Pregação Expositiva em Gálatas 6:1-5 – Irmãos, se alguém for surpreendido em algum pecado, vocês, que são espirituais deverão restaurá-lo com mansidão. Cuide-se, porém, cada um para que também não seja tentado. Levem os fardos pesados uns dos outros e, assim, cumpram a lei de Cristo. Se alguém se considera alguma coisa, não sendo nada, engana-se a si mesmo. Cada um examine os próprios atos, e então poderá orgulhar-se de si mesmo, sem se comparar com ninguém, pois cada um deverá levar a própria carga.
Este esboço de pregação foca na responsabilidade mútua de amor e restauração dentro da igreja, utilizando o conceito do Corpo de Cristo para instruir sobre como lidar com a queda de um irmão (o “Corpo Ferido”).
Orientações ao pregador:
🟢 Ideal para: Cultos de ensino, estudos sobre vida em comunidade, discipulado e momentos de crise ou disciplina na igreja.
Nossos corpos físicos são criações incríveis. Quando uma parte se machuca (um cílio no olho, uma cirurgia, uma torção), o resto do corpo sofre e se mobiliza para ajudar.
O Corpo de Cristo não é diferente! A Bíblia nos diz que cada crente é um membro deste Corpo (1 Coríntios 12:12-14). Quando um membro tropeça, toda a igreja local é afetada.
Minha missão hoje é usar esta passagem das Escrituras para compartilhar como curar um corpo ferido. A primeira palavra do nosso texto é “irmãos“, mostrando que Paulo está falando diretamente a cristãos, ensinando-nos o processo para restaurar as coisas quando um membro está ferido.
Ao examinarmos juntos este tema, aqueles que estão feridos encontrarão esperança, e aqueles que estão no Corpo encontrarão ajuda para lidar com um problema interno.
Paulo começa descrevendo a situação de um membro que falhou.
A. O tropeço (A Queda)
A palavra “tropeço” (no original, “passo em falso”) se refere a uma transgressão das limitações que Deus impôs às nossas vidas. É a imagem de um crente que tropeça em sua caminhada com o Senhor, ultrapassando os limites estabelecidos por Deus e se desviando para o pecado.
Nota: Todos nós somos suscetíveis ao tropeço. Temos a Palavra de Deus e o Espírito para nos guiar, mas o problema surge quando, por escolha própria, ultrapassamos esses limites (Tiago 1:13-16; 1 Coríntios 10:13).
B. A surpresa (O Ser Pego)
A palavra “surpreendido” (ultrapassado) era usada para descrever um criminoso pego em flagrante. A imagem é de um crente que cai em pecado e, de alguma forma, o segredo é revelado. Ele é pego e não há como negar a culpa.
O pecado é progressivo; começa pequeno, mas nunca permanece pequeno. Cresce como um câncer, até consumir a vida. Satanás trabalha para expor o crente e prejudicar a causa de Cristo.
Esta surpresa ocorre em dois níveis:
C. A tristeza (O Dano)
A palavra “Restaurar” (que aparece no texto original e é o objetivo) é um termo médico que significa “colocar no lugar um osso quebrado ou uma articulação deslocada”. Isso nos indica que há um problema sério no organismo.
O pecado de um crente prejudica todo o Corpo de Cristo. Lembre-se de Acã (Josué 7:1-26): seu pecado, que ele pensava ser particular, trouxe derrota e morte para toda a nação de Israel.
Da mesma forma, o pecado não confessado impede a obra de Deus em toda a igreja local, apaga o Espírito Santo e silencia o poder de Deus.
Assim como um problema agudo no corpo físico (ex: apendicite), um problema de pecado no Corpo de Cristo deve ser tratado com rapidez e decisão. É um procedimento doloroso, mas necessário.
O Método de Deus: O método de Deus para lidar com o pecado é expor o pecado à luz. “Quem encobre os seus pecados não prosperará, mas quem os confessa e os abandona alcançará misericórdia” (Provérbios 28:13).
A confissão do pecado:
Quando há uma lesão no corpo, o corpo reage. Se um membro sofre, todos os membros sofrem com ele (Romanos 12:15; 1 Coríntios 12:26). Paulo nos diz exatamente como o Corpo de Cristo deve reagir a um membro ferido.
Paulo dirige esta ordem àqueles indivíduos dentro do Corpo que vivem suas vidas sob o controle do Espírito Santo. Não significa que são perfeitos, mas que demonstram o Fruto do Espírito em sua caminhada (Gálatas 5:22-23: amor, alegria, paz, etc.).
Atenção: Paulo não está falando com fofoqueiros e intrometidos que espalham o assunto. Quem age assim, mesmo sendo salvo, não está agindo espiritualmente; está agindo carnalmente.
B. Um comando: Restaurar
O comando é “Restaurar” – “Colocar no lugar um osso quebrado ou uma articulação deslocada”. Esta palavra traz a ideia de:
O crente espiritual deve ajudar o crente caído a ser restaurado ao seu lugar com Cristo. É difícil perdoar e esquecer o passado, mas é muito melhor consertar as coisas do que ver vidas arruinadas.
O crente espiritual deve restaurar o irmão que errou com um “espírito de mansidão“. Devemos olhar para nós mesmos e lembrar: “hoje é meu irmão, amanhã posso ser eu!“
Nenhum de nós está em posição de se vangloriar. É apenas pela graça de Deus que não fomos apanhados em nossos próprios pecados. Ao estendermos a mão, devemos fazê-lo com os olhos voltados para a nossa própria fraqueza.
Os cristãos espirituais são instruídos a “carregar” (ajudar a carregar) os “fardos” daqueles que caíram (v. 2). A palavra “fardos” refere-se a um peso demasiado grande para ser carregado por um indivíduo.
Quando ajudamos a compensar a fraqueza da parte lesionada, estamos cumprindo a Lei de Cristo. A Lei de Cristo é o amor. Nesta vida, nunca seremos mais parecidos com Jesus do que quando buscamos ativamente restaurar os santos caídos.
Jesus sempre foi:
Quando estendemos a mão e tentamos restaurar o crente a um lugar de comunhão, estamos fazendo a obra de Jesus em nossas vidas.
Paulo prossegue instruindo a igreja sobre como manter a saúde espiritual individual e coletiva.
A ideia central é: nunca despreze um irmão na fé só porque ele pecou. Quando desprezamos o outro, demonstramos uma atitude de orgulho: “Eu sou melhor do que isso!”
A Palavra de Deus diz que essa é uma atitude perigosa. Quem pensa estar acima de certos pecados corre grande risco de cometê-los (1 Coríntios 10:12; Provérbios 16:18).
Cada pessoa deve viver sua vida em obediência ao Senhor. Quando fazemos isso, podemos nos alegrar por uma vida bem vivida. Não precisamos procurar alguém que viva pior do que nós para nos compararmos e nos sentirmos bem.
Se eu agrado ao Senhor com a minha vida, posso me alegrar nela e, então, demonstrar o amor de Cristo aos outros, pois não me alegrarei na iniquidade (1 Coríntios 13:6).
Este versículo (“cada um levará o seu próprio fardo”) não contradiz o versículo 2. No versículo 2, “fardos” são pesos grandes demais; aqui, “fardo” se refere à “alforje de um soldado” – a responsabilidade diária e pessoal.
Cada um deve viver para o Senhor como indivíduo, aproveitando ao máximo sua vida para a Sua glória. No fim, o que importará é como você viveu a sua própria vida. Quando você terminar, estará diante de Deus sozinho. Ele perguntará como você reagiu ao pecado do seu próximo, mas o seu julgamento será baseado no que você fez ou deixou de fazer.
Esta mensagem tocou profundamente em áreas sensíveis. Em resposta a esta verdade, o que o Senhor nos chama a fazer hoje?
Desafio você a entrar neste altar e a se reconciliar com Deus hoje. Vamos fazer a nossa parte para curar as feridas do corpo!