Suba Jerusalém ao Vosso Coração – Pregação
Esboço de Pregação em Jeremias 51:50 – “Vós que escapastes da espada, ide-vos, não pareis; de longe, lembrai-vos do Senhor, e suba Jerusalém ao vosso coração.
Como Usar este Esboço de Pregação
Este esboço está pronto para ser adaptado à sua realidade. Você pode usá-lo na íntegra ou selecionar os pontos mais relevantes para sua congregação.
Contexto bíblico: Jeremias 51 fala do juízo sobre a Babilônia e do chamado aos judeus para saírem de lá. O versículo 50 é uma palavra de encorajamento aos que escaparam do cativeiro.
Público-alvo: Cristãos que precisam ser encorajados a perseverar na fé, especialmente em meio às distrações e dificuldades da vida.
Aplicação principal: Manter o coração focado na eternidade enquanto caminhamos neste mundo.
Textos de apoio sugeridos: Filipenses 3:13-14, João 6:37, Hebreus 12:1-2, Apocalipse 21:1-4.
Sugestão de uso: Cultos regulares, vigílias, ou momentos em que a igreja precisa renovar seu foco espiritual.
Tipo de Pregação: Textual
Introdução
Jeremias escreveu estas palavras num momento muito especial da história de Israel. O povo tinha vivido setenta anos no cativeiro da Babilônia. Setenta anos longe de casa. Setenta anos servindo a reis pagãos. Setenta anos olhando para o horizonte e sonhando com Jerusalém.
Agora, finalmente, o juízo de Deus estava caindo sobre a Babilônia. O império que parecia invencível ia ser destruído. E os judeus que estavam ali tinham uma ordem clara: saiam. Fujam. Voltem para casa.
“Fugi do meio da Babilônia, e salvai cada um a sua vida; não pereçais na sua maldade.” — Jeremias 51:6
No meio desse chamado à fuga, Deus deu uma palavra que serve para nós até hoje:
“Vós que escapastes da espada, ide-vos, não pareis; de longe, lembrai-vos do Senhor, e suba Jerusalém ao vosso coração.” — Jeremias 51:50
Quatro instruções. Quatro verdades para quem foi liberto e está a caminho da pátria celestial.
A Babilônia representa o sistema deste mundo — um lugar de cativeiro, de escravidão espiritual, de distância de Deus. Todos nós já estivemos lá. Todos nós já fomos escravos do pecado. Mas, assim como os judeus escaparam da Babilônia, nós escapamos quando conhecemos Jesus.
E agora? Agora vem o desafio: não parar no meio do caminho. Continuar andando. Lembrar do Senhor. E manter Jerusalém — a eternidade — sempre no coração.
I. Escapastes da Espada — A Salvação Que Recebemos
“Portanto, agora, nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo o espírito.” — Romanos 8:1
A primeira parte do versículo fala dos que “escaparam da espada”. No contexto original, era a espada do juízo que viria sobre a Babilônia. Os judeus que saíssem a tempo seriam poupados. Os que ficassem pereceriam junto com os babilônios.
A espada representa o juízo de Deus. O mundo está debaixo de condenação. Sem Jesus, não há esperança. O salário do pecado é a morte. Todo ser humano, por natureza, está no caminho da destruição.
Mas nós escapamos. Não por mérito próprio. Não porque éramos melhores que os outros. Escapamos porque Jesus nos salvou. Ele tomou o golpe da espada no nosso lugar. Na cruz, Ele recebeu o juízo que era nosso.
Escapar da espada é ser salvo por Jesus. Foi isso que aconteceu quando você aceitou o evangelho. Você estava na Babilônia, preso no mundo, caminhando para a destruição. Mas ouviu a voz de Deus dizendo: “Saia daí.” E você saiu. Foi liberto. Escapou.
Paulo escreveu aos colossenses: “O qual nos tirou da potestade das trevas e nos transportou para o reino do Filho do seu amor” (Colossenses 1:13). Fomos tirados de um lugar e levados para outro. Saímos do domínio das trevas. Entramos no reino de Jesus.
Quem escapou precisa lembrar de onde veio. Os judeus no cativeiro nunca deveriam esquecer o que era viver em Jerusalém. E nós nunca devemos esquecer o que era viver sem Deus. Não para viver em culpa, mas para viver em gratidão.
Você lembra como era sua vida antes de Jesus? A angústia, o vazio, a falta de propósito? Você escapou disso. A espada não te alcançou. A condenação não é mais sua. Você foi salvo.
Para a nossa vida: Você tem valorizado a salvação que recebeu? Ou já se acostumou tanto com ela que esqueceu o tamanho do livramento? Quem escapou da espada deveria viver em gratidão todos os dias.
II. Ide-vos, Não Pareis — A Caminhada Que Não Pode Parar
“Irmãos, quanto a mim, não julgo que o haja alcançado; mas uma coisa faço, e é que, esquecendo-me das coisas que atrás ficam e avançando para as que estão diante de mim, prossigo para o alvo.” — Filipenses 3:13-14
A segunda instrução é clara: “Ide-vos, não pareis.” Sair da Babilônia era só o começo. Agora era preciso caminhar. E não podia parar no meio do caminho.
A vida cristã é uma caminhada. Não é um evento único. Não termina no dia da conversão. Começa ali. Aceitar Jesus é o primeiro passo, não o último. Depois vem a jornada — longa, cheia de desafios, mas também cheia de bênçãos.
O profeta Oséias disse: “Conheçamos e prossigamos em conhecer ao Senhor” (Oséias 6:3). Conhecer e prosseguir. Não basta conhecer um pouco e parar. É preciso continuar conhecendo. Continuar crescendo. Continuar andando.
O perigo de parar no meio do caminho. Imagina um judeu que saiu da Babilônia, andou alguns dias, e decidiu acampar no deserto. “Já saí do cativeiro, está bom assim.” Ele não ia morrer na Babilônia, mas também não ia chegar a Jerusalém. Ia ficar perdido no meio do nada.
Tem muito cristão assim. Saiu do mundo, aceitou Jesus, mas parou. Não cresce na fé. Não busca mais a Deus. Não se envolve na obra. Está salvo do juízo, mas não está caminhando para a glória. Está estacionado no deserto.
Cada dia é um passo. A caminhada cristã se faz um dia de cada vez. Hoje você ora. Amanhã você lê a Palavra. Depois você serve. E vai andando. Não precisa correr uma maratona de uma vez. Precisa dar o próximo passo.
Paulo disse que fazia “uma coisa”: avançar para o que está adiante. Ele não se distraía com o que ficou para trás — nem com as vitórias, nem com os fracassos. Olhava para frente e continuava andando.
Para a nossa vida: Você tem caminhado ou está parado? Seu relacionamento com Deus está crescendo ou esfriou? A vida cristã não tem ponto neutro. Ou você está avançando, ou está voltando. Ide-vos. Não pareis.
III. De Longe, Lembrai-vos do Senhor — A Fidelidade nas Dificuldades
“Todo o que o Pai me dá virá a mim; e o que vem a mim de maneira nenhuma o lançarei fora.” — João 6:37
A terceira instrução reconhece uma realidade: às vezes estamos longe. “De longe, lembrai-vos do Senhor.”
Os judeus que saíam da Babilônia tinham uma longa jornada pela frente. Eram centenas de quilômetros até Jerusalém. Durante o caminho, estariam longe de tudo que conheciam. Longe do templo. Longe da cidade santa. Longe de casa.
E Deus diz: mesmo de longe, lembrem-se de mim.
Às vezes a vida nos coloca em lugares distantes. Não fisicamente, mas espiritualmente. As ocupações do dia a dia nos afastam. O trabalho consome. Os problemas se acumulam. As preocupações tomam conta da mente. E, de repente, Deus parece distante.
Tem semanas assim. Semanas em que você não consegue orar direito. Semanas em que a Bíblia fica fechada. Semanas em que a igreja parece longe. A correria da vida te empurra para um lugar de distância.
Mesmo de longe, lembre-se do Senhor. O texto não diz “nunca fique longe”. Diz “de longe, lembrai-vos”. Deus sabe que vamos passar por momentos difíceis. Sabe que a jornada é longa. Sabe que às vezes vamos nos sentir distantes.
O que Ele pede é que não esqueçamos dele. Que, mesmo no meio da correria, levantemos o coração em oração. Que, mesmo cansados, busquemos sua face. Que, mesmo de longe, mantenhamos a conexão.
Deus não nos rejeita quando estamos lutando. Jesus prometeu: “O que vem a mim de maneira nenhuma o lançarei fora.” Você pode estar longe, mas se você vier a Ele, Ele te recebe. Não importa há quanto tempo você está distante. Não importa quantas vezes você falhou. Ele não te lança fora.
O que fazer quando está longe? Clame. Jejue. Busque. Não espere estar em perfeitas condições para voltar a Deus. Volte como está. Lembre-se dele de onde você está. E Ele vai te encontrar no caminho.
Para a nossa vida: Você tem se sentido longe de Deus? As preocupações têm roubado seu tempo com Ele? Hoje é dia de lembrar. Mesmo de longe, volte seu coração para o Senhor. Ele está esperando.
IV. Suba Jerusalém ao Vosso Coração — A Eternidade Como Alvo
“E vi um novo céu e uma nova terra. Porque já o primeiro céu e a primeira terra passaram, e o mar já não existe. E eu, João, vi a santa cidade, a nova Jerusalém, que de Deus descia do céu, adereçada como uma esposa ataviada para o seu marido.” — Apocalipse 21:1-2
A última instrução é a mais profunda: “Suba Jerusalém ao vosso coração.”
Para os judeus no cativeiro, Jerusalém era o sonho. Era o destino. Era o lugar onde Deus habitava, onde o templo estava, onde a vida tinha sentido. Durante setenta anos, eles cantaram: “Se eu me esquecer de ti, ó Jerusalém, esqueça-se a minha destra da sua destreza” (Salmo 137:5).
Jerusalém precisava estar no coração deles. Não podia ser esquecida. Era o que os mantinha caminhando.
Para nós, Jerusalém representa a eternidade. A Nova Jerusalém. A cidade celestial. A morada eterna com Deus. O lugar onde não haverá mais morte, nem pranto, nem clamor, nem dor.
O escritor de Hebreus falou dos heróis da fé: “Mas agora desejam uma pátria melhor, isto é, a celestial. Pelo que também Deus não se envergonha deles, de se chamar seu Deus, porque já lhes preparou uma cidade” (Hebreus 11:16). Eles viviam com os olhos na cidade eterna. Isso os sustentava.
A eternidade deve moldar como vivemos hoje. Quando Jerusalém está no coração, as coisas desta terra perdem o peso. Os problemas continuam existindo, mas não dominam. As dificuldades aparecem, mas não desesperam. Porque sabemos que isso tudo é passageiro. O que nos espera é eterno.
Paulo escreveu: “Porque a nossa leve e momentânea tribulação produz para nós um peso eterno de glória mui excelente” (2 Coríntios 4:17). Leve e momentânea. É assim que ele chamou as tribulações. Por quê? Porque ele comparava com a glória eterna que estava por vir.
Deixe Jerusalém subir ao seu coração. Pense na eternidade. Medite no céu. Sonhe com o dia em que veremos Jesus face a face. Isso não é escapismo. É fé. É viver com a perspectiva certa.
Jesus sempre falou assim. Quando falava de vida, falava de vida eterna. Quando falava de tesouro, falava de tesouro no céu. Quando falava de morada, falava da casa do Pai. Ele queria que nosso coração estivesse lá.
Para a nossa vida: Onde está seu coração? Nas coisas desta terra ou na eternidade? O que ocupa seus pensamentos — os problemas de agora ou a glória que vem? Deixe Jerusalém subir. Coloque a eternidade no centro do seu coração.
Conclusão
“Portanto, nós também, pois que estamos rodeados de uma tão grande nuvem de testemunhas, deixemos todo o embaraço e o pecado que tão de perto nos rodeia, e corramos com paciência a carreira que nos está proposta, olhando para Jesus, autor e consumador da fé.” — Hebreus 12:1-2
O versículo de Jeremias 51:50 é um roteiro para a vida cristã:
Escapastes da espada. Fomos salvos. Jesus nos livrou da condenação. Saímos da Babilônia espiritual e agora pertencemos ao reino de Deus.
Ide-vos, não pareis. A salvação foi o começo. Agora é preciso caminhar. Crescer. Avançar. Não podemos estacionar no meio da jornada.
De longe, lembrai-vos do Senhor. As dificuldades vão aparecer. A distância vai parecer grande às vezes. Mas mesmo de longe, precisamos manter nosso coração voltado para Deus.
Suba Jerusalém ao vosso coração. A eternidade é nosso destino. Precisamos viver com os olhos no céu. Isso nos dá força para enfrentar o presente.
Os judeus que saíram da Babilônia tinham um longo caminho pela frente. Mas tinham Jerusalém no coração. Sabiam para onde estavam indo. E isso fazia toda a diferença.
Nós também estamos a caminho. A caminho da Nova Jerusalém. A caminho da eternidade. A caminho de Jesus.
Não pare. Continue andando. Lembre-se do Senhor. E deixe a eternidade guiar seus passos.
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