As Portas de Jerusalém – Mifcade de Ouro

A Porta Mifcade (do Juízo) Estudo Bíblico em Neemias 3:31-32 - “Depois dele reparou Malquias, filho dum ourives, até à casa dos netinins e mercadores, defronte da porta de Mifcade, e até à câmara do canto. E entre a câmara do canto e a porta das ovelhas repararam os ourives e os mercadores.” Vivendo Hoje com os Olhos na Eternidade Introdução O Fim que dá Sentido a todo o Começo Nossa jornada pelos muros de Jerusalém nos leva à última porta mencionada na grande obra de restauração: a Porta Mifcade. O seu nome pode ser traduzido como "Porta da Inspeção", "do Registro" ou "do Juízo". Ela representa o culminar da nossa caminhada de fé, o momento em que cada vida será avaliada diante do Senhor. Longe de ser uma porta de medo, ela é uma porta de esperança e propósito. Ela nos lembra que nossa vida tem um significado eterno e que um dia prestaremos contas ao Rei justo, que nos recompensará por todo serviço fiel. Vamos entender o que a restauração desta porta final nos ensina. 1. O Que era a Porta Mifcade? Texto Base: Neemias 3:31-32 “Depois dele, reparou Malquias, filho de um ourives, até à casa dos netinins e dos mercadores, defronte da porta de Mifcade, e até à câmara do canto. E, entre a câmara do canto e a porta das ovelhas, repararam os ourives e os mercadores.” Função Histórica: Acredita-se que a Porta Mifcade era um local de reunião para assembleias, inspeções militares ou onde os juízes se sentavam para resolver questões do povo. Sua função estava ligada à ordem, ao registro e ao julgamento. Os Restauradores: A tarefa é assumida por Malquias (cujo nome, já vimos, significa “Jeová é Rei”) e ele é filho de um ourives. Além dele, outros ourives e mercadores trabalham na seção final, conectando esta última porta à primeira, a Porta das Ovelhas. Os detalhes são perfeitos: o julgamento final será conduzido pelo Rei, que age como um ourives, purificando e avaliando o valor da nossa vida. 2. O Significado: O Tribunal de Cristo A Porta Mifcade aponta inequivocamente para o Tribunal de Cristo (Bema), descrito em 1 Coríntios 3:11-15 e 2 Coríntios 5:10. Um Julgamento para Recompensa, Não Salvação: É crucial entender que este não é um julgamento para determinar se seremos salvos. A salvação é pela graça, mediante a fé em Jesus (Efésios 2:8-9). O Tribunal de Cristo é para os crentes, onde nossas obras, nosso serviço e nossa fidelidade após a salvação serão avaliados para recebermos os galardões (recompensas). A Prova do Fogo: O fato de um ourives restaurar esta porta é uma metáfora poderosa. O ourives usa o fogo para purificar o ouro e a prata, removendo toda a impureza. Da mesma forma, Paulo diz que a obra de cada um será “revelada pelo fogo”. Aquilo que foi feito por motivações puras, para a glória de Deus (ouro, prata, pedras preciosas), permanecerá e será recompensado. O que foi feito por vaidade, orgulho ou interesse próprio (madeira, feno, palha) será consumido, embora o crente “seja salvo, todavia, como pelo fogo”. O Rei no Trono: O nome de Malquias (“Jeová é Rei”) reforça a soberania de Cristo neste momento. Diante d'Ele, todo joelho se dobrará e toda a verdade virá à luz. Ele é o Juiz justo que recompensará cada ato de serviço, cada palavra de encorajamento e cada sacrifício feito em Seu nome. 3. Da Porta das Ovelhas à Porta do Juízo O último versículo de Neemias 3 cria uma simetria espetacular que resume toda a vida cristã. O Início e o Fim da Jornada: O texto diz que o último trecho do muro foi reparado “entre a câmara do canto e a porta das ovelhas”. O muro começa na Porta das Ovelhas (Neemias 3:1), que simboliza a Cruz de Cristo, o Cordeiro de Deus que tira o nosso pecado. E termina conectando-se de volta a ela, após passar pela Porta Mifcade (o Juízo). A Vida Cristã é uma Caminhada Completa: Nossa jornada começa no sacrifício do Cordeiro, onde recebemos a salvação. A partir daí, passamos por todas as outras "portas": o serviço (Porta do Peixe), a humildade (Porta do Vale), a santificação (Porta do Monturo), a plenitude do Espírito (Porta da Fonte), a guerra espiritual (Porta dos Cavalos), até chegarmos à avaliação final no Tribunal de Cristo (Porta Mifcade). É um ciclo perfeito, protegido pelo muro da graça de Deus. Conclusão Uma vida com Propósito Eterno A Porta Mifcade não é uma ameaça, mas um convite. É um chamado para vivermos cada dia com intencionalidade, sabendo que nada do que fazemos para o Senhor é em vão. Ela nos motiva a servir com fidelidade, a amar com sinceridade e a construir com materiais que resistirão ao fogo. Nossa caminhada começa na graça da Cruz e termina na glória da recompensa. Que possamos viver de tal forma que, ao chegarmos diante do Rei, possamos ouvir d'Ele: “Bem está, servo bom e fiel... entra no gozo do teu senhor.” (Mateus 25:21). Pergunta para Reflexão: Se sua vida fosse avaliada hoje no Tribunal de Cristo, com que tipo de "material" você estaria construindo o seu legado para a eternidade? Versículo-Chave: “Porque todos devemos comparecer ante o tribunal de Cristo, para que cada um receba segundo o que tiver feito por meio do corpo, ou bem ou mal.” (2 Coríntios 5:10) Mais Esboço de Pregação O tribunal de Jacó - Gênesis 49:1-12 A porta do monturo - Neemias 3:14 E estive ali três dias - Neemias 2:11

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