Pregações Expositivas

A Oração de uma Mulher – 1 Samuel 1:1-20

A Oração de uma Mulher Piedosa

Pregação Expositiva em 1 Samuel 1:1-20 – Havia certo homem de Ramataim, zufita, dos montes de Efraim, chamado Elcana, filho de Jeroão, neto de Eliú e bisneto de Toú, filho do efraimita Zufe. Ele tinha duas mulheres; uma se chamava Ana, e a outra Penina. Penina tinha filhos, Ana, porém, não tinha. 

Introdução de 1 Samuel 1:1-20

A história de Ana, registrada no primeiro livro de Samuel, é muito mais do que o relato de uma mulher que desejava ser mãe. É um retrato da jornada da alma humana, que vai da dor mais amarga à adoração mais sublime. Ana nos mostra que Deus não apenas ouve, mas se inclina para escutar a oração sincera daquele que O busca com um coração quebrantado e cheio de fé.

Ela era uma mulher piedosa, fiel a Deus, mas que carregava em seu peito uma ferida diária: a esterilidade. Em meio à sua angústia, provocada e humilhada, Ana não desistiu de Deus, nem se revoltou contra Ele. Pelo contrário, ela transformou o templo em seu refúgio, suas lágrimas em sua linguagem de oração, e fez um voto que revelava um coração rendido.

Vivemos tempos em que a cultura do imediatismo nos faz desanimar quando as respostas de Deus parecem tardar. A ansiedade nos consome, e a dúvida tenta minar nossa fé. Mas Ana nos ensina hoje que a oração persistente, feita com fé e com propósito, tem o poder de transformar nossa maior dor em nosso mais poderoso testemunho.

Versículo de apoio: “Os justos clamam, o SENHOR os ouve e os livra de todas as suas tribulações.” (Salmos 34:17)

1. OS PROBLEMAS DE ANA (1 Samuel 1:1-8)

A Bíblia não esconde as dores de seus heróis. A dor de Ana era multifacetada:

Uma dor Pessoal e Íntima: A esterilidade (v. 5). Naquela cultura, não ter filhos era visto não apenas como uma tragédia pessoal, mas como uma vergonha pública e, para alguns, um sinal de desfavor divino. Era uma dor que ela sentia em seu próprio corpo e em sua alma.

Uma dor Relacional e Familiar: Seu marido, Elcana, tinha outra esposa, Penina. E Penina, sua rival, a provocava “continuamente, para a irritar” (v. 6). A palavra hebraica para “irritar” aqui pode significar “fazer trovejar”, “agitar violentamente”. Não era uma pequena provocação; era uma guerra psicológica diária, especialmente no tempo de adoração em Siló.

Uma dor Emocional e Espiritual: Mesmo com o amor de seu marido, que dizia “Não te sou eu melhor do que dez filhos?” (v. 8), Ana se sentia só. A fala de Elcana, embora bem-intencionada, mostrava que ele não compreendia a profundidade da dor que ela sentia. Ela se sentia rejeitada, humilhada e talvez até esquecida por Deus.

Você pode estar enfrentando situações difíceis que te causam dor em várias áreas da vida: no seu íntimo, em seus relacionamentos, ou em sua caminhada com Deus. A dor pode te levar a dois caminhos: o da amargura ou o da busca. Não permita que a dor te afaste de Deus. Faça como Ana: leve seus problemas ao único que entende perfeitamente a sua alma.

“Lança o teu cuidado sobre o SENHOR, e ele te susterá; nunca permitirá que o justo seja abalado.” (Salmos 55:22)

“Lançando sobre ele toda a vossa ansiedade, porque ele tem cuidado de vós.” (1 Pedro 5:7)

2. A POSTURA DE ANA – DA AMARGURA À ORAÇÃO (1 Samuel 1:9-10)

Mesmo com o coração em pedaços, Ana não se isolou. Ela tomou uma atitude decisiva. O texto diz que ela se levantou e foi ao templo. Ali, com “amargura de alma, orou ao SENHOR e chorou abundantemente” (v. 10).

A sua postura nos ensina que o lugar da nossa maior dor deve ser o lugar da nossa mais intensa oração diante de Deus. Ela não foi murmurar com amigos, não foi planejar vingança contra Penina. Ela canalizou toda a sua angústia na direção correta: para o altar do Senhor. Ela “derramou a sua alma perante o SENHOR” (v. 15). Isso não é apenas orar; é se esvaziar completamente diante de Deus, sem máscaras, sem reservas.

Se você se importa com a sua vida, com sua família, com sua fé, então clame a Deus com fervor. Não é errado chorar diante dEle; na verdade, as lágrimas podem ser a mais sincera forma de oração. Não guarde a amargura. Derrame-a perante o Pai, que recolhe cada uma de suas lágrimas.

Versículos de referência:

“Confiai nele, ó povo, em todo tempo; derramai perante ele o vosso coração. Deus é o nosso refúgio.” (Salmos 62:8)

“Os que semeiam com lágrimas, com cantos de alegria colherão.” (Salmos 126:5)

3. O PROPÓSITO NA ORAÇÃO (1 Samuel 1:11)

A oração de Ana não foi um pedido vazio. Ela fez um voto ousado e específico: “SENHOR dos Exércitos! Se benignamente atentares para a aflição da tua serva, e de mim te lembrares, e da tua serva não te esqueceres, e lhe deres um filho homem, ao SENHOR o darei por todos os dias da sua vida” (v. 11).

Observe a profundidade deste pedido. Não era apenas: “Senhor, me dê um filho para que Penina pare de me humilhar”. A oração dela era cheia de propósito:

  • Ela reconhece a soberania de Deus (“SENHOR dos Exércitos”).
  • Ela pede para ser lembrada por Deus.
  • Ela promete devolver a bênção a Deus, consagrando o filho como nazireu.

Sua oração não era egoísta; ela queria um filho não para si, mas para a glória de Deus. Ela estava pedindo para ser um canal da bênção de Deus para o mundo.

Como você tem orado? Suas orações visam apenas seu conforto pessoal ou a glória de Deus? Faça orações com propósito eterno. “Senhor, abençoa meu trabalho para que eu possa ser um dizimista fiel e abençoar missões.” “Senhor, restaura minha saúde para que eu possa te servir com mais vigor.” Deus se agrada de orações que visam o avanço do Seu Reino.

Versículos de referência:

“Pedis e não recebeis, porque pedis mal, para o gastardes em vossos deleites.” (Tiago 4:3)

“Portanto, quer comais, quer bebais ou façais outra qualquer coisa, fazei tudo para a glória de Deus.” (1 Coríntios 10:31)

4. A PAZ QUE ANTECEDE A RESPOSTA (1 Samuel 1:12-18)

Enquanto Ana orava com o coração, o sacerdote Eli a julgou pela aparência. Ele a acusou de estar embriagada (v. 13-14). Que provação! Ser julgada injustamente pelo líder espiritual no momento de sua maior vulnerabilidade. Mas Ana respondeu com respeito e explicou a sua dor.

A resposta de Eli mudou tudo: “Vai em paz, e o Deus de Israel te conceda a petição que lhe fizeste” (v. 17). A partir daquele momento, algo mudou dentro de Ana. O texto diz que “ela seguiu o seu caminho, comeu, e o seu semblante já não era triste” (v. 18). Note: o bebê ainda não estava em seu ventre. As circunstâncias eram as mesmas. Mas a palavra de fé liberada pelo sacerdote foi suficiente. Ela creu que Deus já estava agindo.

A verdadeira fé muda nosso semblante antes mesmo de a bênção chegar. Quando oramos e confiamos de fato na Palavra de Deus, a paz que excede todo entendimento inunda nosso coração. Não é a resposta que nos transforma; é a certeza de que fomos ouvidos por um Deus fiel.

Versículos de referência:

“Não andeis ansiosos por coisa alguma; antes, as vossas petições sejam em tudo conhecidas diante de Deus, pela oração e súplicas, com ação de graças. E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os vossos corações e os vossos sentimentos em Cristo Jesus.” (Filipenses 4:6-7)

“Ora, a fé é a certeza daquilo que esperamos e a prova das coisas que não vemos.” (Hebreus 11:1)

5. A PROVIDÊNCIA DE DEUS (1 Samuel 1:19-20)

A fé de Ana foi honrada. O verso 19 diz algo poderoso: “…e o SENHOR se lembrou dela.” Esta expressão bíblica não significa que Deus tem amnésia, mas que Ele agiu de forma decisiva em favor de alguém. E Deus agiu. Ana concebeu e deu à luz um filho, e o chamou de Samuel, que significa “pedido a Deus” ou “Deus ouviu”. O nome do menino seria um testemunho ambulante da fidelidade de Deus.

E Ana foi fiel. Ela não esqueceu o voto que fez em sua angústia. Assim que o menino foi desmamado, ela o levou ao templo e o entregou ao Senhor, como prometido (1 Samuel 1:24-28). Ela não se apegou à bênção mais do que ao Abençoador.

Quando Deus responde às nossas orações, como reagimos? Agradecemos por um tempo e depois esquecemos? Ou cumprimos com fidelidade os votos e as promessas que fizemos? Bênçãos recebidas com gratidão e fidelidade geram testemunhos poderosos que ecoam por gerações. Ana não ficou com a bênção; ela a devolveu a Deus em forma de adoração, e Deus usou aquele menino para transformar uma nação.

Versículos de referência:

“Quando a Deus fizeres algum voto, não tardes em cumpri-lo; porque não se agrada de tolos. O que votares, paga-o.” (Eclesiastes 5:4)

“Deus não é homem, para que minta; nem filho do homem, para que se arrependa. Porventura, diria ele e não o faria? Ou falaria e não o confirmaria?” (Números 23:19)

Conclusão

A história de Ana é um convite para examinarmos nossa vida de oração. Ela nos ensina a:

  1. Levar nossa dor honesta a Deus, em vez de nos afogarmos na amargura.
  2. Orar com fervor e intensidade, derramando nossa alma diante do Pai.
  3. Orar com propósito, buscando a glória de Deus acima do nosso alívio.
  4. Confiar na Palavra de Deus e encontrar paz antes mesmo de ver a resposta.
  5. Ser fiéis em cumprir nossos votos quando a resposta chegar.

Você pode estar vivendo um tempo de espera, de dor ou de humilhação. Talvez, como Ana, você esteja sendo provocado por suas “Peninas” e incompreendido por seus “Elcanas”. Mas Deus está te chamando para o altar. Ele está ouvindo suas orações. Continue orando, continue confiando e se prepare para testemunhar a fidelidade de um Deus que não apenas muda circunstâncias, mas transforma dor em legado e orações em profetas.

Pregação Expositiva em 1 Samuel 1:1-20 – Havia certo homem de Ramataim, zufita, dos montes de Efraim, chamado Elcana, filho de Jeroão, neto de Eliú e bisneto de Toú, filho do efraimita Zufe. Ele tinha duas mulheres; uma se chamava Ana, e a outra Penina. Penina tinha filhos, Ana, porém, não tinha.


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