uvas se faz o vinho, um símbolo da alegria e da presença do Espírito Santo. Essas “uvas” são as bênçãos diárias que Deus nos dá: o perdão, a cura para nossas feridas, a libertação de medos, a paz que excede todo entendimento, a alegria da salvação.
Até te Fartares: Deus não nos dá Sua graça em pequenas doses. Ele deseja saciar a fome mais profunda da nossa alma. Ele quer encher nosso coração até transbordar. Não há limite para o quanto da Sua presença podemos desfrutar.
Você está se sentindo fraco, cansado ou vazio? A vinha do Senhor está cheia de frutos. Aproxime-se d’Ele em oração, medite em Sua Palavra, participe da comunhão, e você encontrará o alimento que sua alma precisa. A provisão é farta e está disponível.
“Provai, e vede que o Senhor é bom; bem-aventurado o homem que nele confia.” (Salmos 34:8)
3. O Princípio da Humildade e do Propósito
“…porém não as porás no teu cesto.”
Aqui está a condição, a regra de ouro da vinha. Podemos nos saciar, mas não podemos “levar no cesto”. O que isso significa espiritualmente?
Significa que as bênçãos de Deus não são nossa propriedade particular. Não podemos “engarrafar” a unção para usar quando quisermos. Não podemos tratar os dons espirituais como se fossem nossos talentos naturais, para nossa própria glória.
A Bênção é Dependente da Presença: A instrução de não levar no cesto nos ensina que o desfrutar das bênçãos está diretamente ligado à nossa permanência na vinha, ou seja, à nossa comunhão constante com o Dono da vinha. Quando nos afastamos da Sua presença, tentamos viver com as “uvas que guardamos no cesto”, mas logo elas murcham e perdem o sabor.
As Bênçãos são para a Glória de Deus: Tentar “levar no cesto” é um ato de orgulho. É achar que podemos controlar a bênção ou usá-la fora do propósito de Deus. As curas que Ele opera, a sabedoria que Ele nos dá, os dons que recebemos, tudo deve apontar de volta para Ele, o Dono da Vinha.
Não podemos viver a vida cristã de forma independente. Não funciona pegar uma “bênção” no domingo e tentar viver dela a semana inteira sem buscar a presença de Deus. Precisamos permanecer conectados à Videira todos os dias. A bênção está na conexão, não no que acumulamos.
“De graça recebestes, de graça dai.” (Mateus 10:8)
Conclusão
Por que tantas pessoas hoje vivem com a alma faminta, ansiosa e vazia? A resposta pode estar nesta antiga lei. Talvez elas estejam do lado de fora da vinha, tentando se alimentar com o que o mundo oferece, que nunca satisfaz. Ou talvez até tenham entrado na vinha, mas tentaram encher seus próprios cestos, confiando em si mesmas e se esquecendo de que a alegria verdadeira só é encontrada na dependência do Dono.
O convite de Deus para você hoje é simples: Entre na vinha. Deixe de ser um espectador e torne-se um participante da Sua obra maravilhosa. E uma vez lá dentro, não tenha medo. Coma livremente das uvas, desfrute da paz, da alegria e do refrigério que Ele oferece. Sacia a tua alma na presença d’Ele.
Mas lembre-se sempre: a vinha não é sua. As bênçãos não são suas para controlar. Pertença a Ele, permaneça n’Ele, e você nunca mais terá fome.
Esboço de Pregação Expositiva em Deuteronômio 23:24 – “Quando entrares na vinha do teu próximo, comerás uvas segundo o teu desejo, até te fartares; porém não as porás no teu cesto.”