Esboço de Pregação em Juízes 6:11 – “Então, veio o Anjo do SENHOR, e assentou-se debaixo do carvalho que está em Ofra, que pertencia a Joás, abiezrita; e Gideão, seu filho, estava malhando o trigo no lagar, para o pôr a salvo dos midianitas.”
Este material vai ajudar você a pregar sobre Juízes 6:11, contando a história de Gideão como exemplo de fé em tempos difíceis.
Antes de pregar: Leia o capítulo 6 de Juízes inteiro para entender bem a situação de Israel naquela época. Veja também os versículos de apoio em cada tópico.
Adapte à sua realidade: Use exemplos do dia a dia da sua congregação. Você pode aumentar ou diminuir os pontos conforme o tempo que tiver.
Tempo de pregação: Completo: 35-45 minutos. Resumido: 20-25 minutos.
Dica: Se puder, mostre fotos de como eram as eiras e os lagares naquela época. Isso ajuda o povo a entender melhor a história.
📖 Tipo de Pregação: Textual
Israel vivia um dos piores momentos da sua história. O povo tinha se afastado de Deus e estava sofrendo nas mãos dos midianitas há sete anos. A situação era tão ruim que as pessoas se escondiam em cavernas e buracos nas montanhas.
Os midianitas eram cruéis. Eles esperavam o povo plantar, cuidar da lavoura e colher. Aí, na hora de aproveitar o fruto do trabalho, eles invadiam e levavam tudo. A Bíblia diz que vinham “como gafanhotos” — uma nuvem de gente que não deixava nada para trás.
É nesse cenário de medo e fome que encontramos Gideão fazendo uma coisa estranha: malhando trigo no lagar. Para entender por que isso era estranho, precisamos saber como funcionava a colheita naquela época.
A Eira: Era um terreno aberto, bem batido, geralmente no alto de um morro. O trigo era jogado no chão e batido com varas para soltar os grãos da palha. O vento levava a palha embora e os grãos ficavam. Era assim que todo mundo fazia.
O Lagar: Era o lugar de pisar uva para fazer vinho. Ficava num buraco na pedra, com paredes ao redor formando uma espécie de tanque. Era lugar fechado, escondido, sem vento nenhum — péssimo para limpar trigo.
Os Midianitas: Eram inimigos que desciam todo ano na época da colheita. Eles sabiam onde procurar: nas eiras, porque era lá que o trigo ficava. Roubavam tudo e deixavam o povo passando fome.
“Porque subiam com os seus gados e tendas; vinham como gafanhotos em multidão; eles e os seus camelos eram inumeráveis; e entravam na terra para a destruir.” — Juízes 6:5
Agora dá para entender o que Gideão estava fazendo: ele desceu para o lagar porque lá os midianitas não iam procurar. Era mais difícil trabalhar ali, mas pelo menos o trigo ficava a salvo.
“O coração do sábio busca o conhecimento, mas a boca dos tolos se alimenta de loucuras.” — Provérbios 15:14
Gideão podia ter desistido. Muita gente em Israel já tinha largado tudo. Para quê trabalhar se os midianitas iam levar mesmo? Mas Gideão não se conformou. Ele pensou: “Se na eira eles acham, vou malhar no lagar.”
Ele não ficou parado reclamando. A situação era difícil? Era. Mas Gideão continuou trabalhando. Mudou o lugar, mudou o jeito, mas não parou. Tem gente que quando a coisa aperta, cruza os braços e fica esperando. Gideão não. Ele foi atrás de uma solução.
Ele protegeu o que tinha valor. Aquele trigo era a comida da família. Era pouco, mas era o que tinha. E Gideão fez de tudo para não perder. Às vezes Deus nos dá pouco, e a nossa responsabilidade é cuidar bem daquele pouco.
Ele trabalhou mesmo sem ninguém ver. Ali no fundo do lagar, escondido, suando, Gideão não tinha plateia. Ninguém ia bater palma para ele. Mas ele fez o que precisava ser feito. E foi exatamente ali, no escondido, que Deus veio encontrar com ele.
Para a nossa vida: Tempo difícil não é desculpa para cruzar os braços. O Senhor espera que a gente use a cabeça que Ele nos deu. Que a gente trabalhe com o que tem, onde está, mesmo quando ninguém está vendo. É no escondido que Deus prova o nosso coração.
“Então, o Anjo do SENHOR lhe apareceu e lhe disse: O SENHOR é contigo, homem valente.” — Juízes 6:12
Enquanto Gideão trabalhava escondido, o Anjo do Senhor apareceu. E a primeira coisa que disse foi: “O Senhor é contigo, homem valente.”
Agora, pense bem: Gideão estava escondido num buraco, com medo dos midianitas, malhando trigo às escondidas. Isso é ser valente? Aos olhos do mundo, não. Mas Deus não olha como o homem olha.
Deus nos encontra onde estamos. Gideão não estava no templo. Não estava orando. Estava trabalhando, suado, no meio do trigo. E foi ali que Deus apareceu. O Senhor não fica esperando a gente ir num lugar especial. Ele vem até nós, no meio da nossa rotina, no meio do nosso trabalho.
Deus vê o que vamos ser, não só o que somos. Gideão se achava o menor da família mais pobre da tribo mais fraca. Olha o que ele disse: “Com que livrarei Israel? A minha família é a mais pobre em Manassés, e eu sou o menor na casa de meu pai” (Juízes 6:15). Ele só via suas fraquezas. Mas Deus via um guerreiro.
O que importa é quem está conosco. Deus não disse: “Você é forte, você consegue.” Ele disse: “O Senhor é contigo.” A força não estava em Gideão. Estava na presença de Deus com ele. E isso muda tudo.
Para a nossa vida: Talvez você se sinta pequeno. Sem capacidade. Sem estudo. Sem dinheiro. Sem influência. Mas se o Senhor está com você, isso é o que importa. Ele não nos chama porque somos capazes. Ele nos capacita porque nos chamou.
“Vai nesta tua força e livrarás Israel das mãos dos midianitas; porventura, não te enviei eu?” — Juízes 6:14
Deus não apareceu só para dar um tapinha nas costas de Gideão. Ele tinha um plano. Um plano grande. Gideão ia sair daquele lagar para liderar um exército e derrotar os midianitas.
Deus nos tira do escondido para o aberto. Gideão estava ali só tentando sobreviver. Deus veio e disse: “Você vai fazer muito mais do que se esconder. Você vai libertar o meu povo.” É assim que Deus trabalha. Ele pega gente comum, em lugares comuns, e faz coisas extraordinárias.
Deus usa o que a gente já tem. “Vai nesta tua força”, disse o Senhor. Que força? A mesma força que fez Gideão continuar trabalhando quando outros desistiram. A mesma determinação que o levou a procurar um jeito diferente. Deus não jogou fora o que Gideão era. Ele usou.
O chamado vem com a garantia. “Não te enviei eu?” Essa pergunta resolve tudo. Não importa se Gideão se achava incapaz. Não importa se o exército inimigo era enorme. Se Deus enviou, Deus ia junto. Se Deus mandou, Deus ia dar o que fosse preciso.
Deus tem paciência com as nossas dúvidas. Gideão pediu sinais. Pediu prova. E Deus, com toda paciência, deu. O velo molhado, o velo seco. Deus entende que somos de barro. Ele não se irrita com as nossas perguntas honestas. Ele nos ajuda a crescer na fé.
Para a nossa vida: Às vezes estamos tão ocupados tentando sobreviver que esquecemos que Deus tem planos maiores. Ele pode estar preparando você no lagar para uma batalha que você nem imagina. Confie. Se Ele chamou, Ele vai capacitar.
“Então, o Espírito do SENHOR revestiu a Gideão, o qual tocou a buzina, e os abiezritas se ajuntaram após ele.” — Juízes 6:34
A história de Gideão no lagar ensina verdades que servem para nós hoje.
Primeiro: Seja fiel no escondido. Gideão não sabia que Deus estava olhando. Ele só estava fazendo o que precisava fazer. E foi exatamente ali que Deus o encontrou. O que você faz quando ninguém está vendo? É ali que o seu caráter se mostra.
Segundo: Não deixe suas fraquezas definirem você. Gideão se via como o menor, o mais fraco, o mais pobre. Deus o via como homem valente. O que Deus diz sobre você vale mais do que o que você pensa de si mesmo.
Terceiro: A presença de Deus é tudo. Não são os nossos talentos, nosso dinheiro, nossa posição. É ter o Senhor conosco. Com Ele, 300 homens venceram um exército sem conta. Sem Ele, não conseguimos nada.
Gideão saiu do lagar e virou líder. Saiu do escondido e enfrentou uma multidão. E venceu. Não pela sua força, mas porque o Senhor estava com ele.
Talvez hoje você esteja no seu lagar. Escondido. Com medo. Lutando para sobreviver. Saiba que o mesmo Deus que encontrou Gideão pode te encontrar também. E Ele pode ter um plano muito maior do que você imagina.
O Senhor é contigo. Vai nessa força.