Estudo Bíblico em Apocalipse 3:7-13 – Escreva ao anjo da igreja em Filadélfia isto: “Isto diz aquele que é santo e verdadeiro, que tem a chave de Davi; o que ele abre, ninguém fecha; e o que ele fecha, ninguém abre: Conheço as suas obras. Eis que pus diante de ti uma porta aberta, que ninguém pode fechar; porque tens pouca força, guardaste a minha palavra e não negaste o meu nome. Eis que farei aos da sinagoga de Satanás, aos que se dizem judeus e não são, mas mentem — eis que os farei prostrar-se aos teus pés, e saberão que eu te amo.
A cidade de Filadélfia era uma das sete mencionadas no Apocalipse. Localizava-se na Lídia, região da Ásia Menor (atual Turquia), e foi fundada por Átalo II Filadelfo, rei de Pérgamo, por volta do século II a.C. Seu nome significa “amor fraternal”, uma qualidade que se reflete também no caráter da igreja ali estabelecida.
Era uma região de solo fértil, importante rota de comércio, mas também sujeita a terremotos, o que trazia instabilidade à sua população. Espiritualmente, a igreja em Filadélfia é a única, junto com Esmirna, que não recebe repreensão de Cristo, sendo elogiada por sua fidelidade, mesmo com recursos limitados.
“Estas coisas diz o Santo, o Verdadeiro, aquele que tem a chave de Davi, que abre, e ninguém fechará, e que fecha, e ninguém abrirá.”
Jesus se apresenta como:
Toda porta de oportunidade, salvação e ministério está nas mãos do Senhor. Devemos buscar discernir o tempo de Deus e confiar em Sua soberania.
“Eis que pus diante de ti uma porta aberta, a qual ninguém pode fechar.”
Essa porta simboliza:
Historicamente, muitos interpretam que essa fase representa o período dos grandes avivamentos e missões no século XVIII e XIX, quando evangelistas como John Wesley, George Whitefield, Dwight L. Moody e outros proclamaram o Evangelho com poder e simplicidade.
Mesmo com “pouca força”, Deus honra a fidelidade. Ele abre portas para quem guarda Sua Palavra, mesmo sem grande influência ou recursos.
“Tendo pouca força, guardaste a minha palavra, e não negaste o meu nome.”
A igreja em Filadélfia não era influente ou numerosa, mas era fiel. Guardava a Palavra e honrava o nome de Cristo, mesmo sob pressão.
Deus não busca grandeza humana, mas obediência. Ele valoriza aqueles que permanecem fiéis em meio às lutas.
“Eis que farei que alguns dos que são da sinagoga de Satanás… venham, e adorem prostrados aos teus pés…”
Aqui, “sinagoga de Satanás” refere-se a falsos religiosos, que perseguiam os fiéis. Cristo promete que esses opositores reconhecerão, no fim, que Deus ama Seu povo fiel.
Em vez de buscar vingança ou aprovação dos homens, confie que Deus mesmo vindicará a fidelidade do seu povo.
“Porque guardaste a palavra da minha perseverança, também eu te guardarei da hora da provação…”
Essa promessa é interpretada por muitos como referência à grande tribulação futura (ver Mateus 24:21). Jesus promete livramento àqueles que perseveram na fé e na obediência.
A “tentação” aqui não é apenas uma luta contra o ecumenismo ou desvios doutrinários, mas aponta para uma tribulação global, da qual Cristo guardará os Seus, seja através do livramento direto ou sustentando-os com graça.
“Venho sem demora; guarda o que tens, para que ninguém tome a tua coroa.”
A volta de Jesus é certa e iminente. O Senhor exorta à vigilância e perseverança. Perder a “coroa” não significa perder a salvação, mas o galardão, a recompensa.
Em tempos de distração espiritual, a igreja é chamada à constância, para não perder o foco e o propósito.
“Ao que vencer, fá-lo-ei coluna no templo do meu Deus, e dele nunca sairá…”
O vencedor receberá:
Aquele que persevera será estabelecido por Deus de forma definitiva. Sua identidade será plenamente revelada no Reino vindouro.
“O reino dos céus é também semelhante a um homem negociante, que busca boas pérolas… e vende tudo para comprar uma de grande valor.”
Essa parábola representa o valor do Reino de Deus e o chamado ao discipulado radical. Não é correto associá-la diretamente à Igreja como sendo a “pérola” vista por Jesus.
Na parábola, o homem representa o discípulo, e a pérola representa o Reino de Deus ou a própria salvação. Assim, a aplicação é o chamado ao abandono de tudo para seguir a Cristo.
O Barroco foi, de fato, uma reação da Igreja Católica à Reforma, buscando apelar à emoção por meio da arte. Contudo, a associação com “pérola oca” como argumento espiritual carece de base bíblica. O importante é entender que formas estéticas não substituem a verdade do Evangelho.
A Igreja em Filadélfia nos ensina que ser pequeno não é problema, desde que sejamos fiéis. O Senhor abre portas, garante promessas e nos guarda do mal. Sua volta é certa, e Ele deseja nos encontrar vigilantes, cheios do Espírito, com a lâmpada acesa.