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A Igreja e seus Mistérios – Cantares


Neste terceiro capítulo, estamos vendo a definição histórica, profética e doutrinária da igreja, em seu momento final. O momento da operação do derramamento do Espírito Santo preparando a igreja para o arrebatamento.

Cantares 3:1-4

Uma associação entre o término do capítulo 2 e o início do capítulo 3

“Antes que … caiam as sombras…” (Capítulo 2, verso 17) e “DE noite…” (Capítulo 3, verso 1). Período profético das trevas, vivido pela igreja hoje.
Cantares 2:17 “Antes que refresque o dia, e caiam as sombras, volta, amado meu: faze-te semelhante ao gamo ou ao filho dos veados sobre os montes de Beter.”
Cantares 3:1 “DE noite busquei em minha cama aquele a quem ama a minha alma: busquei-o, e não o achei.”

O capítulo 2 encerra falando sobre “antes que … caiam das sombras”, profetizando sobre o momento em que cessará a luz do Senhor, ou seja, antes que encerre o período da graça, dando-se início ao período da “grande
tribulação”. O capítulo 3 inicia falando que a noiva estava em busca do noivo e não o achou. O tempo da noite, trevas para o mundo, é o tempo da Igreja Fiel estar pronta para o momento da partida.

O refrescar do dia é quando o sol começa a se pôr, o dia começa a esfriar (Mateus 24:12 “… o amor de muitos esfriará”), é o começo da noite, o princípio das dores (Mateus 24:8). O amor de muitos está se esfriando e a fé se tornando escassa, como profetizado em Lucas 18:8 “…quando o Filho do homem vier, encontrará fé na terra?”.

O pôr do sol é um fenômeno rápido (ocaso). O que marca o tempo do breve, é um momento rápido. O sol permanece imutável, e entramos na noite, porque a terra gira. O homem muda, mas o projeto de Deus é imutável. O homem, com seus pensamentos, sua razão, é que pode mudar e se afastar de Deus.

A expressão “de noite”

Indica o momento quando os últimos raios de sol (revelações) deixam de existir. Essas expressões apontam para o tempo do Breve, o tempo quando a Igreja Fiel clama pela volta do Senhor Jesus, pois é o tempo em que se aproxima o arrebatamento da igreja, como descrito em Mateus 25:6 “Mas, à meia-noite, ouviu-se um clamor: Aí vem o esposo! Saí-lhe ao encontro!” e em Cantares 2:17 “…volta amado meu…”.

O texto também faz a diferença entre duas igrejas: uma que está atenta e sabe onde o seu pastor está com seu rebanho (Cantares 2:16 “…ele apascenta o seu rebanho…”) e que sai ao seu encontro. A outra que também busca esse pastor, porém no seu comodismo (Cantares 3:1 “…busquei em minha cama…”) e, por isso, não o encontra.

É, portanto, o momento em que a Igreja deve sair do comodismo, e estar preparada para o encontro com o Noivo. Estamos vivendo o dia profético de Deus. O sol está se pondo, a revelação em breve irá se encerrar. A Igreja precisa apropriar-se dessa luz (revelação), que está vindo sobre ela. Quem não se apropriar dessa luz, ficará de fora. A luz deve ser colocada no velador, e não debaixo do alqueire (Lucas 11:33).

O tempo da noite provoca mudanças no corpo – vem o sono, alterações de hormônios. Mas quando a Igreja é despertada pela voz do Senhor, ela não aceita a noite. O mundo vive o momento das trevas, com naturalidade, mas a Igreja se levanta, saindo do carnal e natural para viver o profético, a revelação.

A palavra chave que define i tempo profético

A palavra-chave: noite. Período de escuridão. Como na saída do Egito havia trevas no mundo, mas nas casas dos hebreus havia luz (Êxodo 10:23 “Não viu um ao outro, e ninguém se levantou do seu lugar por três dias; mas todos os filhos de Israel tinham luz em suas habitações”). O mundo está em trevas, mas nas casas dos servos há luz, porque a candeia está acesa, há óleo de reserva.

O Espírito Santo estará conosco até o grande dia. Mateus 28:20 “…e eis que eu estou convosco todos os dias, até à consumação dos séculos. Amém!”

Em João 9:4-5, o Senhor Jesus afirma: “Convém que eu faça as obras daquele que me enviou, enquanto é dia; a noite vem, quando ninguém pode trabalhar. Enquanto estou no mundo, sou a luz do mundo”. O momento agora é zelar pelo que o Senhor nos confiou, realizando a Sua vontade. A Igreja deve discernir esse momento. É o fim de um dia. Esse entendimento, só a Igreja tem. O mundo está alheio a isso. Para muitos, no mundo, ainda é dia, outros estão descansando e desatentos ao momento profético.

Quem está falando?

Cantares 3:1

A Noiva (Igreja).
Nesse momento de trevas em que estamos vivendo, a Igreja Fiel, aquela que anda na revelação, está discernindo o que o Espírito Santo tem falado à igreja nos últimos dias. A igreja infiel está buscando Jesus acomodada, deitada. É aquela que não deseja viver a revelação porque prefere viver os deleites deste mundo. Por isso ela não O acha.

Jesus só se revela aos seus, aos que negam o mundo todos os dias, para viverem bem de perto o grande amor que só Ele pode nos dar. A infiel procura o Senhor, mas não o encontra, pois não está em posição de encontrá-Lo, está acomodada. Conhece as profecias, mas não sabe buscá-lo, não tem comunhão, não é reconhecida pelo noivo. A Noiva Fiel conhece o Senhor Jesus (Noivo), e discerne o momento profético em que vive.

Nesta hora, há um apelo para que a Igreja se levante:

“… levanta-te, amiga minha, formosa minha, e vem”

Por que o Noivo (Jesus) não foi encontrado?

Porque foi buscado nos lugares errados:
Na cama – comodismo.
Rodeando a cidade – religião como organização religiosa, onde Jesus não está.
Pelas ruas – Jesus não é “ruas”. Jesus é “O Caminho”.
Pelas praças – Jesus não está em movimentos de animação religiosa.
Cantares 3:2 – “Levantar-me-ei, pois, e rodearei a cidade; pelas ruas e pelas praças buscarei aquele a quem ama a minha alma; busquei-o, e não o achei.”

O período é da noite, muitos estão acomodados em suas camas. Para alguns houve até uma disposição em levantar-se, mas procurou de forma errada.
Naquela época, para procurar algo de noite, seria necessário procurar com a candeia, mas muitos estão com a candeia debaixo de seus interesses. Mateus 5:15 “E nem se acende a candeia e se coloca debaixo do alqueire, mas, no velador, e dá luz a todos que estão na casa.” Alqueire é uma medida terrena.

Há um cristianismo que prega um evangelho social, materialista, que usa a palavra limitada na 4ª medida (somente nas medidas desta vida).
Colocar debaixo da cama é a busca no seu comodismo, não quer sair da cama, não quer fazer uso dos recursos da graça, não quer anunciar ao mundo que Jesus está voltando. Não leva a candeia (luz) para quem precisa. Não quer o batismo com o Espírito Santo para testemunhar do poder de Deus.

Colocar debaixo do alqueire é colocar debaixo de um instrumento de medida para cereais, que nos fala dos interesses materiais. Nas praças estavam os mercadores, comerciantes, comprando, vendendo, fazendo trocas (escambo), usando suas balanças para medir os produtos a serem comercializados. É o evangelho voltado para o lucro, para obter bens materiais. O material comandando o espiritual.

Mas, a Igreja Fiel entendeu que o espiritual é que deve governar sobre o material. O que é espiritual é sem medida, é derramado em abundância.
Joel 2:28 “E há de ser que, depois, derramarei o meu Espírito sobre toda a carne, e vossos filhos e vossas filhas profetizarão, os vossos velhos terão sonhos, os vossos jovens terão visões”.

A igreja infiel não está atenta ao momento profético. O apelo é “levantar-se”, mas não basta só se levantar e ficar parado. A salvação é dinâmica, temos que buscar ao Senhor de todo o nosso coração (Jeremias 19:23 “E buscar-me-eis e me achareis quando me buscardes de todo o vosso coração”).

Não se achou o Noivo na cidade, nas ruas, nas praças, que falam de lugares de movimento, de ajuntamento meramente social, onde se produzem a filosofia e a teologia, e se dá voz à razão do homem. O Noivo é encontrado quando se caminha num projeto dinâmico de salvação, e não andando nos limites da razão humana. Provérbios 16:25 “Há caminho que parece direito ao homem, mas o seu fim são os caminhos da morte.”

O Senhor quer que o busquemos na intimidade, no templo, no lugar de adoração, no contexto da obra do Senhor, usando os recursos da graça. Não no comodismo.
Isaías 42:2, profetizando a respeito de Jesus, afirma que “nem fará ouvir sua voz na praça” – a voz dele não está na praça (organizações humanas, religiosidade, movimentos). Em Mateus 20:3, na terceira hora, o pai de família foi tirar trabalhadores da praça, do comodismo, da filosofia, da razão.

A expressão “rodearei a cidade” indica um percurso em que se roda em círculos.
Rodear é sair de um ponto e voltar ao mesmo ponto. É caminhar sem compromisso. Ou seja, caminho sem direção. Na obra do Senhor há uma direção segura. A bênção está em andar nO Caminho, que é Jesus. Uma rua tem fim, mas Jesus é O Caminho que não tem fim. O Caminho é um percurso dinâmico.

Há muitas pessoas que estão buscando na cama (no comodismo), mas não encontra. Depois, vai para a organização humana e religiosa, os movimentos (cidades), mas também não encontra. O Senhor Jesus não será encontrado no comodismo nem numa religião, comandada pela vontade humana.

A atitude da Noiva em se levantar foi correta ou errada?

Cantares 3:2

Foi correta. Não se pode encontrar o Noivo (Jesus) no comodismo.
Não é suficiente levantar-se, é preciso buscá-lo no lugar certo. A cidade é tipo da organização humana religiosa, ou seja, tem toda a uma organização feita por mãos humanas. Tem infraestrutura, supermercados, escolas, pavimentação, rede elétrica, abastecimento de água, lazer, enfim, todos os elementos necessários à existência do homem, mas não é na religião, na organização que a alma encontra o Senhor.

A conclusão é precisa: “Não O achei”. Na cama fica o doente, que não discerne o tempo profético que a Igreja está vivendo. Caminhar para a vida eterna é só por revelação.
I Coríntios 11:29,30 – “Porque o que come e bebe indignamente come e bebe para sua própria condenação, não discernindo o corpo do Senhor. Por causa disso, há entre vós muitos fracos e doentes e muitos que dormem.”

Ezequiel 2:1 “E disse-me: Filho do homem, põe-te em pé, e falarei contigo.”

Profeticamente, quem são “… os guardas que rondavam pela cidade …”?

Cantares 3:3

São aqueles que conheciam tudo na cidade, mas não sabiam dar informações sobre o “Amado da alma”.

Cantares 3:3 – “Acharam-me os guardas, que rondavam pela cidade: eu perguntei-lhes: Vistes aquele a quem ama a minha alma?”

Profeticamente, os guardas são os religiosos, que não sabem onde o noivo está, só ficam rodeando, não tem a revelação. Os guardas ganham para cuidarem das pessoas, mas eles não sabem responder onde está o Amado, porque só foram preparados para cuidarem daquilo que é o material. Andam em volta das suas próprias necessidades materiais.

São líderes, teólogos, homens que estavam ali na função de orientar, proteger, dar informações. Muitos lugares vivem nesses últimos dias um evangelho da aparência, sem a experiencia com o Espírito Santo, um evangelho sem revelação. No verso 3 os guardas não sabiam nem informar à noiva onde estava o amado. Muitos nessa última hora conhecem o Senhor Jesus somente de ouvir falar, mas não possuem uma experiencia verdadeira com Ele.

O guarda é remunerado, com responsabilidade por guardar valores da sociedade, valores materiais. Ele ronda pela cidade. A jornada dele é rondar, andando em círculos. O evangelho materialista não tem conseguido guardar os valores sociais básicos para a vida em sociedade, um cristianismo que não conhece o amor, que é o EspíritoSanto.

Os guardas conhecem tudo da cidade. No original são “aqueles que guardam aos que andam rodeando a cidade” – a religião faz isso, fica a procura do homem, de pessoas para sua congregação, mas não procura ao Senhor. A religião busca as pessoas, mas não busca ao Senhor. Valoriza os bens terrenos.

Sabem tudo para esta vida, medidas da obra criadora, palavra na letra. Mas o Amado está fora das medidas da ciência humana, fora das medidas da cidade.
Não se revela na quarta medida. “Ainda um pouco, e o mundo não me verá mais, mas vós me vereis; porque eu vivo, e vós vivereis.” João 14:19

Acharam-me os guardas. “Vistes aquele a quem ama a minh´alma?” A religião não tem resposta para a alma do homem, pois não contemplam a glória do Senhor, não tem ouvido a voz d´Ele. O Senhor Jesus só é encontrado no
evangelho eterno (5ª medida – revelação).

Salmo 42:2 “A minha alma tem sede de Deus, do Deus Vivo”. Para a Igreja Fiel, o Amado está Vivo. Natureza do Noivo – se ela tivesse perguntado sobre a cidade, eles teriam resposta. Mas sobre Aquele que estava fora dos limites da cidade, eles não possuem a resposta.

Quando a Noiva (Igreja) encontrou o Noivo (Jesus)?

Cantares 3:4

Quando se afastou dos guardas. Quando a Igreja se afasta daqueles que não apresentam a VERDADE acerca da Palavra e da DOUTRINA, ela passa a viver uma experiência real com o Senhor Jesus.

Cantares 3:4 “Apartando-me eu um pouco deles, logo achei aquele a quem ama a minha alma: detive-o, até que o introduzi em casa de minha mãe, na câmara daquela que me gerou.”
O amado está fora das medidas da cidade (fora da teologia, da filosofia, da razão), só o encontramos quando nos afastamos disso.

“Apartando-me eu um pouco deles” – perto está o Senhor de todos os que o invocam (Salmo 145:18), ou seja, num contexto espiritual, é um passo que temos que dar para encontrar o Senhor. Esse passo é abandonar a razão, a filosofia, a teologia. É um passo pequeno, mas que muitos tem dificuldade em dar.

Esse texto fala do momento de um grande encontro. O encontro com o Senhor Jesus é pela revelação, não é pela vontade humana. “… vós, que antes estáveis longe, já pelo sangue de Cristo chegastes perto” (Efésios 2:13).
Nicodemos foi encontrar com Jesus de noite (era um dos guardas da cidade – doutor da lei). Jesus disse algo simples, “necessário te é nascer de novo”, mas a razão dele não queria permitir entender isso. Então Jesus lhe revela o mistério – “nascer da água e do Espírito”. (João 3:4,5)

“Detive-o” – experiência de guardar, de deter, de tomar posse, de esconder no coração (Salmo 119:11 “Escondi a Tua palavra no meu coração, para eu não pecar contra ti”).
“Logo achei” – fala da pressa que o Senhor tem em se revelar aos que O buscam.
Rapidamente, ela o deteve, aquele a quem ama a sua alma. O projeto dEle é de salvação para a alma.

“introduzi em casa de minha mãe” – a experiência da Obra com a doutrina dos apóstolos. Passamos a viver as mesmas experiências da Igreja Primitiva (mãe).

Lendo Cantares, capítulo 3, versículo 1, por que a Igreja precisa estar atenta nesta hora?
Porque esta é a hora da noite, a hora das trevas.

Faça uma comparação de Cantares 3:1 com o texto em Mateus 5:15.
Em Cantares 3:1, o Noivo (o Senhor Jesus) não pode ser encontrado no comodismo. Em Mateus 5:15, a candeia precisa estar acesa nesta hora da noite.

Cantares 3:1 “DE noite busquei em minha cama aquele a quem ama a minha alma: busquei-o, e não o achei.”
Mateus 5:15 “Nem se acende a candeia e se coloca debaixo do alqueire, mas no velador, e dá luz a todos que estão na casa.”


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