Esboço de Pregação em Marcos 10:49 – “E Jesus, parando, disse que o chamassem; e chamaram o cego, dizendo-lhe: Tem bom ânimo; levanta-te, Ele te chama.”
A cidade de Jericó era um lugar de passagem, um lugar movimentado. E à beira do caminho, onde a vida acontecia para todos, estava um homem para quem a vida havia parado. O nome dele era Bartimeu. Para ele, todo dia era igual: escuridão, dependência, o som das pessoas passando, mas sem um rumo para seguir. Ele não estava apenas à beira do caminho físico, mas à beira do caminho da vida, esquecido e sem esperança.
Naquele dia, porém, algo diferente aconteceu. Jesus, o Mestre, estava passando. E com Ele, vinham dois grupos distintos: uma grande multidão e Seus discípulos. A história de Bartimeu se torna um espelho para nós, pois a reação desses dois grupos diante de um homem necessitado revela a diferença entre apenas seguir Jesus e ser um verdadeiro discípulo d’Ele.
Quando Bartimeu ouviu que era Jesus quem passava, ele usou toda a sua força para gritar: “Jesus, Filho de Davi, tem misericórdia de mim!”. A reação da multidão foi imediata e cruel.
A Voz da Multidão: O texto diz em Marcos 10:48: “E muitos o repreendiam, para que se calasse”. A multidão representava as pessoas que seguem Jesus por interesse próprio. Talvez quisessem ouvir mais um ensino, ver um milagre espetacular ou simplesmente estar perto da “celebridade” do momento. Para eles, o grito de Bartimeu era um incômodo, uma interrupção. A mensagem deles era: “Cale-se! Você não é importante. O seu problema não é prioridade”. Infelizmente, essa voz ainda ecoa hoje. É a voz do mundo que diz ao necessitado que não há mais jeito, que Deus está ocupado demais para se importar com ele.
A Voz dos Discípulos: Mas Jesus parou. O clamor daquele homem invisível para a multidão foi o centro da atenção do Rei do Universo. E então, Jesus dá uma ordem que muda tudo. Ele não vai até Bartimeu. Ele comissiona os Seus discípulos para levarem a mensagem. De repente, aqueles que talvez estivessem indiferentes agora se tornam portadores da melhor notícia que Bartimeu já tinha ouvido. A mensagem deles é um convite triplo, cheio de poder: “Tem bom ânimo; levanta-te, Ele te chama.”
A Igreja fiel não é a multidão que manda calar, mas o grupo de discípulos que leva a mensagem de Cristo. E que mensagem é essa?
A primeira coisa que eles dizem é “Tem bom ânimo”. Essa não é uma palavra de otimismo superficial. É uma injeção de esperança divina. Bartimeu vivia em desânimo, na escuridão. Essa palavra foi como a primeira fresta de luz.
Essa é a ação do Espírito Santo em nossas vidas e na vida daqueles a quem pregamos. Antes mesmo de entendermos todo o plano da salvação, o Espírito nos dá um novo ânimo, uma esperança de que as coisas podem ser diferentes. Ele nos tira do conformismo e da lamentação e nos enche de uma confiança que não vem de nós.
“Ora, o Deus de esperança vos encha de todo o gozo e paz em crença, para que abundeis em esperança pela virtude do Espírito Santo.” (Romanos 15:13)
Nós, que um dia recebemos esse bom ânimo, somos chamados a levá-lo a um mundo cansado e sem esperança.
A segunda parte da mensagem é um comando: “Levanta-te”. Bartimeu estava prostrado, caído, limitado por sua condição. Essa ordem era um chamado para sair daquela situação.
Essa é a ação de Jesus, o Filho. Ele é Aquele que veio para erguer o homem caído. Um dia, Ele nos encontrou em nosso estado de pecado, prostrados e sem forças, e a Sua Palavra nos colocou de pé. Ele não apenas perdoa, Ele restaura e nos chama para uma nova caminhada. Por isso, podemos dizer com toda a certeza àquele que está caído: “Jesus pode te levantar!”.
“Porque o Senhor sustém os que vacilam e levanta todos os abatidos.” (Salmos 145:14)
A nossa missão é dizer ao mundo que em Cristo há força para se reerguer, para abandonar a vida de prostração e começar a caminhar.
Por fim, a parte mais pessoal e poderosa da mensagem: “Ele te chama”. Isso muda tudo. Não era mais Bartimeu gritando por Jesus, mas o próprio Jesus chamando por Bartimeu. O Criador do universo parou a Sua caminhada para chamá-lo pelo nome.
Esse é o chamado do Pai, que planejou a nossa salvação desde a eternidade. Deus, em Seu infinito amor, nos chamou para um encontro pessoal com Jesus. Foi nesse encontro que nossos olhos se abriram e vimos a Sua luz. A salvação não é uma religião, é um relacionamento que começa com um chamado divino.
“Ninguém pode vir a mim, se o Pai, que me enviou, o não trouxer; e eu o ressuscitarei no último Dia.” (João 6:44)
Nós fomos chamados, e agora somos a boca de Deus para anunciar esse mesmo chamado a um mundo perdido.
A história não termina com o chamado, mas com a resposta. Bartimeu, ouvindo a mensagem, “lançando de si a sua capa, levantou-se e foi ter com Jesus” (v. 50). Aquela capa era tudo o que ele tinha: sua identidade de mendigo, sua única posse. Ele a jogou fora, sem hesitar, para ir ao encontro de Cristo.
Deus tem nos chamado, levantado e animado para que possamos levar essa mesma mensagem transformadora. A nossa função não é curar o cego – isso só Jesus pode fazer. A nossa função, como Igreja, é nos opormos à voz da multidão que diz “cale-se” e, como os discípulos, levar a mensagem que Deus nos deu:
Tem bom ânimo, o Espírito Santo pode te dar esperança. Levanta-te, Jesus Cristo tem poder para te erguer. Ele te chama, o Pai te convida para uma nova vida.
Não se cale. Não tema. Leve essa palavra, pois é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê.
Esboço de Pregação em Marcos 10:49 – “E Jesus, parando, disse que o chamassem; e chamaram o cego, dizendo-lhe: Tem bom ânimo; levanta-te, Ele te chama”.