Esboço de Pregação em Hebreus 11:5-6 – “Pela fé, Enoque foi transladado para que não visse a morte; e não foi achado, porque Deus o transportou. Antes de ser transladado, alcançou o testemunho de que agradava a Deus. De facto, sem fé é impossível agradar a Deus, pois é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que Ele existe e que recompensa aqueles que O procuram.”
O capítulo 11 da carta aos Hebreus é conhecido como o “cântico dos heróis da fé”. Nele, encontramos uma galeria de personagens do Antigo Testamento cujas vidas foram marcadas pela confiança inabalável em Deus. Entre eles, destaca-se Enoque, um homem que viveu numa época sombria, antes do dilúvio, e que conseguiu manter uma relação íntima com o Senhor, ao ponto de ser levado diretamente para o céu, sem passar pela experiência da morte física.
Este episódio extraordinário leva-nos a refletir: que características tem uma vida que agrada a Deus? Que características deve ter alguém que alcance tal grau de comunhão com o Criador?
Enoque foi o sétimo patriarca desde Adão (Judas 1:14), filho de Jared, pai de Matusalém e avô de Noé. A sua história é brevemente registada em Gênesis 5:21-24:
“Enoque viveu sessenta e cinco anos e gerou a Matusalém. Andou Enoque com Deus, depois de gerar Matusalém, trezentos anos, e teve filhos e filhas. Assim, a vida de Enoque totalizou duzentos e sessenta e cinco anos. Enoque andou com Deus e, depois, desapareceu, pois Deus o levou.”
A expressão “andou com Deus” indica uma comunhão contínua, diária e profunda. A Bíblia diz que ele esteve tão próximo de Deus que foi literalmente retirado deste mundo por Ele, num ato soberano.
A primeira razão apontada pelo texto é que Enoque viveu pela fé. Ele não apenas falava sobre Deus, mas caminhava com Ele. Em Hebreus 11:6, lemos:
“Ora, sem fé é impossível agradar-lhe; porque é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe e que é galardoador dos que o buscam.”
A fé verdadeira é aquela que se traduz em obediência prática, esperança viva e dependência contínua de Deus. Enoque não era perfeito, mas sua vida demonstrava uma constante busca por Deus. Ele fazia o que era reto diante d’Ele, mesmo em meio a uma geração corrupta.
Para a igreja hoje, isso significa:
Não viver pela aparência ou religiosidade.
Cultivar uma vida de intimidade com Cristo.
Praticar a justiça, amar a misericórdia e andar humildemente com o nosso Deus (Miquéias 6:8).
A fé genuína se manifesta em obras, pois “a fé sem obras é morta” (Tg 2:17). Uma vida de fé é visível, audível e transformadora.
Outro aspecto notável na vida de Enoque é que ele pregava o que vivia. Em Judas 1:14-15, lemos:
“Também profetizou Enoque, o sétimo desde Adão, dizendo: ‘Eis que o Senhor vem com os seus santos milhões, para executar juízo contra todos e convencer a todos os ímpios de todas as suas obras ímpias que têm feito e de todas as palavras duras que ímpios pecadores têm proferido contra ele.'”
Isso revela que Enoque não apenas andava com Deus, mas também falava a Palavra de Deus. Sua mensagem era profética, corajosa e pertinente ao contexto em que vivia. Num tempo em que a maldade cobria a terra, ele pregava o juízo vindouro e a necessidade de voltar-se para Deus.
Hoje, a igreja precisa:
A mensagem cristã não pode ser desvinculada da vida do mensageiro. Como disse Jesus: “Pelo fruto se conhece a árvore” (Mt 12:33).
O versículo que melhor resume a essência da vida de Enoque é Gênesis 5:24:
“E andou Enoque com Deus; e não apareceu mais, porque Deus o levou.”
“Andar com Deus” não é uma atividade ocasional, mas um estilo de vida contínuo, que envolve:
Andar com Deus é:
Este relacionamento contínuo é o que prepara o servo de Deus para qualquer propósito. Foi isso que preparou Enoque para ser transladado. É isso que prepara a Igreja para o encontro com Cristo — quer seja em morte, quer seja no arrebatamento.
Muitos estudiosos veem em Enoque um tipo ou figura da Igreja fiel que será arrebatada antes do juízo final. Isso não é uma doutrina explícita das Escrituras, mas sim uma aplicação simbólica. A ideia de que Deus preserva Seu povo antes do juízo aparece em várias partes da Bíblia, como em Apocalipse 3:10:
“Porquanto guardaste a palavra da minha paciência, também eu te guardarei da hora da tentação que há de vir sobre todo o mundo, para experimentar os que habitam sobre a terra.”
Assim como Enoque foi tirado antes do dilúvio, muitos creem que a Igreja será retirada antes da grande tribulação. Mas isso pressupõe uma condição: estar em comunhão com Deus. Andar com o Senhor é o que torna alguém apto a estar com Cristo no arrebatamento.
A história de Enoque nos desafia a examinar nossa própria vida espiritual. Ele viveu numa época difícil, mas manteve uma comunhão íntima com o Senhor. Podemos aprender com ele:
Viver pela fé, não pela vista.
Proclamar a Palavra de Deus, mesmo quando ela for contrária ao espírito do tempo.
Andar continuamente com Deus, buscando Sua face em oração, adoração e obediência.
Como Enoque, precisamos entender que Deus valoriza a intimidade. Ele deseja que estejamos com Ele, agora e para sempre. Que possamos, como Enoque, ouvir o chamado de Deus e sermos arrebatados para Sua presença — não por merecimento próprio, mas por graça, mediante a obra redentora de Cristo na cruz.
“Portanto, se já ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas lá de cima, onde Cristo está assentado à destra de Deus. Pensai nas coisas lá de cima, e não nas que são da terra.” — Colossenses 3:1-2
Esboço de Pregação em Hebreus 11:5-6 – “Pela fé, Enoque foi transladado para que não visse a morte; e não foi achado, porque Deus o transportou. Antes de ser transladado, alcançou o testemunho de que agradava a Deus. De facto, sem fé é impossível agradar a Deus, pois é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que Ele existe e que recompensa aqueles que O procuram.”