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A FAMÍLIA (Êxodo 12: 21 a 23)


 

Como obreiros, se queremos cuidar da “grande” igreja temos que aprender, primeiramente, a cuidar da “pequena” igreja, que é a família. Conhecendo a necessidade da primeira saberemos como atender a segunda e …vice-versa . O destaque da importância  que o Senhor dedica ao governo da família, pode ser entendido, quando  o encontramos, na Palavra, como requisito para o trabalho na obra. “É necessário, pois, que o bispo seja irrepreensível…que governe bem a sua própria casa…pois se alguém não sabe governar a sua própria casa, como cuidará da igreja de Deus?” ( I Timóteo 3:1 a 5)

Durante o mês da orientação, as igrejas aprenderam muito sobre esse assunto, principalmente porque a própria circular do presbitério apresentou, de forma sintética e organizada, toda a essência de interesses da família e a forma de buscar a provisão para o lar.

 

 

UNIÃO DO CASAL – Isaías 41:6

 

Mais do que um simples encontro de um homem e uma mulher apaixonados, o casamento, que inicia uma família, é um acontecimento que envolve interesses de toda uma sociedade. O modelo de organização de uma família, em nosso meio, é um casal, seus filhos e outros parentes que estreitamente se ligaram a esse núcleo. Quase todas as pessoas nascem e crescem dentro de um grupo com essas características. Por que dizemos isso? Porque um novo tipo de modelo, distorcido, de família começa a ser introduzido na sociedade. A família sem o pai ( onde o homem é descartado como mero reprodutor), a família sem a mãe(onde a mãe é a avó e o pai é o avô), a família com pai e mãe nominais (onde as babás são pais e mães) e as famílias sem pais e mães onde as crianças são trazidas “pela cegonha” ou nascem em um  “pé de couve” e são criados, sozinhos, num orfanato.

A família é a base que estrutura a sociedade. Quanto mais forte é a instituição familiar, mais agregada é a sociedade que a contém. A igreja como sociedade também se sustenta dentro desse mesmo princípio.

Na dissociação dos valores de cimentam a vida social, manter uma união é muito difícil ! Viver em comunhão só pelo Espírito! Assim, toda a luta da igreja, é trazer o milagre para dentro dos lares.

O casamento,  no contexto bíblico é:

Monogâmico – Há um só casamento

Hierárquico – Cristo é o cabeça

Indissolúvel – Um voto que não se quebra

O casamento é um indicador profético na Palavra. O Senhor usa a figura do casamento para quantificar a corrupção dos últimos dias – “… casavam e davam-se em casamento, até o dia em que Noé entrou na arca…” Mateus 24:38

No lar que é um ninho de amor, há alegria. O amor no lar é, sobretudo, uma capacitação para suportarmos uns aos outros e reconhecer as nossas falhas…

O casamento não é uma bênção carnal, mas espiritual. Quem pensa que é carnal… acaba logo…pois nenhum corpo, por mais formoso que seja, resiste à sanção do tempo. O casamento é um ideal comum e um projeto que se constrói por toda a vida. Quando o ideal se perde, a construção rui.

Nesta hora, lá fora, está a noite, e o momento, como servos, é de estarmos unidos no corpo, na comunhão e na vida em família…

 

 

DEVERES DOS PAIS – Efésios 6:4

 

O mundo está “submisso” à televisão. Não temos condições de mudar esse quadro social que formata o pensamento e a conduta de toda uma geração, onde todo o mau exemplo de vida é apresentado à criança e ao jovem como um padrão a ser seguido. A “rainha dos baixinhos” é, hoje, um ídolo dos jovens (os baixinhos que cresceram), que serão os homens de amanhã e completarão todo o ciclo de influência (a pior) a uma geração.  O que nos resta é preparar os nossos filhos para nadar contra a correnteza… Trazer para eles, uma consciência de vida espiritual e mostrar que os seus destinos e objetivos estão desvinculados dos interesses comuns do mundo…

Toda a nossa convivência em família deve objetivar o ensino. Fazer quilo que serve para acrescentar. Não levar para casa as lutas pessoais e, muito menos, as da igreja. Não temos o direito de transferir para os nossos filhos as dificuldades e opressões daqueles que ainda não se integraram à comunhão.

O que é escândalo, hoje? Nada mais escandaliza o homem do nosso século! O que escandaliza sim, é o viver honesto…Ainda assim, devemos ensinar, aos nossos filhos, os moldes da honestidade.

A criança é dependente: tudo está em função dos pais. Devemos primeiro alcançar para depois transmitir. Se digo que o Senhor é o meu pastor mas faço o que quero, vou aonde quero, minhas maneiras não agradam ao Senhor…estou sendo correto? Não! Só posso dizer que o Senhor é o meu pastor quando sou dirigido por Ele…E os filhos vão ver isso! Eles não assimilam ritualismo religioso, mas uma vida cristã de experiências…

Devemos acompanhar o crescimento espiritual dos filhos. É um jovem mas tem reação de neném: não sabe orar, não sabe andar(ir à igreja sozinho), fica ‘amuado’, apresenta comportamento inconveniente…temos que ver isso! As muitas ocupações não podem tirar de nós a capacidade de perceber essas coisas, na nossa família.

A nossa convivência é evangelização. É importante transmitir aos filhos um conhecimento, experiências, testemunhos, histórias, mas, mais importante que comunicar uma ciência de fatos, é ensinar uma consciência, ou seja, a noção geral de fenômenos que englobam a própria existência. Assim, o meu ensino será muito mais proveitoso quando transmito uma consciência de fé, uma consciência de obediência ao Senhor, uma consciência de vida espiritual…enfim uma consciência de obra!

 

No propósito do ensino, o casal deve formar cautelosamente uma frente única na condução educacional do filho, evitando discordâncias visíveis ou confrontos à  vista das crianças, o que é muito negativo e prejudicial. O trabalho na obra é unido e centralizado. O trabalho do pastor e das professoras deve ser complementado com o reforço dos pais em casa.

O trato doméstico é fundamental. Quando nos dirigimos aos filhos, o fazemos para abençoa-los, com palavras encorajadoras e reconfortantes. Quando dizemos que o menino é uma “luta”, só traz “dor de cabeça”, não gosta de estudar, é preguiçoso, é “enjoado”, não aprende “nunca”, é um “aborrecente”… É essa a nossa bênção para eles?? Há um ditado popular que ‘filho criado trabalho dobrado’. Para nós isso não serve. Nós podemos dizer com toda segurança que ‘filho criado bênção dobrada’. Pois os instrumentistas das nossas igrejas, os membros dos grupos de louvores, obreiros que cuidam do som, trabalham no Maanaim… são os nossos filhos. Quantos de nós não já fomos acordados pelos nossos filhos para ir à madrugada?

Os pais devem falar a verdade com os filhos, isso só faz bem. O mundo não cessa de ensinar as suas mentiras e às vezes ficamos preocupados em falar aquilo que é verdade…se eu não ensino por que não dou ovo de páscoa, por que não dançamos quadrilha, por que, no “dia de Cosme e Damião” não se deve aceitar balas…ele vai para a escola e come lá!

Se não preparo a criança para enfrentar e dominar o mundo, o mundo vai dominá-lo.

Governar bem a sua casa é governar no Espírito.

 

 

DEVERES DOS FILHOS – Efésios 6:1a 3

 

Quando o Senhor se refere à obrigação dos filhos, sempre se reporta à posição de honra que é devida aos pais. Já no livro de Êxodo, nos dez mandamentos encontramos essa recomendação ( Êxodo 20:12).

O ensino só migra num ambiente de acatamento e respeito, onde se pode exercer, em amor, a hierarquia do conhecimento.

O maior exemplo de honra aos pais nos é dado pelo próprio Senhor Jesus, quando, mesmo aos 12 anos, consciente da sua condição, acompanhou humildemente a sua mãe de volta para casa, submisso a ela até o dia em que haveria de se manifestar a Israel.

Honrar os pais! Ensinar os filhos a atenção e o respeito aos idosos como recomendação do Senhor.

Ensinar que as boas maneiras do relacionamento social ficam bem em qualquer ambiente: dizer ‘por favor’, ‘obrigado’, ‘com licença’, ‘bom dia’, ‘boa noite’, ‘sim senhor ou senhora’(aos idosos)…

A honra no lar não é uma imposição mas uma conquista. Através do bom exemplo, do trato educado, do testemunho cotidiano e das experiências com o Senhor.


Alguma dúvida?