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Misericórdia de mim! – Lucas 6:36-42

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Misericórdia de mim!

Esboço de Pregação Expositiva em Lucas 6:36-42 – “Sede, pois, misericordiosos, como também vosso Pai é misericordioso.”

Introdução de Lucas 6:36-42

Imagine que você tem uma dívida impossível de pagar. Todos os dias, o peso dessa dívida te esmaga. Então, um dia, o credor te chama, rasga a sua nota promissória e diz: “Está tudo perdoado. Você não me deve mais nada”. Como você se sentiria? Aliviado? Grato? Livre?

É exatamente isso que Deus fez por nós por meio de Jesus Cristo. Nossa dívida era o pecado, e a consequência era a morte. Mas Deus, em sua infinita misericórdia, nos perdoou. A palavra do Senhor Jesus no versículo 36 não é uma sugestão, é um chamado para vivermos à luz dessa realidade: “Sede misericordiosos, assim como o vosso Pai é misericordioso.”

Ele não nos pede para fazer algo que Ele mesmo não fez. Ele nos chama para sermos um reflexo do Seu caráter para o mundo. A misericórdia não é apenas um sentimento de pena, mas uma ação que nasce de um coração transformado pela graça, é uma experiência de Salvação. A pergunta que este texto nos faz hoje é: Será que a nossa vida diária reflete o coração misericordioso do Pai? Vamos ver o que Jesus nos ensina.

Desenvolvimento

Jesus nos mostra, neste texto, quatro áreas práticas da vida em que podemos verificar se somos realmente misericordiosos como o Pai.

1. SOU GRACIOSO NO JULGAMENTO? (Lucas 6:37)

“Não julgueis, e não sereis julgados; não condeneis, e não sereis condenados; soltai [perdoai], e soltar-vos-ão [sereis perdoados].”

Ser gracioso significa abandonar a posição de juiz e promotor na vida dos outros. É muito fácil sentar em nosso tribunal particular e emitir sentenças sobre as atitudes, palavras e motivações das pessoas. Fazemos isso o tempo todo, muitas vezes sem nem perceber.

O Senhor Jesus nos alerta que a mesma régua que usamos para medir os outros será usada para nos medir. Isso não significa que não podemos discernir o certo do errado, mas que não devemos ter um espírito condenatório. O nosso papel não é condenar, mas restaurar. Em vez de apontar o dedo, devemos estender a mão.

Lembre-se da parábola do servo que foi perdoado de uma dívida enorme, mas se recusou a perdoar uma dívida minúscula de seu colega (Mateus 18:23-35). Ele não entendeu a graça que recebeu.

Pense em alguém que você julgou ou condenou em seu coração esta semana. Você tem agido como um juiz ou como um irmão que busca o perdão e a restauração? Quem você precisa “soltar” do seu tribunal interior hoje? Lembre-se: quem vive da graça de Deus, oferece graça aos outros.

2. SOU GENEROSO NA DOAÇÃO? (Lucas 6:38)

“Dai, e ser-vos-á dado; boa medida, recalcada, sacudida e transbordando vos darão; porque com a mesma medida com que medirdes também vos medirão de novo.”

A misericórdia se expressa através da generosidade. Jesus usa uma imagem muito forte, vinda do mercado daquela época. Quando alguém comprava grãos, o vendedor enchia a medida, pressionava para caber mais (recalcada), chacoalhava para preencher todos os espaços (sacudida) e ainda colocava mais por cima até derramar (transbordando).

É assim que Deus age conosco! Ele não é econômico em Suas bênçãos. Da mesma forma, nossa generosidade não deve ser calculista. Muitas vezes, nosso medo de que vai faltar nos impede de doar. Mas a Bíblia ensina que a generosidade é um ato de fé. Generosidade não se limita a dinheiro. Podemos dar nosso tempo para ouvir alguém, oferecer uma palavra de ânimo, compartilhar um conhecimento ou simplesmente dar um abraço.

Como você tem usado os recursos que Deus te deu (tempo, talentos, dinheiro)? Suas mãos estão abertas para abençoar ou fechadas pelo medo e pelo egoísmo? Desafie-se a praticar um ato de generosidade surpreendente esta semana, sem esperar nada em troca.

3. SOU GUIADO PELA VERDADE? (Lucas 6:39-40)

“Pode porventura um cego guiar outro cego? Não cairão ambos na cova? O discípulo não é superior ao seu mestre; mas todo o que for perfeito [bem instruído] será como o seu mestre.”

É impossível guiar alguém por um caminho que não conhecemos. Jesus alerta sobre o perigo de querermos corrigir ou orientar os outros sem antes estarmos sendo guiados por Ele, o Mestre. Um “cego” espiritual é alguém que não tem a luz de Cristo em sua própria vida, que fala o que não vive.

A misericórdia exige humildade. Precisamos reconhecer que somos discípulos, ou seja, eternos aprendizes de Jesus. Só podemos compartilhar aquilo que recebemos dEle. Nosso objetivo não é que as pessoas nos sigam, mas que, através do nosso exemplo, elas vejam e sigam a Cristo. Nossa vida precisa ser um mapa que aponta para Jesus.

Quem é o seu guia? Suas decisões, palavras e atitudes são guiadas pelos ensinos de Jesus ou por suas próprias opiniões e achismos? As pessoas que olham para você são levadas para mais perto de Cristo ou se afastam por causa do seu exemplo?

4. SOU GENUÍNO NA AVALIAÇÃO? (Lucas 6:41-42)

“E por que atentas tu no argueiro [cisco] que está no olho do teu irmão, e não reparas na trave que está no teu próprio olho?”

Esta é talvez a imagem mais forte de todo o texto. É a imagem da hipocrisia. Jesus nos mostra como é absurdo sermos especialistas em diagnosticar os pequenos erros dos outros (um cisco) enquanto ignoramos os nossos próprios pecados gigantescos (uma trave de madeira).

A verdadeira misericórdia começa com a autoavaliação sincera. É olhar para o espelho da Palavra de Deus e pedir: “Senhor, mostra-me onde eu preciso mudar.” O objetivo não é nos tornarmos perfeitos para depois ajudar os outros. O objetivo é tirar a trave do nosso olho para que possamos enxergar com clareza e, com um espírito humilde e amoroso, ajudar nosso irmão a tirar o cisco do olho dele. A correção fraterna é um ato de amor, mas a acusação hipócrita é um ato de orgulho.

Antes de corrigir ou criticar alguém, você tem o hábito de orar e se autoexaminar? Peça a Deus para te mostrar as “traves” em sua vida. A misericórdia genuína nos leva a dizer: “Deus, tem misericórdia de mim, que sou pecador, antes que eu aponte o pecado do outro.”

Conclusão de Lucas 6:36-42

Ser misericordioso, no fim das contas, é simplesmente viver como alguém que entende a gigantesca misericórdia que recebeu de Deus. Não é uma tentativa de ganhar o favor de Deus, mas uma resposta de gratidão por já tê-lo recebido.

  • A misericórdia nos chama a julgar menos e perdoar mais.
  • A misericórdia nos chama a reter menos e compartilhar mais.
  • A misericórdia nos chama a falar menos de nós e a seguir mais a Jesus.
  • A misericórdia nos chama a apontar menos para os outros e a examinar mais a nós mesmos.

Que a nossa oração hoje não seja apenas um pedido, mas uma entrega: “Senhor, enche-me tanto da Tua misericórdia que ela transborde de mim para todos ao meu redor. Faz-me misericordioso, como Tu és!” Que o mundo possa olhar para nós e ver não a nossa perfeição, mas um reflexo do amor e do perdão do nosso Pai Celestial.

Esboço de Pregação Expositiva em Lucas 6:36-42 – “Sede, pois, misericordiosos, como também vosso Pai é misericordioso.”


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