Uma lição de Fidelidade no Serviço
Esboço de Pregação Expositiva em 2 Crônicas 1:3-5 – E foram Salomão e toda a congregação com ele ao alto que estava em Gibeão; porque ali estava a tenda da congregação de Deus, que Moisés, servo do Senhor, tinha feito no deserto. Mas Davi tinha feito subir a arca de Deus de Quiriate-Jearim ao lugar que Davi lhe tinha preparado; porque lhe tinha armado uma tenda em Jerusalém. Também o altar de cobre que tinha feito Bezalel, filho de Uri, filho de Hur, estava ali diante do tabernáculo do Senhor; e Salomão e a congregação o visitavam.
Introdução de 2 Crônicas 1:3-5
No início de seu reinado, o rei Salomão, o homem mais sábio do mundo, toma uma decisão importante. Antes de qualquer outra coisa, ele reúne todo o povo de Israel e vai até um lugar chamado Gibeão. Por que Gibeão? O texto nos diz: “porque ali estava a tenda da congregação de Deus, que Moisés, servo do Senhor, tinha feito no deserto.”
Por centenas de anos, o Tabernáculo, a casa móvel de Deus, esteve ali. E isso levanta uma pergunta: enquanto os reis lutavam, os juízes julgavam e o povo vivia suas vidas, quem cuidava fielmente da casa de Deus? A resposta nos leva a um povo surpreendente: os gibeonitas. A história deles começa de forma imperfeita, mas se torna um dos maiores exemplos de serviço e fidelidade em toda a Bíblia. Vamos aprender com eles hoje.
Desenvolvimento
1. Um Começo Imperfeito, Mas um Desejo de Viver (Josué 9)
A história dos gibeonitas começa no livro de Josué. Eles eram um dos povos cananeus que habitavam a Terra Prometida. Quando ouviram que o exército de Israel, liderado por Josué, estava conquistando tudo com o poder de Deus, eles sentiram medo. Eles sabiam que seriam destruídos, como Jericó e Ai.
Então, eles usaram de astúcia. Vestiram roupas velhas, pegaram pães mofados e foram até Josué, fingindo ser de uma terra muito distante. Eles enganaram os líderes de Israel para fazer uma aliança de paz. O erro de Israel foi grave: “…e não pediram conselho ao Senhor.” (Josué 9:14).
Quando a verdade foi descoberta, a aliança não podia ser quebrada. O começo dos gibeonitas entre o povo de Deus foi marcado pela mentira e pelo medo. Mas, por trás de tudo isso, havia um desejo: eles queriam viver e sabiam que a única forma de sobreviver era se unindo ao povo do Deus verdadeiro.
Muitas vezes, nossa chegada a Deus também não é perfeita. Viemos por medo, por necessidade ou em meio a erros. Mas Deus, em sua misericórdia, nos aceita. Como gentios, nós também éramos “estrangeiros” à aliança de Deus.
“Naquele tempo estáveis sem Cristo, separados da comunidade de Israel, e estranhos às alianças da promessa, não tendo esperança, e sem Deus no mundo.” (Efésios 2:12)
2. Uma sentença Transformada em Privilégio (Josué 9:27)
Como consequência de sua mentira, Josué deu a eles uma sentença: eles seriam para sempre servos do Tabernáculo. Josué declarou: “Assim, Josué os constituiu naquele dia rachadores de lenha e tiradores de água para a congregação e para o altar do Senhor…” (Josué 9:27).
O que parecia uma maldição, na verdade, se tornou um privilégio imenso. Eles, que deveriam ter sido destruídos, agora tinham um propósito eterno: servir na casa de Deus. Eles cuidariam do altar, forneceriam a lenha para os sacrifícios e a água para a purificação. Eles estariam envolvidos no serviço mais sagrado da nação.
Deus tem o poder de transformar nossa sentença em um chamado. As tarefas mais humildes na casa do Senhor são uma honra imensa. Não importa qual seja o seu passado, Deus te dá um lugar e um propósito em Sua obra.
“Pois um dia nos teus átrios vale mais do que mil em outra parte; prefiro estar à porta da casa do meu Deus a habitar nas tendas dos ímpios.” (Salmo 84:10)
3. Um legado de Fidelidade Silenciosa (2 Crônicas 1:3-5)
Agora, voltamos a Salomão. Passaram-se quase 500 anos desde a aliança feita por Josué. Israel teve juízes, o reinado de Saul e o de Davi. E durante todo esse tempo, os gibeonitas cumpriram sua função. Em silêncio, sem alarde, eles racharam a lenha e buscaram a água.
Enquanto Israel se ocupava com guerras e com a política do reino, os gibeonitas cuidaram do Tabernáculo. A fidelidade deles foi tão notável que eles foram completamente integrados ao povo:
- Um gibeonita chamado Ismaías se tornou um dos valentes do exército de Davi (1 Crônicas 12:4).
- Séculos depois, na reconstrução dos muros de Jerusalém, os descendentes dos gibeonitas estavam lá, trabalhando ao lado dos levitas (Neemias 3:7).
Eles não serviram por um dia ou por um ano. Eles criaram um legado de fidelidade que atravessou gerações.
Os gibeonitas são um tipo da Igreja fiel. Nós fomos enxertados na aliança de Deus pela Sua misericórdia e recebemos a honra de servir. Nosso serviço pode não ser famoso ou reconhecido pelos homens, mas a fidelidade constante é o que agrada a Deus.
“Ora, além disso, o que se requer dos despenseiros é que cada um deles seja encontrado fiel.” (1 Coríntios 4:2)
Conclusão de 2 Crônicas 1:3-5
A jornada dos gibeonitas nos ensina que não importa como começamos, mas como permanecemos. Eles começaram com medo e engano, mas se tornaram um símbolo de serviço fiel e perseverante.
Hoje, nós, a Igreja, fomos chamados para servir na casa de Deus. Nossas tarefas de “rachar lenha e tirar água” são o nosso louvor, nossa oração, nosso serviço uns aos outros e nosso testemunho ao mundo.
Que possamos olhar para o exemplo dos gibeonitas e desejar ter a mesma fidelidade. Uma fidelidade que não depende de reconhecimento, que não desiste com o tempo, mas que simplesmente encontra alegria em servir ao Senhor, geração após geração, até que Ele venha.
“Acolhei-vos, portanto, uns aos outros, como também Cristo nos acolheu para a glória de Deus.” (Romanos 15:7)
Esboço de Pregação em 2 Crônicas 1:3-5 – E foram Salomão e toda a congregação com ele ao alto que estava em Gibeão; porque ali estava a tenda da congregação de Deus, que Moisés, servo do Senhor, tinha feito no deserto.
Mais Esboço de Pregação
- Um Exemplo de Fidelidade – Josué 10:2
- Josué e os Gibeonitas – Josué 9:3-6
- A Glória do Senhor – Êxodo 40:34