Conhecidos e Cuidados pelo Bom Pastor
Pregação Expositiva em João 10:11-18 – “Eu sou o bom Pastor; o bom Pastor dá a sua vida pelas ovelhas.”
Tipo de Pregação: Expositiva
Como Usar este Esboço
- Leia João 10:1-21 para compreender o contexto completo. Jesus está contrastando-Se com os fariseus, que eram falsos pastores.
- O objetivo é evangelístico: mostrar aos visitantes o cuidado de Jesus e convidá-los a fazer parte do rebanho.
- A metáfora do pastor era muito conhecida no mundo bíblico. Use ilustrações que conectem com a realidade atual.
Introdução
Na Palestina do primeiro século, pastorear ovelhas era uma profissão comum. Todos conheciam a rotina: o pastor que sai com o rebanho de madrugada, que busca pastos verdes e águas tranquilas, que protege as ovelhas de predadores, que carrega as fracas nos braços, que conhece cada uma pelo nome.
Quando Jesus disse “Eu sou o bom Pastor”, Seus ouvintes entenderam imediatamente. Ele estava usando uma imagem que permeava toda a cultura deles – e toda a história de Israel.
Davi escreveu: “O Senhor é o meu pastor, nada me faltará” (Sl 23:1). Deus prometeu através de Ezequiel: “Eu mesmo apascentarei as minhas ovelhas” (Ez 34:15). Agora, Jesus Se apresenta como o cumprimento dessas promessas.
Mas Jesus não é apenas um pastor entre outros. Ele é o bom Pastor. O pastor modelo. O pastor que se destaca de todos os outros. E a prova disso? Ele dá a vida pelas ovelhas.
Nesta passagem, Jesus revela verdades preciosas sobre Seu relacionamento com aqueles que Lhe pertencem. Ele conhece Suas ovelhas, cuida delas e as une em um só rebanho.
O Pastor que Conhece
“Eu sou o bom Pastor, e conheço as minhas ovelhas, e das minhas sou conhecido.” (João 10:14)
A primeira marca do bom Pastor é o conhecimento íntimo. Jesus conhece Suas ovelhas.
Conhecimento pessoal, não genérico
Na língua grega, a palavra usada para “conhecer” (ginōskō) indica muito mais do que informação. Indica relacionamento pessoal, intimidade, experiência direta.
Jesus não conhece Suas ovelhas como um censo conhece a população – números, estatísticas, dados. Ele conhece como um pai conhece seus filhos. Individualmente. Pessoalmente. Profundamente.
Ele disse no versículo 3: “Ele chama as suas ovelhas pelo nome.” Não é conhecimento de massa. É conhecimento de cada uma.
Você não é um número para Jesus. Não é mais um na multidão. Ele sabe seu nome. Conhece sua história. Entende suas lutas. Vê suas lágrimas. Ouve suas orações silenciosas.
Conhecimento mútuo
Observe que o conhecimento é recíproco: “Conheço as minhas ovelhas, e das minhas sou conhecido.”
As ovelhas também conhecem o Pastor. Reconhecem Sua voz. Confiam nEle. Seguem-nO.
Isso distingue as verdadeiras ovelhas. Não basta estar no rebanho geograficamente. É preciso conhecer o Pastor – ter relacionamento real com Ele, não apenas religião sobre Ele.
Jesus disse: “As minhas ovelhas ouvem a minha voz; eu as conheço, e elas me seguem” (Jo 10:27). Ouvir. Conhecer. Seguir. São marcas das ovelhas verdadeiras.
Como o Pai e o Filho se conhecem
Jesus elevou ainda mais esse conhecimento: “Assim como o Pai me conhece a mim, também eu conheço o Pai” (v.15).
Que comparação extraordinária! O conhecimento entre Jesus e Suas ovelhas é comparado ao conhecimento entre o Pai e o Filho. Intimidade perfeita. Comunhão completa. Amor profundo.
Isso é o que Jesus oferece aos que são Seus. Não uma religião distante. Não um Deus inacessível. Mas conhecimento íntimo, modelado na própria comunhão da Trindade.
O Pastor que Dá a Vida
“…e dou a minha vida pelas ovelhas.” (João 10:15)
A segunda marca do bom Pastor é o sacrifício supremo. Jesus não apenas conhece Suas ovelhas – Ele morre por elas.
O contraste com o mercenário
Jesus fez um contraste marcante entre Ele e o mercenário (vv.12-13). O mercenário trabalha por salário. Quando vê o lobo chegando, foge. Abandona as ovelhas. Não se importa realmente com elas.
Os fariseus eram assim. Deveriam ser pastores de Israel, mas exploravam o povo em vez de cuidar dele. Buscavam seus próprios interesses. Quando as ovelhas precisavam de proteção, não estavam lá.
Mas Jesus é diferente. Ele não foge do perigo. Ele enfrenta o lobo. E mais: Ele entrega a própria vida para salvar as ovelhas.
Sacrifício voluntário
Observe que Jesus não disse “perco minha vida” ou “tiram minha vida”. Disse “dou minha vida”. É ação voluntária. É escolha deliberada.
Ele explicou mais adiante: “Ninguém a tira de mim, mas eu de mim mesmo a dou; tenho autoridade para a dar, e autoridade para tornar a tomá-la” (v.18).
Na cruz, não foram os soldados romanos que tiraram a vida de Jesus. Não foram os líderes judeus. Jesus entregou Sua vida voluntariamente. Foi um ato de amor soberano.
Amor demonstrado na cruz
Por que Jesus deu Sua vida? Por amor às ovelhas.
Paulo escreveu: “Mas Deus prova o seu amor para conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores” (Rm 5:8).
As ovelhas não mereciam esse sacrifício. Eram ovelhas perdidas, desgarradas, feridas pelo pecado. Mas o Bom Pastor as amou a ponto de morrer em seu lugar.
A cruz é a prova definitiva de que Jesus é o Bom Pastor. Ali Ele demonstrou até onde vai Seu amor. Ali Ele pagou o preço para trazer as ovelhas de volta ao Pai.
O Pastor que Une
“Ainda tenho outras ovelhas que não são deste aprisco; também me convém agregar estas, e elas ouvirão a minha voz, e haverá um rebanho e um Pastor.” (João 10:16)
A terceira marca do bom Pastor é a obra de reunir um rebanho universal.
Outras ovelhas além de Israel
Quando Jesus falou, Seu público imediato eram judeus. O “aprisco” mencionado era Israel – o povo da aliança, o rebanho de Deus no Antigo Testamento.
Mas Jesus revelou: “Tenho outras ovelhas que não são deste aprisco.” Quem são essas outras ovelhas? Os gentios. Todas as nações. Pessoas de toda língua, tribo e povo.
O plano de Deus sempre foi abençoar todas as famílias da terra através de Abraão (Gn 12:3). Jesus veio cumprir essa promessa. A salvação não seria exclusiva de Israel – seria para todo aquele que crer.
Um rebanho, um Pastor
O resultado da obra de Jesus seria “um rebanho e um Pastor.” Não dois rebanhos – judeus de um lado, gentios de outro. Um só rebanho. Unidos sob um só Pastor.
Paulo desenvolveu isso em Efésios: Cristo “de ambos os povos fez um, e derrubou a parede de separação que estava no meio… para criar em si mesmo dos dois um novo homem, fazendo a paz” (Ef 2:14-15).
A igreja é esse novo rebanho. Judeus e gentios. Homens e mulheres. Escravos e livres. Todos unidos em Cristo. Todos sob o cuidado do mesmo Bom Pastor.
A voz que une
Como essas ovelhas diversas se tornam um rebanho? Através da voz do Pastor: “Elas ouvirão a minha voz.”
O que nos une não é cultura, nacionalidade ou tradição. É a voz de Jesus. Quando pessoas de origens completamente diferentes ouvem o evangelho e respondem com fé, tornam-se parte do mesmo rebanho.
É isso que acontece na igreja. Pessoas que naturalmente não se juntariam estão unidas porque todas ouviram a mesma voz, seguem o mesmo Pastor, pertencem ao mesmo rebanho.
Os Benefícios de Pertencer ao Rebanho
“Eu vim para que tenham vida, e a tenham com abundância.” (João 10:10)
Por que vale a pena fazer parte do rebanho de Jesus? Porque o Bom Pastor cuida de Suas ovelhas de forma incomparável.
Vida abundante
Jesus não veio oferecer sobrevivência. Veio oferecer abundância. Não apenas existência, mas vida plena, significativa, eterna.
O ladrão vem para roubar, matar e destruir. Mas Jesus veio para dar vida – e vida em abundância (v.10).
Isso não significa ausência de problemas. As ovelhas ainda enfrentam lobos, vales escuros, caminhos difíceis. Mas têm um Pastor que as guia, protege e supre.
Segurança eterna
Jesus prometeu: “Dou-lhes a vida eterna, e nunca hão de perecer, e ninguém as arrebatará da minha mão” (Jo 10:28).
Ninguém. Nenhum inimigo. Nenhuma circunstância. Nenhum poder. As ovelhas de Jesus estão seguras em Sua mão.
E Ele acrescentou: “Meu Pai, que mas deu, é maior do que todos; e ninguém pode arrebatá-las da mão de meu Pai” (v.29). Dupla segurança. Mão do Filho e mão do Pai.
Provisão constante
Davi experimentou isso: “O Senhor é o meu pastor, nada me faltará” (Sl 23:1).
As ovelhas de Jesus não são abandonadas. Ele as conduz a pastos verdes e águas tranquilas. Restaura suas almas. Prepara mesa na presença dos inimigos. Faz transbordar o cálice.
A igreja que conhece Jesus como Bom Pastor testemunha: não nos tem faltado. Ele tem suprido nossas necessidades. Tem nos guiado nos caminhos certos. Tem nos consolado nos momentos difíceis.
O Convite para Entrar no Rebanho
“Eu sou a porta; se alguém entrar por mim, salvar-se-á, e entrará, e sairá, e achará pastagens.” (João 10:9)
Jesus não é apenas o Pastor – Ele é também a porta. A única entrada para o rebanho de Deus.
A condição da ovelha perdida
A Bíblia descreve o ser humano como ovelha perdida. Isaías escreveu: “Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo seu caminho” (Is 53:6).
A ovelha sem pastor é um animal vulnerável. Não tem garras para se defender. Não tem velocidade para fugir. Não tem visão aguçada para perceber o perigo. Sozinha, está condenada.
Assim é o ser humano sem Cristo. Perdido em seus pecados. Vulnerável aos ataques do inimigo. Sem direção. Sem esperança.
A busca do Pastor
Mas a boa notícia é que o Pastor busca a ovelha perdida. Jesus disse: “O Filho do Homem veio buscar e salvar o que se havia perdido” (Lc 19:10).
Ele não espera que a ovelha encontre o caminho sozinha. Ele vai atrás dela. Deixa as noventa e nove no aprisco e sai em busca da que se perdeu. E quando a encontra, coloca-a sobre os ombros com alegria (Lc 15:4-5).
Talvez você seja essa ovelha perdida. Longe de Deus. Ferido pela vida. Sem rumo. Saiba que o Bom Pastor está te buscando. Ele quer te trazer para o rebanho.
A decisão de entrar
Jesus disse: “Se alguém entrar por mim, salvar-se-á.” A porta está aberta. O convite está feito. Mas é preciso entrar.
Isso significa confiar em Jesus como Salvador e Senhor. Significa ouvir Sua voz e segui-Lo. Significa fazer parte do rebanho – não como visitante ocasional, mas como ovelha que pertence ao Pastor.
Conclusão
Jesus é o Bom Pastor. Ele conhece Suas ovelhas intimamente. Deu Sua vida por elas na cruz. E está reunindo um grande rebanho de todas as nações.
Para quem está no rebanho, há benefícios maravilhosos: conhecimento íntimo do Pastor, vida abundante, segurança eterna, provisão constante, comunhão com outros que também ouviram a voz de Jesus.
A igreja conhece esse Pastor. Tem experimentado Seu cuidado. Pode testemunhar: é maravilhoso pertencer ao rebanho de Jesus.
Mas talvez você ainda esteja fora. Talvez seja uma dessas “outras ovelhas” que Jesus quer agregar. Ele está chamando você. Sua voz está ecoando através desta mensagem.
O Bom Pastor quer cuidar de você. Ele conhece seus problemas, suas lutas, suas feridas. E Ele tem autoridade para salvar, curar, restaurar e guiar sua vida.
Tão somente um passo é necessário: aceitar Jesus como o Bom Pastor da sua vida. Entrar pela porta. Fazer parte do rebanho.
Ele deu a vida por você. Agora, entregue sua vida a Ele.
Perguntas Frequentes (FAQ)
1. O que significa Jesus ser o “bom” Pastor?
A palavra grega “kalos” (bom) significa mais do que moralmente bom. Significa “nobre”, “modelo”, “ideal”. Jesus é o Pastor perfeito, o padrão contra o qual todos os outros são medidos. A prova de Sua bondade suprema é o sacrifício: Ele dá a vida pelas ovelhas, algo que nenhum pastor comum faria.
2. Quem são as “outras ovelhas” que Jesus mencionou?
No contexto, Jesus estava falando com judeus. As “outras ovelhas que não são deste aprisco” são os gentios – pessoas de todas as nações que também seriam trazidas ao rebanho através do evangelho. A igreja hoje é formada por judeus e gentios unidos em Cristo, cumprindo a profecia de “um rebanho e um Pastor.”
3. Como posso saber se sou ovelha de Jesus?
Jesus deu as marcas de Suas ovelhas em João 10:27: “As minhas ovelhas ouvem a minha voz; eu as conheço, e elas me seguem.” Se você reconhece a voz de Jesus na Sua Palavra, se tem um relacionamento pessoal com Ele, e se O segue em obediência – você é ovelha dEle. A certeza vem do Espírito Santo que testifica com nosso espírito que somos filhos de Deus (Rm 8:16).
4. O que significa “ninguém as arrebatará da minha mão”?
Significa segurança eterna para as ovelhas de Cristo. Nenhum poder – satânico, humano ou circunstancial – pode arrancar uma verdadeira ovelha das mãos do Pastor. Isso não significa que ovelhas não podem se desviar temporariamente, mas que o Pastor não perde nenhuma que o Pai lhe deu. A segurança está fundamentada no poder de Cristo e do Pai, não na força das ovelhas.
5. Qual a diferença entre fazer parte do rebanho e apenas visitar a igreja?
Fazer parte do rebanho significa pertencer ao Pastor – ter relacionamento pessoal com Jesus, ouvir Sua voz, segui-Lo, estar comprometido com o corpo de Cristo. Visitar a igreja é estar perto do rebanho sem necessariamente pertencer a ele. As ovelhas de Jesus não são espectadoras ocasionais; são seguidoras comprometidas que conhecem e são conhecidas pelo Bom Pastor.
Mais Esboço de Pregação
- As características da Ovelha – João 10:1-18
- O Pastor e suas Ovelhas – Salmo 23:1-6
- E tomei para mim duas varas – Zacarias 11:7
- Quem é o meu Pastor? – Salmos 23:1




