Esboço de Pregação Expositiva em Romanos 15:30-33 – E exorto-vos, irmãos, por nosso Senhor Jesus Cristo e pelo amor do Espírito, que pleiteis comigo nas vossas orações a Deus por mim, para que eu seja livrado dos que não crêem em Israel e que a minha ministração em Jerusalém seja aceitável aos santos; para que, por vontade de Deus, eu possa ir ter convosco com alegria e repousar convosco um pouco. Ora, o Deus da paz seja com todos vós. Amém.
Paulo foi, sem dúvida, um dos maiores, se não o maior, cristão que já existiu. Ele era um homem de poder que foi usado por Deus de maneiras magníficas. Ele viu o Senhor realizar mais milagres e salvar mais almas do que você e eu provavelmente veríamos em várias vidas. Você pensaria que um homem de sua estatura não precisaria de ninguém nem de nada. No entanto, esse não é o caso. Várias vezes, nos escritos de Paulo (1 Ts 5:25; 2 Ts 3:1; Hb 13:18), ele é encontrado pedindo ao povo de Deus que orasse por ele. Aqui está um homem que está no topo da hierarquia espiritualmente falando, mas sente a necessidade de ter os filhos de Deus lutando por ele em oração. Aqui está um homem que está profundamente ciente do benefício de ter os santos de Deus elevando-o em oração.
Ao fazer a pergunta “Quem orará por mim?”, Paulo também nos ilustra um dos maiores privilégios que temos como crentes. Temos o privilégio de fazer parte do ministério e da obra de outros. Quando oramos por eles e os levamos, juntamente com suas necessidades, diante do Senhor, participamos de seu ministério. Portanto, ao mesmo tempo em que Paulo pede que as pessoas o elevem, ele também as convida a se juntarem a ele enquanto serve ao Senhor!
Veja bem, ao longo dos anos, Deus nos deu alguns grandes gigantes espirituais. No entanto, por trás de cada um deles, havia pessoas que oraram e tocaram o céu em seu favor. Os nomes dos parceiros de oração podem não ser lembrados aqui, mas quando as recompensas forem entregues no Tribunal de Cristo, aqueles que trabalharam nos bastidores receberão tanto quanto aqueles que trabalharam no campo! Vejamos o apelo final de Paulo aos cristãos romanos. Ele parece estar perguntando: “Quem orará por mim?”. Pode ser que esta mensagem nos lembre da importância da oração intercessora e que nos ocupemos em orar pelas necessidades das pessoas ao nosso redor!
Paulo diz que ele “implora” então para se juntarem a ele em oração por sua obra. Esta é uma palavra forte! É a mesma palavra usada em Romanos 12:1. Lá, Paulo os chamou para apresentar seus corpos ao Senhor. Aqui, eles são chamados para se juntarem a ele em um ministério de oração. A palavra “implora” vem de uma palavra que significa “chamar para o lado de alguém, ou convocar para o serviço”. Dá a impressão de um SOS. Paulo está dizendo: “Preciso da sua ajuda! Estou convocando você para vir ao meu lado e me ajudar a orar sobre algumas coisas.” Como um meio-campista no Super Bowl. Ele pode ser rápido, mas se não tiver algumas pessoas bloqueando por ele, estará no chão em pouco tempo. Então, aqueles no ministério espiritual precisam de outros na frente bloqueando por eles!
Paulo lhes diz que não está pedindo egoisticamente por precisar de suas orações. Ele quer que saibam que está pedindo porque deseja que Jesus receba toda a glória. O pedido de Paulo não é para si mesmo, mas para a glória de Deus!
Amigos, este deve ser o tema principal de cada oração que fazemos! Podemos realmente orar essa oração com fé, sabendo que é para a glória de Deus? Se não, então não precisamos orar essa oração (1 Co 10:31; Rm 14:23).
Há momentos em que as pessoas me pedem para orar sobre algum assunto e elas já sabem como querem que isso aconteça. Bem, muitas vezes, não tenho liberdade para orar do jeito que elas querem! Tenho que orar: “Senhor, se for da tua vontade, faça isto ou aquilo…”; ou “Senhor, se isso te glorificar, faça isto ou aquilo…”. Precisamos ter cuidado com a forma como oramos!
Observe também que Paulo diz: “Por amor a Jesus e pelo amor do Espírito”. Quando somos salvos e o Espírito de Deus habita em nós, uma das primeiras coisas que Ele faz é nos dar amor pelo povo de Deus (Romanos 5:5). Esse amor de Deus em nós é uma das principais razões pelas quais oramos uns pelos outros. Se eu te amo, me preocuparei com o que te afeta e desejarei te ajudar a orar sobre isso. Portanto, a oração deve nascer do desejo de glorificar a Deus e do amor pelo povo de Deus.
Por fim, Paulo conclama esses cristãos a “lutarem” com ele em oração. Esta palavra carrega a ideia de entrar em luta com outra pessoa. É a mesma palavra da qual derivamos a palavra em português “agonia”. É a mesma palavra usada para Jesus quando Ele orou no Getsêmani (Lucas 22:44). Ela descreve a oração como “luta”. Irmão, é exatamente isso! Não importa o que você nomeie na vida cristã, é mais fácil do que orar! Por quê? Porque o diabo e as forças do mal lutarão contra suas tentativas de uma vida de oração consistente mais do que qualquer outra coisa que você faça! O diabo teme um cristão que faz orações eficazes (Tiago 5:16).
Paulo não está se referindo a essa abordagem casual ao trono da graça em que nos envolvemos na maior parte do tempo! Não! Ele está falando de pessoas que se apresentam ousadamente diante do Senhor (Hebreus 4:14) e que se esforçam para se apegar a Deus (Isaías 64:7). Onde estão aqueles que permanecerão fiéis durante as vigílias da noite? Onde estão os santos que deitarão suas cabeças nos degraus da porta do Céu, agarrarão as pontas do Seu altar pela fé e sitiarão o trono de Deus até que Ele responda? Esse era o tipo de guerreiro de oração que Paulo procurava, e é esse tipo de guerreiro que precisamos em nossas igrejas hoje!
A oração é a nossa oportunidade de entrar em guerra espiritual com o diabo. A oração é a nossa oportunidade de nos mantermos firmes no poder de Deus e lutarmos batalhas contra inimigos que não podemos ver. É a nossa oportunidade de vencer batalhas que não podemos lutar com as nossas mãos. É no quarto da oração que o poder desce sobre o pregador! É a oração de uma mãe que protege o filho na guerra a milhares de quilômetros de distância. É a oração da igreja que atende à necessidade do missionário no campo estrangeiro!
Que nunca negligenciemos ou subestimemos o enorme potencial da oração! É por isso que oramos às quartas-feiras! É por isso que nos reunimos novamente às sextas-feiras! Deus nos conceda alguns que paguem o preço em oração prevalecente, para que a obra de Deus prospere na terra!
Paulo não estava pedindo orações generalizadas que não serviriam para nada. Ele dedica tempo para dizer a esses crentes exatamente o que ele quer que eles orem. A propósito, a oração deve ser específica! Não devemos ter medo de apresentar nossos pedidos ao Senhor. Se não o fizermos, como saberemos quando eles forem atendidos? Observe as três áreas específicas onde Paulo pede oração:
Paulo sabia que estava caminhando para a cova dos leões. Havia pessoas em Jerusalém que odiavam Paulo e a mensagem que ele pregava e não mediriam esforços para matá-lo. Leia Atos 23 e você verá! Havia 40 homens lá que decidiram não comer nem beber até matarem Paulo! Eles o odiavam e ele orava por proteção!
Este mesmo tipo de oração é necessário hoje! O povo de Deus ainda está sendo atacado por um inimigo espiritual (1 Pedro 5:8). Ele está buscando devorá-los e eles precisam de oração. Quando aprenderemos que nosso verdadeiro poder como igreja não reside em nosso tamanho, nossa organização, nossa afiliação ou nossa educação? Nosso verdadeiro poder é de natureza espiritual (2 Coríntios 10:4-5) e é exercido por meio da oração (Efésios 6:18)!
Precisamos orar pelos líderes da igreja! Precisamos orar por esses jovens pregadores! Precisamos orar pelos jovens. Precisamos orar uns pelos outros! Ore para que haja uma cerca de proteção divina ao redor daqueles que estão sendo atacados pelo inimigo. Ore para que eles sejam fortes e que os ataques do maligno sejam revertidos contra sua própria cabeça!
O próximo item de oração de Paulo diz respeito à oferta que ele está levando à igreja em Jerusalém (v. 25-27). Por que eles teriam problemas com a oferta? Porque os judeus incrédulos queriam a morte de Paulo, e os crentes ainda estavam um pouco desconfiados dele. Ele apenas quer que eles orem para que Deus abra portas e amoleça corações.
Este é o mesmo tipo de oração que precisamos esta noite! Ore quando os pregadores pregam! Ore quando os professores ensinam! Ore quando os cantores cantam! Ore quando as testemunhas testemunham. Ore para que Deus prepare corações e toque vidas. É algo glorioso ver o Senhor mover e prosperar Sua obra quando ela é sustentada pelas orações de Seu povo! Então, ore para que a obra prospere!
Paulo quer ir a Roma se for a vontade de Deus. Ele quer encontrar esses santos, se for a vontade de Deus. Ele quer se alegrar com eles, se for a vontade de Deus. Então, Paulo pede que orem para que a vontade de Deus seja feita em todas essas coisas. Aqui, Paulo fala de alegria e refrigério. Essas coisas existem onde a vontade de Deus está sendo realizada. Acima de tudo, Paulo quer que a vontade de Deus seja cumprida!
Quando estou na vontade de Deus, tenho alegria! Quando estou fora da Sua vontade, há uma perda de alegria. Quando estou na Sua vontade, sou revigorado no Espírito. Quando estou fora da Sua vontade, não há refrigério no coração.
Como igreja, quando oramos e vemos o Senhor realizar a Sua vontade em nosso meio, há alegria e um espírito renovador na casa de Deus. Quando corremos por conta própria, falta-nos poder, alegria e renovação. Que Deus nos ajude a buscar a Sua vontade em primeiro lugar, tanto como indivíduos quanto como corpo da igreja.)
Todos nós temos coisas que achamos que queremos ver o Senhor fazer aqui na igreja. No entanto, que todas as nossas orações sejam temperadas pela vontade de Deus. Afinal, se a Sua vontade estiver sendo feita, então haverá alegria e refrigério. Quando é a nossa vontade que está sendo realizada, haverá problemas e turbulência!
Este versículo final é um vislumbre do coração de Paulo. Ele é capaz de deixar todas essas questões nas mãos de Deus e descansar na certeza de que Deus cuidará dos crentes romanos. Este versículo final é uma espécie de oração. É proferida pelo apóstolo em nome da igreja e nos ensina sobre alguns componentes valiosos que precisam ser incluídos em nossas próprias vidas de oração. Este não é Paulo chorando em desespero! Não é ele levantando os braços em derrota. Não! Ele está dizendo a essas pessoas: “Eu entreguei essas questões a Deus e estou em paz. Façam a mesma coisa e descansem também.”
Paulo está a caminho de Jerusalém. Ele não sabe o que lhe acontecerá quando chegar lá. Pelo que sabe, pode ser morto ou gravemente ferido, mas pode descansar nos braços de Deus. Ele é capaz de entregar todas as suas necessidades aos fortes braços de Deus e confiar que Ele cuidará de tudo. Ele também é capaz de acolher aqueles cristãos romanos, em meio à perseguição, e dizer-lhes: “Deus cuidará de vocês!”
(Nota: Esta é uma lição para você e para mim enquanto trabalhamos em oração diante do Senhor. Quando oramos sobre um assunto com fé e o entregamos à vontade de Deus, então podemos ter paz em nossos corações, pois Ele cuidará disso para nós! Ele pode não responder da maneira que queremos, mas sempre fará o que é certo com as coisas que pedimos a Ele. Portanto, quando você orar bem, descanse em Sua paz – João 14:27; Filipenses 4:6-7.)
Paulo lembra a esses crentes que eles não apenas têm a paz de Deus para descansar, mas também a presença de Deus para confiar. Paulo quer que eles saibam que podem contar com Deus para estar com ele em sua viagem e com eles enquanto aguardam notícias suas. Ele simplesmente quer que eles saibam que ter Deus é muito mais valioso do que ter qualquer coisa que Ele possa dar!
(Nota: Você e eu temos a mesma certeza ao longo da vida. Há momentos em que olhamos para as situações e pensamos que elas são totalmente sem esperança! E elas são, desde que deixemos Deus fora de cena. Lembra dos espiões em Números 13? Você deixa Deus de fora e está em uma confusão! Mas nunca precisamos deixar Deus de fora! Ele está sempre conosco, independentemente da situação. Independentemente de como Ele responde às nossas orações, Ele sempre está lá para nós! Essa é a Sua promessa – Hb 13:5; Mt 28:20. Portanto, tenhamos confiança ao enfrentarmos os mares tempestuosos da vida. Aquele que anda sobre as ondas é Aquele que segura as nossas mãos!)
Paulo estava orando e o povo em Roma também, mas Deus alguma vez respondeu a essas orações? Sim, Ele respondeu! Veja Atos 21-23. Ele foi protegido, assim como orou. Foi bem recebido pela igreja em Jerusalém (Atos 21:17) e pôde se alegrar com os cristãos romanos no tempo do Senhor (Atos 28:15). Sim, Deus ouviu essas orações de Paulo e da igreja, e elas foram respondidas!
Agora, ouça: quando você orar, não desanime se a resposta não vier tão rápido quanto você gostaria. Mas, quando você orar com fé, crendo, lembre-se sempre de que Deus responde a todas as suas orações! Às vezes, Ele diz “Sim!” Eu gosto dessas! Às vezes, Ele diz “Não!” Eu não gosto dessas! Às vezes, Ele diz “Espere!” Essas são as mais difíceis de todas. Mas ainda assim é uma bênção saber que todas as orações são respondidas.
Portanto, cristão, ore! Você orará pela igreja? Você orará pela comunidade? Você orará por mim? Você orará pelos líderes aqui? Você orará ao Senhor, confiando que Ele protegerá nossa caminhada, prosperará nosso trabalho e que Sua vontade prevalecerá? Se orarmos como Ele nos ensinou, O veremos operar de maneiras que jamais imaginamos!
Esboço de Pregação Expositiva em Romanos 15:30-33 – E exorto-vos, irmãos, por nosso Senhor Jesus Cristo e pelo amor do Espírito, que pleiteis comigo nas vossas orações a Deus por mim, para que eu seja livrado dos que não crêem em Israel e que a minha ministração em Jerusalém seja aceitável aos santos; para que, por vontade de Deus, eu possa ir ter convosco com alegria e repousar convosco um pouco. Ora, o Deus da paz seja com todos vós. Amém.