Peregrino em Meseque – Salmo 120:5

Peregrino em Meseque – Pregação Esboço de Pregação em Salmo 120:5 - "Ai de mim, que peregrino em Meseque, e habito nas tendas de Quedar!" Como Usar este Esboço de Pregação Contexto do Salmo: O Salmo 120 é o primeiro dos "Cânticos dos Degraus" ou "Cânticos das Subidas" (Salmos 120-134), que eram cantados pelos peregrinos que subiam a Jerusalém para as festas. Este salmo expressa o lamento de alguém que vive longe de casa, entre povos hostis. Cuidado interpretativo: Meseque e Quedar eram povos reais que representavam, para os israelitas, lugares distantes e hostis. O salmista usa esses nomes para expressar seu sentimento de estar em terra estranha, cercado de pessoas que não compartilham sua fé. Aplicação principal: A vida cristã é uma peregrinação. Vivemos neste mundo, mas não pertencemos a ele. Em meio às aflições, Deus é nosso refúgio. Textos complementares: Salmo 91:1-4, 1 Pedro 2:11, Hebreus 11:13-16, Daniel 3:19-27. Sugestão de uso: Mensagens de encorajamento em tempos difíceis, cultos sobre a esperança, ou séries sobre os Salmos das Subidas. Tipo de Pregação: Textual Introdução Você já se sentiu em lugar errado? Aquela sensação de que não pertence ali. De que tudo ao redor é estranho, hostil, diferente de tudo que você conhece. De que as pessoas não entendem você, não falam sua língua, não compartilham seus valores. O salmista conhecia esse sentimento. E expressou em um lamento: "Ai de mim, que peregrino em Meseque, e habito nas tendas de Quedar!" — Salmo 120:5 Era o clamor de alguém longe de casa. Longe de Jerusalém. Longe do templo. Vivendo entre povos que não conheciam o Deus de Israel. Meseque ficava ao norte, na região que hoje corresponde à Turquia. Era conhecida como terra de povos bárbaros e comerciantes de escravos. Quedar era uma tribo árabe nômade do deserto, descendente de Ismael, conhecida por sua hostilidade. O salmista provavelmente não estava literalmente nesses dois lugares ao mesmo tempo — eles ficavam em direções opostas. Ele usava esses nomes como símbolos de lugares distantes e hostis. Era como dizer: "Estou no fim do mundo, cercado de inimigos, longe de tudo que amo." Quantos de nós já nos sentimos assim? Vivendo em um mundo que não compartilha nossa fé. Trabalhando em ambientes hostis. Enfrentando situações que parecem estrangeiras aos nossos valores. Este salmo nos ensina sobre a realidade da peregrinação e a esperança que temos mesmo em terra estranha. I. A Realidade de Meseque — Vivemos em Terra Estranha "Amados, peço-vos, como a peregrinos e forasteiros, que vos abstenhais das concupiscências carnais, que combatem contra a alma." — 1 Pedro 2:11 A primeira verdade que o texto nos mostra é que vivemos como peregrinos. Este mundo não é nosso lar definitivo. A. O Significado de Peregrinar A palavra "peregrino" indica alguém de passagem. Não é residente permanente — é viajante. Está em um lugar, mas não pertence a ele. O salmista disse: "Peregrino em Meseque." Não disse "moro" ou "me estabeleci". Disse "peregrino" — estou de passagem, mesmo que a passagem pareça demorada. Os patriarcas viveram assim. Hebreus diz sobre eles: "Todos estes morreram na fé, sem terem recebido as promessas, mas, vendo-as de longe, e crendo-as, e abraçando-as, confessaram que eram estrangeiros e peregrinos na terra." — Hebreus 11:13 Abraão, Isaque e Jacó viveram em tendas, sem cidade permanente. Sabiam que estavam de passagem. E nós também estamos. B. As Características de Meseque Meseque, na Bíblia, representa um lugar de barbaridade e hostilidade. Era conhecida como exportadora de escravos e metais (Ezequiel 27:13). Seus habitantes eram vistos como violentos e distantes da civilização de Israel. Viver em Meseque significa viver em um ambiente que não compartilha nossos valores. Onde as pessoas pensam diferente, agem diferente, vivem diferente. Não é isso que sentimos tantas vezes? O mundo ao nosso redor parece cada vez mais distante dos princípios de Deus. O que a Bíblia chama de pecado, o mundo chama de liberdade. O que Deus condena, a sociedade celebra. Estamos em Meseque. C. As Aflições de quem Peregrina O salmista começa com "Ai de mim!" É uma expressão de angústia, de lamento. Peregrinar em terra estranha não é fácil. Quantas são as angústias que enfrentamos: No trabalho — enfrentar colegas, chefes, clientes que não entendem nossa fé, que às vezes nos pressionam a comprometer nossos valores. Na saúde — exames, diagnósticos incertos, o medo do desconhecido. No lar — divisões, conflitos, relacionamentos difíceis. Na sociedade — leis que contradizem a Palavra, valores invertidos, pressão para nos conformar. Vivemos em tempos trabalhosos, como Paulo alertou a Timóteo (2 Timóteo 3:1). O mundo não está ficando mais fácil para quem quer viver segundo a Palavra. Para a nossa vida: Você tem se sentido estrangeiro neste mundo? Essa sensação não é sinal de que algo está errado com você — pode ser sinal de que algo está certo. Peregrinos não se sentem em casa longe de casa. II. A Natureza Transitória — A Luta não é para Sempre "Porque a nossa leve e momentânea tribulação produz para nós um peso eterno de glória mui excelente." — 2 Coríntios 4:17 A segunda verdade que o texto nos ensina é que a peregrinação é temporária. Estamos de passagem. A. Peregrinar é Passageiro O salmista disse "peregrino", não "morador permanente". A própria palavra indica transitoriedade. Quem peregrina está a caminho de algum lugar. Não vai ficar onde está para sempre. Este é um dos Cânticos das Subidas — cantados por quem estava a caminho de Jerusalém. O peregrino estava em Meseque, mas seu destino era a cidade santa. Estava longe, mas caminhava para casa. Nossa situação é semelhante. Estamos neste mundo, mas não vamos ficar aqui eternamente. Estamos a caminho da Jerusalém celestial. B. A Vida é Feita de Montes e Vales A vida do servo de Deus não é uma linha reta de bênçãos constantes. É feita de altos e baixos. Montes e vales. Momentos de alegria e momentos de prova. Há dias em que tudo parece certo. A bênção é visível. A presença de Deus é sentida. Estamos no monte. Mas há outros dias. Dias de luta. Dias de prova. Dias em que parece que estamos em Meseque, cercados de hostilidade. Estamos no vale. Ambos fazem parte da jornada. O monte não dura para sempre, mas o vale também não. A luta vai passar. O salmista Davi experimentou isso: "Ainda que eu andasse pelo vale da sombra da morte, não temeria mal algum, porque tu estás comigo." — Salmo 23:4 Ele disse "andasse pelo vale" — não "morasse no vale". O vale é passagem, não destino. C. Tudo tem seu Tempo Salomão ensinou: "Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo propósito debaixo do céu." — Eclesiastes 3:1 Há tempo de chorar e tempo de rir. Tempo de guerra e tempo de paz. O tempo de Meseque vai passar. A aflição presente não é eterna. Paulo chamou nossas tribulações de "leves e momentâneas". Não porque não doa — dói. Mas comparadas com a eternidade que nos espera, são passageiras. Para a nossa vida: Você está no vale agora? Lembre-se: é passagem, não destino. A luta não vai durar para sempre. Continue caminhando. Jerusalém está à frente. III. O Refúgio no Altíssimo — Deus está Conosco em Meseque "Aquele que habita no esconderijo do Altíssimo, à sombra do Onipotente descansará." — Salmo 91:1 A terceira verdade é que mesmo em Meseque, temos um refúgio. Deus está conosco na terra estranha. A. O Esconderijo do Altíssimo O Salmo 91 descreve um lugar de proteção absoluta — o esconderijo do Altíssimo. Ali, sob a sombra do Onipotente, há descanso. O interessante é que esse esconderijo não é um lugar geográfico. Não precisamos sair de Meseque para encontrá-lo. Podemos habitar no esconderijo do Altíssimo mesmo enquanto peregrinamos em terra hostil. É uma questão de onde está nossa confiança, não de onde estão nossos pés. Daniel e seus amigos estavam na Babilônia — longe de Jerusalém, em terra pagã, cercados de idolatria. Mas habitavam no esconderijo do Altíssimo. Sua fé não dependia do lugar onde estavam. B. O Exemplo da Fornalha Ardente Sadraque, Mesaque e Abede-Nego eram jovens judeus levados cativos para a Babilônia. Terra estranha. Cultura diferente. Pressão para se conformar. Quando se recusaram a adorar a estátua de ouro, foram lançados na fornalha de fogo ardente. Era o momento de maior aflição — literalmente cercados de fogo. Mas algo extraordinário aconteceu: "Respondeu, dizendo: Eu, porém, vejo quatro homens soltos, que andam passeando dentro do fogo, sem sofrer nenhum dano; e o aspecto do quarto é semelhante ao Filho de Deus." — Daniel 3:25 Quatro homens. Entraram três. O quarto era "semelhante ao Filho de Deus". Jesus estava com eles na fornalha. Eles estavam em Meseque — na Babilônia, em terra hostil. Estavam na pior situação possível — dentro do fogo. Mas não estavam sozinhos. E não foram consumidos. C. A Presença de Deus transforma Meseque Quando Deus está conosco, Meseque não tem poder sobre nós. O fogo não queima. A hostilidade não destrói. A aflição não consome. Isso não significa que não sentiremos dor. Os três jovens sentiram o calor da fornalha. Mas não foram destruídos. Jesus prometeu: "Eis que eu estou convosco todos os dias, até à consumação dos séculos." — Mateus 28:20 Todos os dias. Inclusive os dias em Meseque. Inclusive os dias no vale. Inclusive os dias na fornalha. Para a nossa vida: Você está na fornalha hoje? Olhe ao redor. Você não está sozinho. Aquele que é semelhante ao Filho de Deus está ali com você. E o fogo não vai te consumir. IV. A Esperança da Pátria — Nosso Destino É a Eternidade "Mas a nossa cidade está nos céus, donde também esperamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo." — Filipenses 3:20 A quarta verdade é que temos um destino glorioso. Meseque não é nosso fim — é apenas o caminho. A. Somos Cidadãos do Céu Paulo lembrou aos filipenses que nossa cidadania não é terrena. Vivemos aqui, mas pertencemos a outro lugar. Somos embaixadores de outro reino. Os patriarcas entenderam isso: "Mas, agora, desejam uma pátria melhor, isto é, a celestial. Pelo que também Deus não se envergonha deles, de se chamar seu Deus, porque já lhes preparou uma cidade." — Hebreus 11:16 Há uma cidade preparada. Uma pátria melhor. Um lar eterno. É para lá que caminhamos. B. A Esperança que nos Sustenta O que sustenta o peregrino em Meseque é a esperança do destino. Ele aguenta a hostilidade porque sabe que não vai durar. Suporta a estranheza porque sabe que está a caminho de casa. Pedro escreveu: "Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que, segundo a sua grande misericórdia, nos gerou de novo para uma viva esperança, pela ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos, para uma herança incorruptível, incontaminável, e que não se pode murchar, guardada nos céus para vós." — 1 Pedro 1:3-4 Uma herança guardada nos céus. Incorruptível. Incontaminável. Que não murcha. Isso nos espera. Isso nos sustenta. C. O Arrebatamento está Próximo Um dia, a peregrinação vai terminar. Jesus vai voltar. E os que são dele serão levados para casa. "Depois, nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens, a encontrar o Senhor nos ares, e assim estaremos sempre com o Senhor." — 1 Tessalonicenses 4:17 "Sempre com o Senhor." Não mais em Meseque. Não mais em terra estranha. Em casa. Para sempre. Para a nossa vida: Quando Meseque parecer insuportável, levante os olhos. Lembre-se para onde você está indo. A esperança do céu transforma a forma como vivemos na terra. Conclusão "Ai de mim, que peregrino em Meseque, e habito nas tendas de Quedar!" — Salmo 120:5 O lamento do salmista é real. A aflição de viver em terra estranha é genuína. Não precisamos fingir que é fácil. Mas junto com o lamento, há verdades que nos sustentam: Somos peregrinos. Este mundo não é nosso lar. Estamos de passagem. A estranheza que sentimos é natural — não pertencemos aqui. A luta é temporária. Meseque não dura para sempre. O vale é passagem, não destino. A aflição presente é momentânea comparada com a glória que nos espera. Deus está conosco. Mesmo na fornalha, não estamos sozinhos. O Filho de Deus caminha conosco no fogo. Seu esconderijo é nosso refúgio. Nosso destino é glorioso. Há uma cidade celestial nos esperando. Uma herança incorruptível. Um lar eterno na presença do Senhor. Você pode estar passando por Meseque agora. Pode estar cercado de hostilidade, enfrentando provas, sentindo-se estrangeiro neste mundo. Descanse em Jesus. Ele conhece Meseque — Ele mesmo peregrinou neste mundo hostil. E Ele promete estar conosco até o fim. A peregrinação vai acabar. A luta vai passar. E um dia — talvez mais perto do que imaginamos — ouviremos a trombeta e seremos levados para casa. Até lá, continuamos caminhando. Peregrinos em Meseque, mas cidadãos do céu. Habitando em tendas temporárias, mas com uma mansão eterna nos esperando. Coragem, peregrino. Jerusalém está logo ali. Mais Esboços de Pregação És tu peregrino? - Lucas 24:18 A tenda do Justo - Salmo 118:15 Sacerdote eterno - Hebreus 7:1-3 Salmo 91:1 - Jesus, o abrigo seguro

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