Esboço de Pregação em João 11:29 e Mateus 11:28-29 – “Ela, ouvindo isso, levantou-se logo e foi ter com ele.”
“Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração, e encontrareis descanso para as vossas almas.” — Mateus 11:28-29
Contexto de João 11:29: Este versículo faz parte da narrativa da ressurreição de Lázaro. Quando Jesus chegou a Betânia após a morte de Lázaro, Marta foi ao seu encontro, mas Maria ficou em casa. Quando Marta disse a Maria que Jesus a chamava, ela “levantou-se logo e foi ter com ele.”
Conexão temática: A atitude de Maria — levantar-se e ir a Jesus — ilustra o que todos devemos fazer: ir ao encontro daquele que é o nosso descanso. Jesus é o verdadeiro Sábado, o descanso que nossa alma necessita.
Tema central: Assim como Deus instituiu o sábado para descanso físico, Ele nos deu Jesus como o descanso espiritual — o Sábado eterno para nossas almas cansadas e sobrecarregadas.
Textos complementares: Mateus 11:28-30, Marcos 2:27-28, Hebreus 4:9-11, Salmo 91:1, Êxodo 20:8-11, Isaías 4:6.
Sugestão de uso: Mensagens sobre descanso em Cristo, estudos sobre o significado do sábado, pregação sobre consolo, ou séries sobre os convites de Jesus.
Tipo de Pregação: Textual
Maria estava em casa. Seu irmão Lázaro havia morrido há quatro dias. O luto era profundo. A dor, intensa. A casa estava cheia de pessoas que vinham consolá-la.
E então chegou a notícia: Jesus estava ali. Ele havia chegado a Betânia.
Marta foi primeiro ao encontro Dele. Depois voltou e chamou Maria em segredo:
“O Mestre está aí e chama-te.” — João 11:28
O que Maria fez? O texto diz:
“Ela, ouvindo isso, levantou-se logo e foi ter com ele.” — João 11:29
Levantou-se logo. Não hesitou. Não adiou. Não ficou presa em sua dor. Ouviu que Jesus a chamava e foi imediatamente ao seu encontro.
Essa é a atitude que todos nós precisamos ter. Jesus está nos chamando. Ele está aqui. E nós precisamos nos levantar e ir a Ele.
Por quê? Porque Ele é o nosso descanso.
Em meio à dor, ao cansaço, às pressões da vida — Jesus é aquele que oferece alívio. Ele disse:
“Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei.” — Mateus 11:28
Maria foi a Jesus e encontrou consolo. Encontrou esperança. Encontrou o milagre da ressurreição de seu irmão.
E nós, quando vamos a Jesus, encontramos o que nossa alma mais precisa: descanso.
Para entender Jesus como nosso descanso, precisamos voltar ao princípio e compreender o que Deus estabeleceu através do sábado.
Deus trabalhou seis dias na criação e descansou no sétimo:
“E havendo Deus acabado no dia sétimo a obra que fizera, descansou no sétimo dia de toda a sua obra que tinha feito. E abençoou Deus o dia sétimo, e o santificou.” — Gênesis 2:2-3
Deus não descansou porque estava cansado — Ele é onipotente. Descansou para estabelecer um padrão. Para mostrar que há um ritmo na vida: trabalho e descanso.
Mais tarde, na Lei dada a Israel, o sábado foi formalizado como mandamento:
“Lembra-te do dia do sábado, para o santificar. Seis dias trabalharás e farás toda a tua obra. Mas o sétimo dia é o sábado do SENHOR, teu Deus; não farás nenhuma obra.” — Êxodo 20:8-10
O sábado era um dia em que Israel não faria obra alguma. Nem mesmo se ocuparia do que comer — o maná era colhido em dobro no sexto dia. Era um dia totalmente dedicado ao descanso e à adoração a Deus.
Por que Deus deu o sábado?
Para o corpo — O ser humano precisa de descanso físico. O corpo não foi feito para trabalhar ininterruptamente. Com o passar dos anos, ele vai envelhecendo, adoecendo, precisando de recuperação. Muitas pessoas só percebem isso quando enfermam. Deus, em sua sabedoria, estabeleceu um dia de parada para preservar a saúde de seu povo.
Para a alma — Mas o sábado não era apenas físico. Era também espiritual. Um dia para lembrar que Deus é o Criador, que Ele é o provedor, que a vida não depende apenas do trabalho humano. Era um dia para confiar, para adorar, para descansar em Deus.
Jesus explicou:
“O sábado foi feito por causa do homem, e não o homem por causa do sábado.” — Marcos 2:27
O sábado foi um presente de Deus para o homem. Não era uma imposição cruel, mas uma provisão amorosa. Deus sabia que precisávamos de descanso — e providenciou.
Mas Israel não entendeu. Transformou o sábado em regra religiosa, em legalismo, em peso.
No tempo de Jesus, os líderes religiosos haviam criado dezenas de regras sobre o que podia ou não ser feito no sábado. E quando Jesus curava pessoas nesse dia, eles o perseguiam:
“E por esta causa os judeus perseguiam a Jesus, e procuravam matá-lo, porque fazia estas coisas no sábado.” — João 5:16
Que ironia! O dia do descanso havia se tornado dia de opressão. O presente de Deus havia se tornado fardo religioso.
E até hoje muitos não entendem. Focam no dia, na regra, na forma — e perdem o significado espiritual. Porque o sábado sempre apontou para algo maior.
O sábado do Antigo Testamento era sombra. A realidade é Cristo.
O escritor de Hebreus explica:
“Portanto, resta ainda um repouso para o povo de Deus. Porque aquele que entrou no seu repouso, ele próprio repousou de suas obras, como Deus das suas.” — Hebreus 4:9-10
Há um repouso que resta — não o sábado semanal, mas o descanso eterno em Cristo. Aquele que entra nesse repouso cessa de suas próprias obras, assim como Deus cessou das suas.
Isso significa parar de tentar se salvar pelo próprio esforço. Parar de confiar nas próprias obras. Descansar na obra consumada de Cristo.
Jesus é o nosso Sábado. Ele é o descanso que nossa alma precisa.
Jesus fez um convite extraordinário:
“Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração, e encontrareis descanso para as vossas almas.” — Mateus 11:28-29
Observe os elementos desse convite:
“Vinde a mim” — O descanso não está em um lugar, em um dia, em uma prática religiosa. Está em uma Pessoa. É preciso ir a Jesus. Como Maria, que se levantou e foi ter com Ele.
“Todos os que estais cansados e oprimidos” — O convite é universal. Para todos que carregam pesos. Para todos que estão exaustos. Para todos que sentem o fardo da vida, do pecado, da culpa, das expectativas.
“Eu vos aliviarei” — Não é promessa de vida sem problemas. É promessa de alívio no meio dos problemas. É ter alguém que carrega o peso conosco. É descanso mesmo na jornada.
“Encontrareis descanso para as vossas almas” — Não apenas descanso físico, mas descanso da alma. Paz interior. Tranquilidade de espírito. Sossego que o mundo não pode dar nem tirar.
Jesus disse que o sábado foi feito por causa do homem, não o homem por causa do sábado.
Da mesma forma, Jesus foi dado ao homem, não o homem a Jesus. É o homem que precisa de Jesus, não Jesus que precisa do homem.
Deus viu nossa necessidade e providenciou. Viu nosso cansaço e ofereceu descanso. Viu nosso pecado e enviou o Salvador.
Jesus é o dom de Deus para a humanidade cansada.
Muitas vezes não percebemos o quanto precisamos de descanso — até que seja tarde demais.
Vivemos em uma cultura de atividade constante. Trabalhamos até tarde. Não aproveitamos férias. Todos os dias parecem iguais. Dormimos pouco. Estamos sempre conectados, sempre disponíveis, sempre ocupados.
Mas o corpo tem limites. Com o passar dos anos, ele vai envelhecendo, adoecendo, pedindo pausa. Muitas pessoas só percebem quando o colapso vem — a doença, o esgotamento, a crise.
Deus não projetou o ser humano para funcionar sem descanso. Por isso deu o sábado. Por isso estabeleceu o ritmo de trabalho e repouso.
Mas não é apenas o corpo. A alma também precisa de descanso.
Há um cansaço que não se resolve dormindo oito horas. Há uma exaustão que não passa com férias. Há um peso que não alivia com diversão.
É o cansaço da alma. A fadiga espiritual. O esgotamento de viver longe de Deus, de carregar culpas, de tentar ser suficiente por conta própria.
Para esse cansaço, Deus providenciou Jesus — o Sábado espiritual, o descanso eterno para a alma.
Assim como alguns dizem não precisar de descanso físico — e pagam o preço depois —, outros dizem não precisar de Jesus.
Quando Israel negligenciava o sábado, estava dizendo que não precisava de descanso. Estava dizendo que podia continuar trabalhando, que era autossuficiente, que não dependia da provisão de Deus.
Da mesma forma, quem vive sem Cristo está dizendo que não precisa Dele. Que pode cuidar de si mesmo. Que sua alma não necessita do repouso que só Jesus pode dar.
Mas a verdade é: todos precisamos. Todos estamos cansados de alguma forma. Todos carregamos pesos que não conseguimos suportar sozinhos.
Neemias, ao restaurar Jerusalém, fez uma ordenança importante:
“Desde então não vieram mais no sábado. E ordenei aos levitas que se purificassem, e que viessem guardar as portas, para santificar o dia do sábado.” — Neemias 13:21-22
Ele proibiu que mercadores entrassem na cidade no dia de sábado. O dia de descanso não era para negócios, para comércio, para as ocupações comuns da vida.
Há uma aplicação espiritual profunda aqui. Se Jesus é o nosso Sábado, se Ele é o nosso descanso, então não devemos deixar “mercadores” entrarem no nosso coração para roubar esse descanso.
Quem são os mercadores?
São as preocupações excessivas que negociam nossa paz. São as ansiedades que roubam nosso sono. São as distrações que nos afastam da presença de Deus. São os pecados que pesam nossa consciência.
Não negocie a visitação do Espírito Santo por outras coisas. Não abra as portas do seu coração para entrarem cargas que Jesus quer tirar.
Ele quer dar descanso. Ele quer dar paz. Ele quer dar alívio.
Mas se enchemos nossa vida de mercadores — de negócios, preocupações, ansiedades, pecados — não sobra espaço para o descanso que Ele oferece.
O salmista escreveu:
“Aquele que habita no esconderijo do Altíssimo, à sombra do Onipotente descansará.” — Salmo 91:1
Há um lugar de descanso. Um esconderijo. Um refúgio.
Não é um lugar geográfico — é uma posição espiritual. É habitar na presença de Deus. É viver em comunhão com Ele. É estar em Cristo.
Quem habita nesse lugar encontra sombra. A sombra do Onipotente. Proteção do calor escaldante. Alívio do sol que queima.
Isaías profetizou sobre o Messias:
“E haverá um tabernáculo para sombra contra o calor do dia; e para refúgio e esconderijo contra a tempestade e a chuva.” — Isaías 4:6
Jesus é esse tabernáculo. Sua presença é sombra que refresca. Sua graça é refúgio que protege. Nele encontramos descanso.
O Salmo 91 continua com promessas maravilhosas para quem habita nesse esconderijo:
É vida de descanso. Não ausência de perigos, mas paz no meio deles. Não ausência de batalhas, mas vitória sobre elas.
“Ela, ouvindo isso, levantou-se logo e foi ter com ele.” — João 11:29
Maria ouviu que Jesus a chamava e foi imediatamente. Não ficou presa em sua dor. Não adiou o encontro. Levantou-se e foi.
Jesus está chamando você também. Chamando para vir a Ele. Chamando para encontrar descanso.
Você está cansado? Ele alivia. Você está sobrecarregado? Ele carrega o peso. Você está oprimido? Ele liberta.
O sábado foi dado para o descanso do corpo. Jesus foi dado para o descanso da alma. Ele é o verdadeiro Sábado — o cumprimento de tudo que aquele dia representava.
Não negocie esse descanso. Não deixe mercadores entrarem no seu coração. Não troque a paz de Cristo pelas ansiedades do mundo.
Venha a Ele. Habite no esconderijo do Altíssimo. Descanse à sombra do Onipotente.
“Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei.” — Mateus 11:28
O convite está feito. A porta está aberta. O descanso está disponível.
Levante-se logo e vá ter com Ele.
Jesus é o nosso descanso.