A Figueira
Lucas 13:7 – “Há três anos venho procurar fruto nesta figueira, e não o acho.”
Ainda hoje é comum pessoas criticarem o Senhor por ter feito a figueira secar. Há pouco tempo conversei com uma pessoa sobre esse assunto e ela se maravilhou quando entendeu que o ato do Senhor Jesus era profético e referia-se à nação de Israel que, como a figueira secaria, deixando de ser nação – o que aconteceu no ano 70 d.C. quando Tito invade Jerusalém, destruindo pela última vez o templo, derrubando os muros, matando e dispersando o povo que habitava ali, depois de um prolongado cerco.
Em seu diálogo com Natanael em João 1:45-51, pouco entendido também por muitos, Jesus entra no assunto da figueira:
Felipe diz a Natanael: Achamos aquele de quem Moisés escreveu na lei… é Jesus.
Esse versículo demonstra que ambos eram conhecedores da Palavra e esperavam o cumprimento da profecia.
Natanael duvidou e O Senhor Jesus falou:
Eis um verdadeiro israelita em quem não há dolo.
Não ter dolo significa fazer alguma coisa errada pensando que estava fazendo o correto.
Não tinha a intenção de errar.
Isso não exime o homem da culpa, pela qual precisa se redimir.
Natanael perguntou: de onde me conheces?
Jesus disse: Te vi eu quando estavas debaixo da figueira.
Natanael diz, então: Mestre, tu és o Filho de Deus, tu és Rei de Israel.
Vamos entender o que aconteceu ali:
Israel é uma nação que foi plantada por Deus para ser uma nação sacerdotal, ou seja, através dela o homem teria conhecimento do Deus vivo e entraria para a mesma aliança que esse povo fazia parte.
Era costume haver figueiras plantadas à beira do caminho.
Os frutos dessas árvores eram destinados aos viajantes, aos que vinham de fora e chegavam com fome nas terras de Israel.
Todo viajante tinha direito a comer seu fruto. Não precisava pedir, era só comer o que encontrasse ali. Israel estava em casa, então não comia dessa árvore. Não precisava.
O figo é uma fruta que sustenta, tem propriedades medicinais, e se guardar pode ser comido durante a jornada, fresco ou como passas.
Esse era o primeiro passo para que o visitante ficasse na cidade e acabasse se tornando parte daquele povo.
Israel como figueira deveria fazer o mesmo:
Ela foi plantada para dar frutos espirituais e atrair vidas para Deus.
Os frutos da figueira representam a ação do Espírito Santo em favor do homem.
Foi o que aconteceu com Raabe, Cananéia, que veio a ser de Israel e até está na família de Jesus;
Rute, a moabita, outra estrangeira que se cada na família de Judá, portanto, de Jesus.
Tantos outros que foram agregados, como os gibeonitas e muitos dos guerreiros de Davi.
Quando faz isso, deixa de dar frutos espirituais.
Por isso, no texto que lemos, Jesus diz que há três anos procurou frutos na figueira e não encontrou.
Ou seja, em seus três anos de ministério não encontrou vida espiritual em Israel.
Israel perdeu o sacerdócio.
Então Israel secou, a terra foi desocupada e outros povos passaram a habitar nos termos de Israel: os turcos otomanos.
E por que era errado fazer isso?
Primeiro, sendo um verdadeiro israelita, ou seja, nascido na terra e não era um estrangeiro agregado a ela, não deveria estar procurando frutos no lugar destinado ao estrangeiro.
Mas ele não tinha dolo nisso.
Sua alma tinha fome de Deus, mas como Israel não tinha mais frutos para seu próprio povo, ele foi procurar no lugar reservado ao estrangeiro, mas também não achou.
Nesse texto de hoje o vinhateiro pediu para deixar mais um ano e se não desse fruto ela seria cortada.
No texto de Mateus 21:19 a figueira secou-se imediatamente.
Porque no de Lucas era uma parábola – Jesus estava profetizando o que iria acontecer, e em Mateus foi um sinal.
O Senhor esperou muito mais que um ano, pois Jesus foi crucificado entre os anos 30 e 31 d.C e Israel foi destruída somente quarenta anos mais tarde pelos romanos, sob o comando de Tito, que veio a ser Imperador de Roma mais tarde.
DE ONDE ME CONHECES TU? – João 1:47-51
Oferecerá macho sem defeito… – Levítico 1:3
Gênesis 25:29-30 – O cansaço de Esaú