Arquivos estudo bíblico sobre os evangelhos

Quatro facetas da pessoa de Jesus Versículo para aprender de cor: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai, senão por mim.” João 14:6 Introdução Para os servos do Senhor não há assunto mais importante e edificante do que a vida e o ministério de Jesus. Quanto melhor o entendemos, mais maravilhados ficamos com Jesus, o nosso Salvador e Senhor. Os quatro Evangelhos apresentam Jesus tal como foi visto pelos discípulos. Não um Jesus imaginado, mas o verdadeiro Jesus (II Pe. 1: 16, I Jo. 1: 1-3). Todos apresentam a mesma pessoa, o mesmo Jesus, mas cada um dá uma ênfase diferente. Daí a sua extraordinária riqueza. O evangelho de Mateus: Jesus como Rei Mateus escreve para os judeus. Usa a expressão “reino dos céus” e não “ reino de Deus” porque os Judeus evitavam usar o nome “Deus”. Apresenta Jesus como o Messias, o rei, que os judeus esperavam. Como os profetas anunciaram que um filho de Davi seria o Messias (Ez. 34: 23, 37: 24, 25, Os. 3: 5), Mateus apresenta a genealogia de Jesus para mostrar que ele é o Messias, o filho do rei Davi por descendência (Mat.1: 1). Usa doze vezes o título “filho de Davi” em relação a Jesus para mostrar que nele a profecia estava a ser cumprida. Davi serviu o povo sendo bondoso e misericordioso. Assim Mateus apresenta Jesus como o Messias, o filho de Davi, evidenciando as características do Seu ministério (Mt. 15: 22, 20: 30, 31). Nesta perspectiva, Mateus apresenta alguns aspectos salientes da vida e ministério de Jesus, tais como: Relata que, ao nascer, homens sábios perguntaram por ele (Mt. 2: 1); Mostra como Jesus pregou: “o reino dos céus está próximo” (Mt.3: 2); Afirma que Jesus era o Messias, o rei, instruído na Lei de Moisés (Dt. 17: 18-20,18: 15-19). Apresenta o ensino de Jesus em cinco blocos (cap. 5-7, 10, 13, 18, 24-25); Regista o ensino das sete parábolas do reino (Mt. 13); Narra como Jesus entrou em Jerusalém num jumento, como os reis faziam quando vinham em paz, cumprindo assim uma profecia (Mt. 21: 4, 5; Zac. 9: 9); Descreve como os meninos no Templo clamaram “Hosana ao filho de Davi” (Mt. 21: 15, 16); Anota que na cruz havia um letreiro dizendo: “Este é Jesus, rei dos Judeus” (Mt. 27: 37); E que, depois da ressurreição, Jesus, como rei, deu ordens aos seus súbditos (Mt. 28: 18). O evangelho de Marcos: Jesus como servo Marcos escreveu para os Romanos. Não era um dos “doze” mas, por ser amigo de Pedro, escreveu as coisas de que este costumava falar (At. 12: 12, I Pe. 5: 13). Por exemplo: Relata que Jesus dormiu sobre uma almofada no barco de Pedro. Explica aspectos da cultura judaica sempre que acha necessário (Mc. 7: 2-4, 14: 12). Regista algumas das palavras aramaicas que Jesus usou, exactamente como foram ditas (Mc. 5: 41; 7: 34; 14: 36). Além disso, escreve no presente histórico e não no tempo passado, lembrando como Pedro relatou tudo como se os eventos fossem actuais. (Por exemplo, em vez de “ele disse” escreveu “ele diz”, facto que se perde um pouco na tradução portuguesa). Jesus é apresentado como o rei-servo, isto é, como o rei que se tornou servo ou escravo. Não veio para ser servido mas para servir (Mc. 10: 45). Por isso Marcos não regista nada acerca da sua genealogia, porque ninguém se preocupa com a ascendência familiar dum escravo. Foca a atenção naquilo que Jesus fez, mostrando que, como escravo obediente, executou ordens com prontidão, cumprindo a profecia de Isaías (Is. 42: 1-3, 50: 4, 5). Por isso descreve o seu ministério usando com frequência palavras como “imediatamente”, “sem demora” e “logo” (Mc. 1: 10, 12, 20). Este cumprimento imediato de ordens resulta num Evangelho cheio de ação. Este dinamismo era muito apelativo para os romanos. Marcos relata que Jesus começou o seu ministério na Galileia. Depois, tal como ouviu de Pedro, pescador no Mar de Galileia, Marcos informa-nos de cinco travessias de barco que Jesus fez no mar: Mc. 4: 35-41, 5: 21, 6: 45-52, 8: 10, 13. Note-se que o lado ocidental do mar, a Galileia, era judaico, enquanto o lado oriental, Decápolis, era gentílico. Marcos mostra que aquilo que Jesus fez no lado oriental do mar também fez no lado ocidental. Num e noutro lado Jesus curou os doentes e alimentou multidões com pão: Mc. 5.21-6:44; 6:53 - 8: 8. Deste modo, Marcos estrutura o seu Evangelho para mostrar que Jesus veio para ser servo de todos, incluindo os gentios. Menciona que houve tempestades em duas das travessias para Decápolis, porque o adversário não queria que os gentios chegassem a conhecer Jesus (Mc. 4:35-41, 6:45-53). O evangelho de Lucas: Jesus como homem perfeito Lucas, um grego, escreveu para os gregos cultos. Ocupa muito espaço com os discursos de Jesus porque isso agradava aos gregos. Antes de escrever, examina toda a evidência quanto à vida de Jesus (Lc. 1: 1-4). Pensa-se que, através deste evangelho, Lucas estava a apresentar uma defesa em favor da igreja, numa época em que esta era atacada e perseguida. Lucas apresenta Jesus como o homem perfeito, tomando em consideração que os gregos se interessavam pela humanidade, pela compreensão e pelo cuidado das pessoas. Relata que Jesus, desde criança, foi cheio de sabedoria e sujeito aos pais. Lucas 2: 40, 52. Mostra que Jesus não discriminava os gentios. Luc. 2: 29-32, Isa. 49: 6. Mostra que tinha compaixão por aqueles que sofriam: A viúva de Naim (Cap. 7), o bo Samaritano (Cap. 10), o filho pródigo (Cap. 15), o pedinte Lázaro (Cap. 16), o cobrador d impostos Zaqueu (Cap. 19), o criminoso arrependido, na cruz (Cap. 23). Mostra que Jesus não discriminava as mulheres, como muitos faziam naquele tempo, ao apresentar 27 pares de histórias que num lado focam o caso dum homem e no outro duma mulher. Relata que, quando Jesus foi apresentado no Templo, Simeão e Ana o reconheceram Luc.1:22-38. Relata que na sinagoga de Nazaré Jesus falou a uma mulher de Serepta e a um homem chamado Naamã, o Sírio. Luc. 4:25-27. Lucas, o médico (Col. 4: 14), também apresenta Jesus, usando a palavra grega Soter que significa médico ou salvador, como o Salvador de que os homens precisam. Luc. 1:47, 5: 31. O evangelho de João: Jesus como Deus João apresenta Jesus como Deus. Não menciona nem a sua genealogia, nem o seu nascimento, infância ou juventude. Apresenta-o como “a Palavra” ou “o Verbo”, não tendo princípio: “No princípio era o Verbo e o Verbo era Deus.” João 1:1. Explica que “o Verbo se fez carne e habitou entre nós.” João 1: 14. O Deus eterno tornou-Se um de nós, visitou o nosso planeta e viveu entre nós. Apresenta Jesus como o filho de Deus, a explicação perfeita de tudo o que Deus é (João 1:18) e aquele que oferece vida eterna. A sua preocupação é que possamos conhecê-lo. João 20: 30, 31. Por isso o evangelho está muito estruturado à volta do número sete. Apresenta três fontes de evidência para comprovar a divindade de Jesus: as sete testemunhas, os sete sinais e as sete grandes afirmações. A lei judaica dizia que duas ou três testemunhas eram suficiente para estabelecer uma verdade. Mas João apresenta sete testemunhas que declaram que Jesus é Deus: João Baptista, Natanael, Pedro, Marta, Tomé, João e o próprio Jesus. João relata sete milagres especiais que Jesus operou no poder do Espírito Santo e chama-lhes sinais porque confirmam a sua palavra: transformou água em vinho; curou o filho dum nobre à distância, sem o ver nem tocar; curou um homem que tinha sido paralítico durante 38 anos; alimentou uma multidão de 5.000 homens, fora mulheres e crianças; andou sobre a água; deu vista a um homem cego de nascença; e ressuscitou Lázaro, que tinha morrido havia 4 dias. João regista as sete grandes afirmações que Jesus fez acerca de si próprio. João 6: 35, 8: 28, 10: 9, 11, 11: 25, 14: 6, 15: 1. Cada uma começa com a frase “Eu sou”. Muitas vezes Jesus usou esta frase: João 4: 26; 6: 20; 8: 24, 28, 58; 13: 19; 18: 5-8. Jesus usou esta frase intencionalmente, porque a expressão “Eu sou” é idêntica ao nome divino que o Senhor revelou a Moisés no Monte Sinai na sarça ardente (Ex. 3: 14). Ao usar esta frase “Eu sou”, Jesus estava de facto a declarar que era Deus. Conclusão Vemos portanto nos Evangelhos Jesus como Rei, Servo, Homem perfeito e Deus. Estes aspectos estão também presentes em visões dadas ao profeta Ezequiel e ao apóstolo João. Estes dois servos tiveram visões do trono de Deus rodeado por quatro criaturas vivas que tinham o rosto de um leão, um boi, um homem e uma águia (Ezeq. 1: 10; Apoc. 4: 6, 7.) O leão simboliza Jesus como Rei e o boi como Servo; Jesus foi também o Homem perfeito, e a águia fala de Jesus como Deus (aquele que vem dos céus). Este é o retrato perfeito e completo que os evangelhos nos dão de Jesus: Ele é o Rei-Servo e o Deus-Homem. Não há outro como Ele (Col. 1: 15-20). Por isso Ele é verdadeiramente digno de toda a adoração. Mais Esboço de Pregação Você Sabia? - A Parábola da Semente João 4:25-26 - Jesus é o que fala com o homem Os Evangelhos - João 14:19