Esboço de Pregação Expositiva em João 20:24-28 – “Ora, Tomé, um dos doze, chamado Dídimo, não estava com eles quando veio Jesus. Disseram-lhe, pois, os outros discípulos: Vimos o Senhor. Mas ele disse-lhes: Se eu não vir o sinal dos cravos em suas mãos, e não puser o dedo no lugar dos cravos, e não puser a minha mão no seu lado, de maneira nenhuma o crerei. E, oito dias depois, estavam outra vez os seus discípulos dentro, e, com eles, Tomé. Chegou Jesus, estando as portas fechadas, e apresentou-se no meio, e disse: Paz seja convosco. Depois, disse a Tomé: Põe aqui o teu dedo e vê as minhas mãos; chega a tua mão e põe-na no meu lado; não sejas incrédulo, mas crente. Tomé respondeu e disse-lhe: Senhor meu, и Deus meu!”
A semana que se seguiu à crucificação foi a mais sombria na vida dos discípulos. O Mestre que eles amavam e seguiam por três anos havia sido brutalmente executado. Agora, eles estavam trancados em uma sala, com as portas fechadas por medo. Foi nesse cenário de pavor que o impossível aconteceu: Jesus apareceu vivo no meio deles. A alegria explodiu naquele lugar! Mas um deles não estava lá.
Tomé, também chamado Dídimo, que significa “gêmeo”, estava ausente. Ele não era um discípulo superficial; quando Jesus decidiu ir para a Judeia, arriscando a própria vida, foi Tomé quem disse corajosamente: “Vamos nós também, para morrermos com ele” (João 11:16). Sua lealdade era profunda, e talvez por isso sua dor fosse ainda maior. Para ele, a morte de Jesus foi o fim de tudo.
Sua história não é apenas sobre dúvida. É sobre a jornada de um coração ferido que se recusa a aceitar uma fé de segunda mão e anseia por uma experiência real. A experiência de Tomé nos ensina como Jesus, em Sua infinita graça, nos encontra em nossos lugares mais sombrios de incredulidade.
O texto começa com um detalhe crucial: “Tomé… não estava com eles quando veio Jesus”. A Bíblia não nos diz porquê, mas sua ausência o deixou de fora da maior experiência que os outros discípulos tiveram. Quando eles o encontram, a notícia é transbordante: “Vimos o Senhor!”. Mas para um coração quebrado, palavras podem parecer vazias. A fé deles não era suficiente para curar a dor dele.
A ausência de Tomé da comunhão dos irmãos o deixou vulnerável. Sozinho com sua dor, a semente da dúvida encontrou um terreno fértil para crescer.
Hebreus 10:25: “Não deixando a nossa congregação, como é costume de alguns; antes, admoestando-nos uns aos outros; e tanto mais quanto vedes que se vai aproximando aquele Dia.”
O isolamento é perigoso para a nossa fé. Quando estamos passando por lutas, a tentação é nos afastarmos da igreja e das pessoas. Mas é justamente na comunhão que encontramos força. Ouvir o testemunho de um irmão, receber uma oração, simplesmente estar junto de quem compartilha a mesma esperança nos protege da incredulidade. Se você está lutando com dúvidas, не se afaste. Pelo contrário, aproxime-se do corpo de Cristo.
A resposta de Tomé é forte, quase agressiva: “Se eu não vir… e não puser o dedo… e não puser a minha mão… de maneira nenhuma o crerei”. Isso não era apenas ceticismo; era a declaração de um homem que se recusava a ter uma fé emprestada. Ele não queria viver baseado apenas no que os outros viram. Ele precisava de um encontro pessoal.
Para muitos, Jesus é apenas uma figura histórica, um grande mestre. Amam Suas palavras, admiram Seus ensinamentos, mas vivem como se Ele estivesse morto — como se Ele não pudesse intervir hoje, falar hoje, operar hoje. Tomé representa esse desejo humano por algo que seja real, palpável e pessoal.
Jeremias 29:13: “E buscar-me-eis e me achareis quando me buscardes de todo o vosso coração.”
Deus não tem medo de nossas perguntas honestas. Uma fé que nunca foi testada é uma fé fraca. É melhor lutar com Deus com sinceridade do que viver uma religiosidade vazia. Você tem buscado um encontro real com Cristo ou tem se contentado com a fé dos seus pais, do seu pastor ou dos seus amigos? Deus te convida a buscá-Lo por si mesmo.
Oito dias depois, Jesus aparece novamente. E desta vez, Ele veio por Tomé. Note a incrível graça do Senhor Jesus: Ele não o repreende de longe. Ele entra na sala, oferece paz e vai diretamente ao encontro da necessidade de Tomé. Ele repete as próprias palavras que Tomé havia dito: “Põe aqui o teu dedo… chega a tua mão…”.
O Senhor Jesus não apenas ouviu a dúvida de Tomé, mas a levou a sério. Ele não exigiu que Tomé cresse sem provas; Ele se ofereceu como a própria prova. Aquele que criou o universo se humilha para curar a incredulidade de um único homem. Isso é graça.
Salmo 145:8: “Piedoso e benigno é o SENHOR, sofredor e de grande misericórdia.”
Talvez você se sinta como Tomé, pensando que sua dúvida ou sua falha desqualificou você. A verdade é que Jesus é paciente e Sua graça é maior que a nossa incredulidade. Ele não desiste de nós. Ele está sempre pronto para se revelar a um coração que, mesmo em dúvida, ainda o está procurando. Ele quer te encontrar exatamente onde você está.
Diante do Cristo ressurreto, Tomé não precisa mais tocar. A visão do seu Senhor e a demonstração de Sua graça foram suficientes para quebrar toda a sua resistência. Sua resposta não é um simples “agora eu acredito”. É a mais profunda e clara declaração de adoração de todo o Evangelho: “Senhor meu, e Deus meu!”.
Ele foi o primeiro a chamar Jesus abertamente de “Deus”. A dúvida, quando encontra a verdade, se transforma na mais forte adoração. O encontro com o Jesus vivo não apenas satisfaz a mente, mas cativa o coração e nos leva a nos curvar em reverência.
Filipenses 2:11: “E toda língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para glória de Deus Pai.”
Qual é a sua resposta a Jesus? Um encontro genuíno com Cristo sempre nos leva à adoração. Ele não é apenas um salvador distante; Ele é nosso Senhor e nosso Deus. A fé verdadeira não é apenas acreditar em fatos sobre Ele, mas se render a Ele em um relacionamento pessoal de submissão e amor.
A jornada de Tomé termina com uma bênção que atravessa os séculos e chega até nós. Jesus lhe diz: “Porque me viste, creste; bem-aventurados os que не viram e creram” (João 20:29). Essa bem-aventurança é para nós. Nós não vimos as marcas dos cravos com nossos olhos, mas temos o testemunho fiel das Escrituras e a obra do Espírito Santo em nossos corações, que nos confirma que Jesus está vivo.
A experiência de Tomé nos convida a sair de uma fé teórica e morta para um relacionamento vivo e pessoal com o Cristo ressurreto. Ele está aqui, hoje, pronto para encontrar você em sua dúvida, para lhe oferecer Sua paz e para transformar suas perguntas em adoração. Não se contente em apenas ouvir sobre Ele. Busque-O, e você também poderá declarar com todo o seu ser: “Senhor meu, e Deus meu!”.