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Conformidade com as normas de vestir


Conformidade com as normas de vestir


“Parece que o problema de se conformar ou não com as normas da sociedade quanto ao vestuário tem estado sempre presente na igreja. Na igreja apostólica a solução dos apóstolos, orientados pelo Espírito Santo, oferece-nos parâmetros que nos podem ser úteis.

Uma das situações tinha a ver com certas irmãs casadas da igreja de Corinto que estavam recusando-se a usar o véu quando oravam na igreja.

Naquele tempo, na sociedade greco-romana, havia muita discriminação contra as mulheres. Os maridos exigiam a sua submissão completa, quer em público, quer privadamente. Um dos símbolos de submissão era o véu. As mulheres casadas não tiravam o véu em público, pois seria uma afronta aos maridos, criando um escândalo.

O Cristianismo elevou a posição da mulher. O Senhor Jesus tinha algumas mulheres como discípulas (Lucas 8:1-3), coisa que não acontecia entre os rabis. Tratou sempre as mulheres com dignidade – até as que eram consideradas párias da sociedade (Mt. 9:20-22; Lc 7:37; Jó 4: 7-27). Também foram respeitadas na igreja primitiva, pois ensinava-se que o Senhor não fazia distinção de importância entre homens e mulheres (Gl. 3:26-29).

Infelizmente algumas irmãs da igreja abusavam da liberdade que tinham em Jesus para insistir nos seus direitos e para pôr de lado o véu quando oravam ou eram usadas em profecia na igreja.

Devido a esta situação o apóstolo Paulo escreveu:

“Todo homem que ora ou profetiza, tendo a cabeça coberta, desonra a sua própria cabeça. Mas toda a mulher que ora profetiza com a cabeça descoberta (palavra grega que significa ” ficar sem véu”) desonra a sua própria cabeça, porque é como se estivesse rapada. Portanto, se a mulher não se cobre com véu, tosquie-se também. Mas se para a mulher é coisa indecente tosquiar ou rapar-se que ponha o véu”. I Cr. 11:4-6

O apóstolo entendeu que não usar o véu era um ato de rebelião contra os maridos (I Cr. 11:3-10). Isto em si já era grave porque a rebelião traz sempre consequências graves para os rebeldes, como vemos no caso dos anjos caídos. Mas aquilo que era ainda mais grave para Paulo era o escândalo que isso traria e o prejuízo à evangelização. Ele próprio respeitou sempre a cultura e os costumes dos outros. (Atos 16:3)

Ao mesmo tempo o apóstolo aborda o assunto do cabelo. Como vimos, ele disse : ‘se a mulher não se cobre com véu, tosquie-se também.” Depois escreveu: “não vos ensina a mesma natureza que é desonra para o varão ter cabelo comprido?” (V.14)

Com estas palavras Paulo está fazendo uma referência indireta aos adoradores do deus grego Dionísio, o deus do vinho e das orgias, que tinha corpo de homem, mas tendências de mulher. Neste culto pagão as adoradoras femininas vestiam-se com roupas de homem, tiravam os véus e rapavam o cabelo, ao passo que os adoradores masculinos se vestiam de mulher, deixavam crescer o cabelo e usavam véus durante as cerimônias. Bebiam o sangue de animais, comiam carne crua, embriagavam-se e praticavam orgias.

Neste contexto cultural, o apóstolo está dizendo às irmãs que quem não usa o véu na igreja parece-se com as pagãs que rapam a cabeça e usam roupa de homem. Ora, se a irmã acha isso uma vergonha, então deve usar véu.

Portanto, Paulo está referindo-se, ainda que indiretamente, ao assunto das roupas e do critério social sobre aquilo que é o vestuário masculino e feminino. Aqui temos um princípio universal que pode ser aplicado a todos os tempos e lugares. Em todas as sociedades e em todos se reconhecem as roupas para o homem e para mulher (ainda que haja peça de roupa comum, como por exemplo, a t-shirt nos nossos dias). Os servos do Senhor devem ter cuidado e observar este fato e vestirem-se de modo que não causem escândalo. Por exemplo, as irmãs que vivem numa sociedade onde as mulheres não usam calças, também não deviam usá-las.

É interessante notar que a bíblia a diferença que havia entre a roupa usada pelos homens e pelas mulheres estava basicamente nas cores e nos ornamentos ( no médio oriente, ainda hoje, os homens e as mulheres usam a mesma peça de roupa básica, mas a diferença está no ornamento). Lemos que o Senhor fez uma “túnica” (em hebraico  Kethoneth) tanto para Adão e Eva. Ao longo da história de Israel verificamos que esta mesma palavra é usada para a roupa exterior de ambos. Diferiam na cor e no acabamento, sendo a roupa das mulheres muito mais trabalhadas com fios caloridos.

Esta diferença é como a que se verifica hoje em dia: Há calças para homem e calças para mulher nas sociedades ocidentais. Em muitas sociedades orientais as calças não fazem parte do vestuário dos homens. Historicamente, as calças não são roupa masculina, pois os homens só começaram a usá-las há cerca de 400 anos na Europa.

Há ainda lugares (firmas, secções governamentais, etc.) na sociedade ocidental onde as calças são consideradas roupa não apropriada a mulheres, pelo que as senhoras que frequentam ou trabalham ali respeitam esse norma.

Há igrejas que preferem que as senhoras não usem calças. As servas não devem entrar em contenda. A sua bênção está sem submeter-se com humildade a esse código de vestir.

Os apóstolos deram outras instruções acerca do vestir:

“Que … as mulheres (casadas) se ataviem em traje honesto, com pudor e modéstia, não com tranças, ou com ouro,  ou pérolas, ou vestidos preciosos, mas (como convém a mulheres que fazem profissão de servir a Deus) com boas obras.” I Tm2 :9-10

“O enfeite delas não seja o exterior, no frisado dos cabelos, no uso de jóias de ouro, na composição dos vestidos, mas o homem encoberto no coração, no incorruptível trajo de um espírito manso e quieto, que é precioso diante de Deus; porque assim se adornavam também, antigamente, as santas mulheres que esperavam em Deus…” (I Pd. 3:3-5)

A palavra “modéstia” usada em I Timóteo 2 não se relaciona com vertir-se decentemente. Refere-se ao fato de algumas irmãs ricas destacarem-se usando  roupas caras, com penteados elaborados e com muitas jóias. Aplicando aos nossos dias, os servos e as servas do Senhor não devem ter excessiva preocupação com a sua apresentação, comprando roupas que dão nas vistas, roupas de marca, etc. Além disso, algumas pessoas ficam demasiadamente preocupadas com o que vestem para ir ao culto, pensando sempre em ostentar maior luxo. Isto tem consequências para todos: Correm o perigo de se esquecerem do verdadeiro propósito espiritual do culto e podem fazer com que outras pessoas se sintam deslocadas no culto, naquele ambiente de lux exagerado. Essas pessoas vaidosas podem até ser um obstáculo à evangelização ou à fixação de pessoas na igreja. Foi contra isso que os apóstolos escreveram.

Nos nossos dias enfrentamos também o problema da decência no vestir. É difícil entender como algumas irmãs podem achar que estão agradando o Senhor porque não usam calças, mas andam com saias curtas e apertadas ou com grandes decotes, que trazem embaraço àqueles que convivem com elas. Antes de comprar ou usar qualquer peça de roupa, a pessoa deve perguntar a si própria se este artigo de roupa vai refletir bem a espécie de pessoa que é.

Nos primeiros tempos da Igreja, as irmãs ficaram conhecidas pelo modo decente e sóbrio de vestir. Tertuliano escreveu no século II que as mulheres cristãs começaram a ser conhecidas como as “as sacerdotisas da modéstia”. Disse que as mulheres cristãs se vestiam com “a seda da decência, o linho fino da santidade, a púrpura da modéstia”, elevando a virtude feminina a um altura nunca antes atingida. “


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