Marcos 14:10-26

Um Convite à Reflexão Pregação Expositiva em Marcos 14:10-26 - Então Judas Iscariotes, um dos Doze, dirigiu-se aos chefes dos sacerdotes a fim de lhes entregar Jesus. A proposta muito os alegrou, e lhe prometeram dinheiro. Assim, ele procurava uma oportunidade para entregá-lo. No primeiro dia da festa dos pães sem fermento, quando se costumava sacrificar o cordeiro pascal, os discípulos de Jesus lhe perguntaram: "Aonde queres que vamos e te preparemos a refeição da Páscoa?" Introdução de Marcos 14:10-26 A “Ceia do Senhor” ou “Santa Comunhão” é um dos momentos mais solenes e significativos da fé cristã. Ela já foi chamada de vários nomes, mas em sua essência, é um memorial que Jesus instituiu na noite anterior ao Seu sacrifício na cruz pelos nossos pecados. É um momento de lembrança, mas também de profunda reflexão. Ao longo dos anos, temos celebrado A Mesa do Senhor em diversas igrejas e de diversas formas. Muitas vezes, ao pregar sobre ela, usamos textos como 1 Coríntios 11 ou Isaías 53, ou os relatos mais detalhados de Mateus e Lucas. Mas o evangelho de Marcos, com sua linguagem direta e focada na ação, nos oferece uma perspectiva única e desafiadora. Marcos nos mostra não apenas o que aconteceu durante a Ceia, mas o que a precedeu e o que a seguiu. Ele nos convida a olhar para os corações e as atitudes das pessoas envolvidas, revelando verdades profundas sobre a fé, a traição e a redenção. Há lições cruciais para todos nós nos eventos e nas pessoas que cercam este momento tão sagrado. Antes da Ceia, Jesus esteve em Betânia, na casa de Simão, o leproso. Maria, num ato de profunda devoção, derramou um caríssimo perfume em Seus pés, ungindo-O para o sepultamento. Essa atitude, linda e profética, gerou críticas severas de alguns, especialmente de Judas Iscariotes (João 12:4-6). Jesus, no entanto, defendeu e honrou Maria, reconhecendo a pureza de seu coração e sua compreensão do que estava para acontecer. Este episódio é crucial, pois ele acende uma chama de descontentamento que levará aos eventos da Ceia. Desenvolvimento Corações à Mesa 1. A Escuridão de um Coração (Marcos 14:10-11) O texto de Marcos diz “Então”. Essa palavra é importante. Ela nos conecta diretamente ao que aconteceu em Betânia. Foi depois daquele jantar, depois do ato de Maria e depois da repreensão de Jesus aos críticos, que Judas Iscariotes agiu. Ele, que havia liderado o ataque a Maria por conta do perfume, foi imediatamente aos principais sacerdotes e iniciou o plano para entregar Jesus. Por que naquele momento? João 12:4-6 nos revela um Judas que não era um verdadeiro seguidor, mas um ladrão, que liderou a crítica por ser o tesoureiro e ter interesse no dinheiro. É provável que, naquele momento, Judas percebeu que suas visões de um reino terreno, com Jesus assumindo o poder e ele mesmo ganhando autoridade e riquezas, não se concretizariam da forma que esperava. Seu coração não estava em Jesus, mas em seus próprios interesses. Como não era um verdadeiro crente, Satanás encontrou uma porta aberta em seu coração. “Entrou, porém, Satanás em Judas, que tinha por sobrenome Iscariotes, um dos doze.” (Lucas 22:3) Judas entregou Jesus por 30 moedas de prata, o preço de um escravo (Mateus 26:14-15). Essa é uma lição séria para nós: A Mesa do Senhor não é um lugar para corações fingidos. Ninguém deve participar deste memorial se não tem um relacionamento verdadeiro e sincero com Cristo. A hipocrisia e a falta de compromisso, cedo ou tarde, são expostas. 2. Preparação para a Última Ceia (Marcos 14:12-16) Chegou o dia da Páscoa, a festa que relembra a libertação de Israel do Egito e que aponta para Jesus como o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo (João 1:29). Jesus, então, envia dois de Seus discípulos, Pedro e João (Lucas 22:8), para preparar a refeição. O interessante é que Jesus lhes dá instruções muito específicas, quase como um código: “Ide à cidade, e um homem, que leva um cântaro de água, vos encontrará; segui-o. E onde quer que entrar, dizei ao dono da casa: O Mestre pergunta: Onde está o meu aposento em que hei de comer a Páscoa com os meus discípulos? E ele vos mostrará um grande cenáculo mobilado e pronto; ali preparai-a para nós.” (Marcos 14:13-15). Judas não sabia o local, mas os discípulos fiéis seriam guiados. “Eles, pois, foram e acharam tudo como lhes dissera, e prepararam a Páscoa.” (Marcos 14:16) Aqui vemos a providência e a soberania de Jesus. Ele tinha tudo sob controle, mesmo em meio à traição iminente. Para nós, esta passagem nos ensina sobre obediência. Quando fazemos exatamente o que o Senhor nos diz, encontramos tudo preparado por Ele. Ele tem um lugar e um propósito para nós, e nos guiará se formos obedientes. 3. Pronunciamento ao Traidor: A Dor da Traição (Marcos 14:17-21) À mesa, em um momento de intimidade, Jesus perturbou Seus discípulos com a terrível notícia: “Em verdade vos digo que um de vós, que come comigo, me há de trair.” (Marcos 14:18). Imagine o pânico, a incredulidade e a tristeza nos corações dos discípulos. Cada um, em sua angústia, perguntava: “Porventura, sou eu?” (Marcos 14:19). Jesus, então, deu um aviso mais específico, apontando para Judas indiretamente: “É um dos doze, que mete comigo a mão no prato.” (Marcos 14:20). Ele não o expôs publicamente de imediato, dando a Judas uma última chance para se arrepender, um convite silencioso ao arrependimento. Mas Judas, endurecido pelo pecado e pela ação de Satanás, não podia e não quis se arrepender (João 13:21-25). “Na verdade, o Filho do Homem vai, como dele está escrito, mas ai daquele homem por quem o Filho do Homem é traído! Bom seria para o tal homem não haver nascido.” (Marcos 14:21) Isso nos leva a um autoexame sério. Muitas vezes, estamos à Mesa do Senhor, mas nosso coração está distante, envolvido com pecados ocultos ou com propósitos egoístas. A Ceia nos confronta: somos amigos de Jesus ou, em nosso interior, o traímos? 4. O Significado da Nova Aliança (Marcos 14:22-26) Este é o coração da Ceia. Jesus toma o pão, o parte e o entrega, dizendo: “Tomai, comei, isto é o meu corpo.” (Marcos 14:22). Depois, toma o cálice e diz: “Isto é o meu sangue, o sangue da nova aliança, que por muitos é derramado.” (Marcos 14:24). É muito claro que Jesus estava falando figurativamente. O pão não se tornou literalmente Sua carne, mas simboliza Seu corpo que seria entregue e partido por nós na cruz. O cálice, com o vinho, simboliza Seu sangue que seria derramado para selar uma “Nova Aliança” – um novo pacto com Deus, baseado não em leis, mas na graça, no perdão dos pecados e na promessa de vida eterna. “Porque todas às vezes que comerdes este pão e beberdes este cálice anunciais a morte do Senhor, até que venha.” (1 Coríntios 11:26) Este memorial é um convite para os verdadeiros crentes. É um momento de proclamar nossa fé na morte e ressurreição de Cristo, e de esperar por Sua volta. Mas, antes de participar, a Palavra nos exorta: “Examine-se, pois, o homem a si mesmo, e assim coma deste pão e beba deste cálice.” (1 Coríntios 11:28) Os discípulos, embora fossem verdadeiros crentes, ainda eram falhos. Eles abandonariam Jesus (Marcos 14:27) e Pedro O negaria (Marcos 14:29-31). A Ceia, portanto, não é para os perfeitos, mas para os arrependidos que confiam em Cristo. É um momento de confissão e renovação da fé. Conclusão A Mesa do Senhor, descrita por Marcos, é um espelho para nossas almas. Ela nos confronta com algumas perguntas cruciais: Quem você é à Mesa? Você é como a multidão que segue Jesus por conveniência, repreendendo quem clama por socorro? Você é como Judas, cujo coração está cheio de interesses egoístas e pronto para trair? Ou você é como os discípulos que, mesmo com suas falhas, foram obedientes e procuraram preparar o caminho para o Mestre? Você é um falso crente ou um verdadeiro crente? Se há algo em seu coração que o impede de se achegar a Jesus com sinceridade, arrependa-se hoje! Não adie a sua decisão. Se você é um "falso crente", a Ceia é um convite para que você se torne um verdadeiro crente antes que seja tarde demais. Jesus ainda está de braços abertos para perdoar e transformar. Se você é um verdadeiro crente, como você se aproxima da Mesa? Com um coração examinado, com pecados confessados e com a fé renovada na obra de Cristo. A Ceia não é para nos condenar, mas para nos lembrar do amor de Jesus e nos fortalecer. Que este memorial seja para nós um momento de profunda comunhão com o Senhor, de lembrança do Seu sacrifício e de renovação do nosso compromisso com Ele. Que possamos sair daqui, não apenas lembrando o que Ele fez, mas vivendo a realidade da Sua Nova Aliança em nós. Amém. Mais Esboços de Pregação A Ceia do Senhor - 1 Coríntios 11:23 Deus tem um Banquete - Lucas 14:16-23 Convite e Rejeição - Lucas 14:17-21

Marcos 14:10-26

A última Ceia – Marcos 14:10-26

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